Estamos em tempos de transição. Deus está mudando as regras do jogo. Como filhos da luz em meio a uma geração perversa, precisamos perceber as estratégias de Deus para tocar as nações da Terra.
O evangelho que deve ser pregado é o mesmo que os apóstolos e nosso Senhor pregaram. A dependência do poder do Espírito Santo e de sua atuação por meio dos dons e das manifestações também é a mesma. Entretanto, precisamos entender “como fazer”.
Vivemos em meio a uma geração pós-cristã que nasceu fora dos limites morais judaico-cristãos. Podemos perceber hoje jovens marcados pelos valores dessa cultura que propaga a relativização da verdade, o pluralismo religioso e a ditadura da hipersexualização, produzindo assim indivíduos marcados pela falta de sentido para viver, levados pela ideologia do carpe diem.
Como ser um discípulo de Cristo relevante num contexto geracional em que as pessoas vivam a verdade e fundamentem a vida na comunidade em que estão inseridas? Por exemplo: se a comunidade onde fui aceito e de que faço parte propaga a homossexualidade, essa é a minha verdade. E cada comunidade tem a sua verdade, e todas são válidas, e nenhuma delas é absoluta.
Apresento dois pontos para reflexão.
1- Oração: precisamos mudar urgentemente o conceito errôneo de que orar não é algo prático. Orar é trabalhar em parceria com Deus. Um dos chamados para a igreja nesse tempo é assumir a identidade de casa de oração para todas as raças (Is 56.6,7). O testemunho das Escrituras e da história da igreja mostra que todo avanço missionário e de evangelização foi fruto da entrega da igreja em oração fervorosa e apaixonada. Podemos citar aqui o exemplo da igreja primitiva:
Atos 1.14: “E unidos, todos se dedicavam a oração…”
O início da tão admirada igreja de Atos foi pela oração unida e perseverante. Atos 2 e o derramar do Espírito, bem como a conversão de três mil almas, são frutos práticos da reunião de intercessão no aposento superior.
Atos 2.42 diz que eles “perseveravam nas orações”. A devoção dedicada e constante é parte da vida normal da igreja que deseja avançar de forma poderosa no cumprimento da Grande Comissão.
Em Atos 4, os discípulos começam a ser perseguidos. Logo em seguida, mais uma vez se unem em oração fervorosa, pedindo ousadia e coragem para continuar pregando o evangelho com poder e feitos extraordinários (Atos 4.24-31). O movimento de oração de Atos 4 gera o avanço missionário de Atos 8, em que os samaritanos recebem o evangelho com demonstração de poder por meio do evangelista Felipe.
Um pouco depois disso, em Atos 10, um homem chamado Cornélio abre a porta da salvação para os gentios por meio de sua constante devoção em oração e ofertas ao Senhor (Atos 10.1-4). A Bíblia diz que as orações de Cornélio subiam como um memorial diante do Pai. Logo depois, toda a sua casa é salva e batizada, e se inicia mais um avanço missionário por meio da oração.
Mais adiante, chegamos a Atos 13: profetas e mestres adoravam e oravam ao Senhor. Esse movimento de oração gera o envio de Paulo e Barnabé para um dos maiores avanços missionários de todos os tempos!
Quando chegamos a Atos 15, Tiago começa explicar o fenômeno da conversão dos gentios, que foi provocado pelo envio de Paulo e Barnabé. Ele explica: o que estava acontecendo ali era baseado na restauração do Tabernáculo de Davi.
Atos 15.14-17: “Simão relatou como primeiramente Deus foi ao encontro dos gentios para formar dentre eles um povo dedicado ao seu Nome. E com isso concordam as palavras dos profetas; como está escrito: Depois disso voltarei e reconstruirei a tenda de Davi, que está caída; reconstruirei as suas ruínas e tornarei a levantá-las; para que o restante dos homens busque ao Senhor, sim, todos os gentios, sobre os quais se invoca o meu nome…”
Atos 13 é a manifestação do funcionamento do Tabernáculo de Davi, onde se ministrava ao Senhor, de forma sacerdotal, sem véu, sem limite e unindo três fundamentos: música, oração e profecia!
É isso o que Tiago está explicando: quando o tabernáculo de Davi (funcionamento sacerdotal segundo a ordem de Melquisedeque) começar a ser restaurado, todos os gentios serão alcançados pelo Senhor, ou seja, as nações da Terra serão alcançadas pelo evangelho do Reino. O movimento de oração vai cooperar com a última grande colheita de almas antes da volta de Jesus!
2- Vida em comunidade: podemos ver em Atos 2.42-46 alguns pontos da vida comunitária que cooperaram para o avanço em missões:
Comunhão e partir do pão, ter tudo em comum, simplicidade e caindo na graça do povo…
A vida em comunidade é um ponto muito desprezado no contexto missionário, mas foi um meio fundamental usado por Deus, na vida da igreja primitiva, para alcançar o mundo. Antes de qualquer coisa, precisamos de um resgate da verdadeira comunhão na vida da igreja e entender o que significa comungar. A palavra comunhão é muito maior do que relacionamento, comer pizza juntos ou passar a noite jogando conversa fora, embora todas essas coisas possam existir na comunhão.
Comunhão significa ter tudo em comum, partilhar o mesmo coração e vida, depender visceralmente da vida de Cristo que cada membro da comunidade carrega. Quando as dores dos meus irmãos são as minhas, quando as lutas dos meus irmãos são as minhas, quando compartilho alegrias e bens com minha família de fé, aí sim começamos a entrar em verdadeira comunhão e comunidade. Esse estilo de vida comunitária vai chamar a atenção do mundo e autenticar a nossa mensagem pelo poder do amor sacrifical. Dentro dessa dinâmica, começamos a partir o pão em aliança. Na cultura judaico-cristã, não se comia com quem não se tinha aliança. Comer e sentar-se à mesa significam que tenho tudo em comum com meus irmãos de fé!
À medida que o mundo perceber que vivemos em outro sistema, e que somos influenciados por outros sentimentos, e que estamos caminhando numa sociedade alternativa em que doar é melhor do que receber, perdoar é melhor do que amargurar, sacrificar é melhor do que reter, amar e viver em família é melhor do que se isolar, e que o fruto disso resulta em não termos necessitado algum em nosso meio, então o mundo começará a crer que o nosso Deus é realmente interessante, porque o amor ágape nos impulsiona a dar a vida pelos nossos irmãos.
Respostas de 7
A muito tenho orado por essa restauração, tenho visto algumas nuances em poucos lugares dos muitos que tenho passado. E nesses poucos incluo alguns no Haiti, onde a miséria lhes é comum, mas, o pão e a vida de Cristo é fortemente compartilhada entre eles !
Mensagem maravilhosa, atual e avivadora! Penso que nossa vida e ações precisam estar alicerçadas na oração individual e coletiva, juntamente com o estudo da palavra. Tudo mais virá como resultado, como está escrito no 2° livro de Pedro no cap. 1.5-8. Não seremos infrutuosos e nem inativos.Abraço!
A essência da igreja é a comunhão descrita em atos dos apóstolos e precisa urgentemente ser resgatada para que a igreja volte a ser igreja, sonhada como Jesus sonhou, esta é a igreja que sonhou e sonha ate hoje.
Excelente esse texto! Me ajudou a compreender melhor o que é a verdadeira comunhão, e pretendo praticar isso com meus irmãos! Obrigada
Nossas crianças, grande parte delas vivendo numa negligência parental nunca vista na história, mesmo sem saberem, aguardam a manifestação desses filhos de Deus nos postos de saúde, praças públicas, escolas, áreas de lazer etc. E estão pagando um alto preço por essa demora…
Que o Espírito Santo transforme nossa VIDA DIÁRIA por meio das palavras desse artigo, que elas mudem COMPLETAMENTE nosso estilo de vida.
Oportuna e esclarecedora reflexão! Concordo “ipsis líteris” com o Michael! Oro para que a Igreja, o Corpo de Cristo, refletida nas mais diversas comunidades locais, desperte-se para fazer uso de tais princípios, com vistas à manifestação da glória de Deus nesse tempo, limiar da volta de Jesus! Que Deus nos abençoe..
É possível esse caminhar. Eu creio.