21 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

A Igreja na Argentina Aprende a Orar

A Argentina tem produzido pastores de qualidade, bem como evangelistas e teólogos. Homens como Luis Palau, Juan Carlos Ortiz, Alberto Motessi e Samuel Libert têm abençoado o corpo de Cristo em todo o mundo. Todos eles atribuem à Igreja na Argentina as razões de seu sucesso.

Entretanto, esta mesma Igreja teve o menor índice de crescimento de todas as nações da América Latina, provávelmente com exceção do Uru­guai. Até pouco tempo atrás, a média nas igrejas da Argentina era de 100 membros. A falta de crescimento con­funde os entendidos no assunto, espe­cialmente no contexto de uma Igreja que é capaz de produzir líderes inter­nacionais de qualidade, mas que, de alguma forma, não consegue transpor esta habilidade para o crescimento local da Igreja.

Recentemente, tudo isso mudou. O Dr. C. Peter Wagner declarou que a Argentina, como a China continental, é, hoje, o alvo do crescimento da Igre­ja. Não há números exatos, mas pode-se dizer seguramente que 3.000 pessoas por dia assumem um com­promisso público com Cristo na Argentina. Alguns dizem que este nú­mero é de 8.000. As igrejas que costumavam ter 50 membros cresce­ram para 2.000. Muitas igrejas têm mais de 10.000 membros.

Lá existe o que Wagner chama de “igreja centrífuga.” Os ministros têm acesso ao povo através de reuniões em cerca de 50 locais diferentes, ao invés de esperar que as pessoas ve­nham a um só local. A igreja centrífuga ministra a 145.000 membros. Hector Jimenez, um pastor leigo (sem forma­ção teológica), foi capaz de plantar uma igreja de 20.000 membros no centro de Buenos Aires em menos de seis meses.

Carlos Annacondia, o evangelista leigo mais conhecido da Argentina hoje, levou mais de um milhão de pessoas à uma decisão por Cristo em menos de quatro anos. Porém, ele não é o único. Há pelo menos uma dúzia de evangelistas e centenas de prega­dores jovens com o mesmo zelo, que estão pregando eficientemente em ca­da esquina da nação.

A Igreja na Argentina cresceu mais nos últimos quatro anos do que nos cem anos anteriores. Norberto Carlini, pastor da maior congregação em Ro­sário, teve que mudar sua congrega­ção do prédio em que estava para um campo aberto, já prevendo o cresci­mento futuro. Em menos de um ano, a igreja cresceu de algumas centenas para quase 5.000 membros. O pastor Scataglini, na cidade de La Plata, cos­tumava ministrar a 400 pessoas por mês. Quando o avivamento despontou, o número disparou para 14.000 no primeiro ano e para 23.000 no segun­do. Já pode-se antecipar um cresci­mento maior para o terceiro ano.

Muitas igrejas estão se mudando dos prédios convencionais, que eram feitos para abrigar algumas centenas, no máximo, para estádios de banque­te, campos abertos e centros de convenção. Não é difícil encontrar-se “grupos caseiros” no quintal das casas com 300 ou 400 membros sob a liderança de um pastor adolescente ou alguém de vinte e poucos anos que é cristão há não mais de três anos.

A igreja Batista no centro de Buenos Aires, sob a liderança de pastor Dei- ros, cresceu 43% em 1986 e 65% nos seis primeiros meses de 1987. Outras igrejas estão crescendo tão rapida­mente que não há números dispo­níveis, pois eles mudam drasticamente de semana para semana.

O pastor Regge, em Olivos, uma comunidade ao norte de Buenos Aires, lidera uma congregação estimada em 70.000 membros. Quando perguntou- se qual o número atual de membros, ele sacudiu os ombros e disse: “É difícil de dizer. Uma de nossas igrejas anexas (um tipo de igreja-filha), que é liderada por uma ex-freira, tem cerca de 6.000 membros.” E é somente uma igreja anexa! Se a Igreja na Argentina é capaz de incorporar uma enchurrada de convertidos, a Argentina tornar-se-á o primeiro país da América Latina com maioria evangélica.

Esta é uma tremenda mudança no crescimento estagnado de somente cinco anos atrás. Qual a razão desta explosão? Há uma combinação de fatores. A unidade do corpo de Cristo se deve, em parte, à um estabelecimento chamado A.C.I.E.R.A., uma organiza­ção que une a maior parte das de­nominações da Argentina. O surgimen­to da Fundação Pentecostal da Argen­tina tem proporcionado às igrejas pentecostais uma unidade visível e a capacidade de maximizar os recursos.

O ministério do “Clube dos 700” e seu trabalho junto às igrejas locais em toda a Argentina, sem dúvida, também cola­borou. A pregação agressiva de Jimmy Swaggart certamente acrescentou aos resultados.

Estou certo de que há muitos outros fatores, porém, gostaria de ressaltar o que os líderes principais consideram o mais importante: a oração. A Igreja na Argentina tem aprendido a orar.

Não é incomum as igrejas terem reuniões de oração durante toda a noite, especialmente na véspera de um feriado nacional. Visitei uma destas reuniões e havia 13.000 pessoas! Muitas igrejas têm o costume de ter reuniões de oração que começam sexta-feira à tarde e duram até a ma­nhã de domingo.

A igreja do pastor Scataglini, em La Plata, onde começou o avivamento, em janeiro de 1983, tem reuniões de oração no porão, após cada culto. Centenas de jovens passam a maior parte da noite em oração e gostam muito disso! O pastor Sergio Albarricin, da União Evangélica da Igreja na Amé­rica do Sul, em San Nicolas, abre as portas da sua igreja às cinco horas de manhã todos os dias úteis para que crentes tenham um tempo de oração antes de irem para o trabalho.

Omar Cabrera, pastor da igreja “centrífuga” de 145.000 membros en­sinou seu povo a andar com um caderninho de oração todo o tempo. Assim que surgem necessidades de oração, eles tomam nota no cader­ninho e oram até que o Senhor res­ponda. O pastor Guilhermo Prein, líder de uma congregação que cresce muito rapidamente em Buenos Aires, con­tou-me. “Se eu convocar o povo para uma assembléia ou um estudo, alguns virão, mas se eu convidá-los para uma reunião de oração, todos virão!”

Carlos Annacondia, que leva uma média de 1.000 pessoas por dia a fazerem um compromisso com Cristo, estabeleceu seu ministério de cruza­das em quatro períodos de oração. Primeiro, ele prega para os não-salvos e termina com um período rico em oração por e com os não-convertidos. As pessoas saem com a certeza de que falaram com Deus. Após um intervalo musical vem um período de batalha espiritual, no qual Carlos ora pelos endemoniados. Ao orar, cente­nas, às vezes até mil pessoas caem no chão por estarem sob opressão demo­níaca. Elas, então, são carregadas por co-obreiros até uma tenda enorme, atrás da plataforma, chamada “Pron- to-Socorro Espiritual,” onde elas são ministradas em oração por várias horas, até serem totalmente libertas.

Após outro intervalo, ele ora pelos enfermos. Finalmente, ele ora pelos que querem ser cheios do Espírito Santo, impondo as mãos sobre eles. Estima-se que das duas horas que Carlos passa ministrando na plata­forma, uma hora é realmente gasta em oração. Atrás da plataforma, ele tem uma “brigada de oração” de aproxi­madamente 50 pessoas, que, durante o culto (de até 7 horas) permanecem de joelhos, orando.

Hector Jimenez, o líder leigo da maior igreja no centro de Buenos Aires, construiu seu ministério sobre a oração. As pessoas vêm às reuniões para orar e para que orem por elas. O momento da oração é o ponto alto do culto. Omar Cabrera instrui seu povo regularmente a começar a orar assim que chegam às reuniões. Eu presen­ciei uma reunião na qual 24.000 pes­soas encheram um estádio de futebol. Foi entusiasmante ver a maioria das pessoas tomando posse, espiritual­mente, do estádio quando chegam.

A igreja Batista em Adrogue, sob a liderança de Eduardo Lorenzo, registra todas as respostas de oração mais importantes num “livro dos milagres.” A igreja sob os cuidados de Samuel Li- bert em Rosario, outra igreja batista, é conhecida por sua ênfase na oração e na vida do corpo. Não é difícil ver-se crentes nos ônibus, parques e até res­taurantes orando juntos. Quando se encontram socialmente, é costume encerrar a noite com um tempo de oração.

Quando chega a hora de orar, não somente os adultos oram, mas as crianças também. Uma das cenas mais tocantes que eu vi na Argentina foi a de crianças de seis anos, de joe­lhos, orando!

Há todos os tipos de orações na Argentina, porém, a oração mais sin­gular encontra-se no contexto da bata­lha espiritual. Os cristãos parecem ter dois focos em suas orações: Deus, a quem eles dão toda a honra e louvor; e Satanás, a quem eles rejeitam auda­ciosa e agressivamente.

Os cristãos têm a visão de que a oração tem um papel vital no plano da redenção criado por Deus. Eles acre­ditam que sem as orações da Igreja, Deus não poderá retomar o território invadido por Satanás. Eles mostram imediatamente que todos os versos

bíblicos sobre a oração indicam que a ação começa na terra. Precisamos pe­dir para que Ele nos responda. Preci­samos bater para que Ele abra. Pre­cisamos ligar e desligar aqui, para que no céu ocorra o mesmo. A ação na terra não somente precede, mas tam­bém, até certo ponto, determina a res­posta no céu. Em relação à pregação do Evangelho, é responsabilidade da Igreja expulsar demônios, curar os en­fermos e esmagar o poder do inimigo.

Esta abordagem tem transformado a oração em algo entusiasmante. Quando as pessoas oram, elas esperam que algo aconteça. Elas combatem o inimigo e amarram-no. Após isso, elas expulsam-no do seu território.

Omar Cabrera, considerado por al­guns o deão do evangelismo de poder na Argentina, literalmente tranca-se no seu quarto de hotel durante cinco a sete dias para orar agressivamente antes de começar os trabalhos numa nova cidade. Durante aquele tempo, ele ora amarrando o homem forte, ou o príncipe que controla a escuridão da­quele “cosmos” particular. Uma vez sentindo que isso foi realizado, ele anuncia publicamente ao povo que agora eles estão livres para virem a Cristo. Como prisioneiros libertados de uma cadeia subterrânea, milhares de pessoas literalmente correm para en­tregar seus corações a Cristo.

Carlos Annacondia começa suas cruzadas mostrando aos pastores co­mo tomar posse da cidade. Na noite anterior ao início da cruzada, todos os obreiros participam de uma reunião de oração tão intensa que relembra aque­la de Josué e o povo marchando ao redor de Jericó. Quando Annacondia foi à cidade de Córdoba, o centro mais sofisticado da Argentina, muitos pre- veram que ele iria ser derrotado. Porém, a visão de Carlos mais uma vez funcionou. Oitenta e cinco mil fizeram uma decisão por Cristo em dois meses!

Floro Oliveira, pastor de uma Igreja dos Irmãos em San Justo, um subúrbio de Buenos Aires, e os anciãos resol­veram colocar uma parte específica da sua cidade sob autoridade espiritual. Em muito pouco tempo, eles viram conversões em massa acontecerem naquela área. Hoje, eles se mudaram do prédio da igreja e foram para os fundos de uma escola vizinha, devido ao dramático crescimento do número de membros.

Eduardo Lorenzo e seus compa­nheiros de liderança da igreja Batista em Adroque têm lutado com o príncipe das trevas, que controla toda a área onde se situa a igreja. Eles já começa­ram a ver resultados dramáticos, não somente na sua própria igreja, mas no resto da área também.

O raciocínio que embasa esta visão é que o poder de Deus é, de alguma forma, limitado pela personalidade moral de Deus. Quando Deus criou o mundo, Ele o deu a Adão, que per­deu-o para Satanás. Naquele ponto do tempo, Satanás tornou-se o “deus des­te mundo” e os reinos deste mundo e a glória deles tornaram-se sua posse. Embora Deus possa retomar o mundo facilmente, Seu poder é limitado pela lei moral. Satanás poderia acusar Deus de trapaça se Ele interviesse diretamente.

Desde que o governo da terra foi perdido por Adão, que era um homem, somente outro homem poderia recu- perá-lo. Porém, já que todos os homens pecaram, eies estáo automati­camente sob o domínio de Satanás. Entretanto, Deus resolveu o problema através da encarnação de Cristo. Sen­do concebido pelo Espírito Santo, Ele é divino e o diabo não tem direito al­gum sobre Ele. Nascido da virgem Maria, Ele é um membro genuíno da raça humana.

É por isso que quando Jesus der­rotou Satanás, primeiro no deserto e depois no Calvário e com a ressur­reição, como segundo Adão, Ele foi capaz de tirar de Satanás, no sentido potencial, aquilo que Satanás havia roubado do primeiro Adão. Cada vez que a igreja ora (representando o segundo Adão), ela fornece a justificativa legal e moral para Deus derramar seu poder. E é por isso que as orações dos santos são tão importantes.

Se concordamos ou não com este raciocínio, temos que admitir que ele transforma a oração em algo entu­siasmante. Ela faz do cristão não somente um participante, mas também um parceiro da execução da Grande Comissão. No que tange à oração, a diferença é tão grande quanto a satis­fação de nadar numa banheira em comparação com a de nadar no ocea­no. Assim como o nadador experimen­ta grande entusiasmo quando os limites são ampliados e as correntes desconhecidas o levam, de igual modo acontece com aquele que ora.

Vendo que milhares são tirados das trevas em resposta à oração, a fé é fortalecida. Testemunhando milagres logo após uma reunião de oração, tor­namos a realidade a palavra de Deus e as promessas que ela contém. Depois de pouco tempo, as pessoas serão naturalmente atraídas para a oração pelo mesmo motivo que as plantas são atraídas para o sol: é do sol que elas tiram os benefícios para serem gran­des e fortes.  —Ed Siluoso

(Fonte: Global Church Growth)

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Uma resposta

  1. Meu Deus. estou maravilhada, sem palavras, que Deus nos desperte, e que os pastores e líderes tomem essa posição no Brasil também. Para que venha o grande avivamento na nossa nação.

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