Por Luiz Montanini
Israel e Igreja formam os ponteiros do relógio de Deus para a chamada da meia-noite
Em tempos considerados escatológicos, como o atual, preenchidos por guerras e seus rumores, a expressão relógio de Deus ganha sentido de urgência. Afinal, quem é o relógio de Deus, Israel ou a igreja?
Pensei nessa questão há cerca de dois anos, durante um congresso missionário em Ribeirão Preto, São Paulo.
Ali, o palestrante, um cristão messiânico, chamado “judaizante” por alguns, afirmava que o relógio de Deus era Israel, o povo escolhido, e que os eventos naquele país desencadeariam o Armagedom e o retorno de Cristo.
Enquanto o ouvia, lembrei-me de que, na contramão do que ele dizia, já ouvira e lera várias interpretações e doutrinas que colocam a igreja como o relógio. Quando esta estiver restaurada, pronta e pura como noiva preparada, e o evangelho do reino anunciado com poder em todas as nações, Jesus voltará para a maior das festas, a do seu casamento, reza esta cartilha.
Na dúvida, fiz então a pergunta silenciosa do primeiro parágrafo: Afinal, quem é o relógio de Deus, Israel ou a igreja? A resposta, ainda que também silenciosa, chegou a mim como uma pergunta, reverberou em meu coração e encheu-me de esperança.
– Quantos ponteiros um relógio tradicional possui?, ouvi a pergunta em meu espírito.
– Dois, respondi.
Naquele instante, surgiu em minha mente a parábola das dez virgens, descrita em Mateus 25 (v. 6) e que trata justamente da volta de Cristo, o noivo.
O texto diz:
“À meia noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro!”
E ouvi outra pergunta, no meu espírito:
– Como os ponteiros do relógio chegam à meia-noite?
– Juntos – respondi.
Imaginei, então, um relógio chegando perto da meia-noite e vi os dois ponteiros, o menor, das horas, e o maior, dos minutos, muito próximos, em forma de V. Um relógio de dois ponteiros, que marca as horas da noite. Um deles marca os eventos relacionados à nação de Israel. Outro, simultaneamente, marca os eventos no Israel espiritual de Deus, a igreja.
Então louvei a Deus, exultei mesmo. Minha meia-noite naquele assunto ficara clara como o meio-dia.
Percebi que, à meia-noite, ambos os ponteiros se juntam, como um. Não se reconhece um ou outro.
Percebi, também, que, durante o percurso rumo à meia-noite, não importa a altura ou a estatura dos ponteiros, quem é o maior e quem é o menor. O que importa é que ambos chegarão juntos ao seu destino, na hora certa de Deus, à abertura do cuco, ao toque da trombeta, ao grito que anuncia a chegada do noivo…
Tampouco importa o andar dos ponteiros, qual deles se movimenta rapidamente e qual circula devagar – isso revela tão-somente que a maneira como Deus trabalha com Israel é uma e com a igreja é outra; são dois movimentos diferenciados na forma, mas destinados a tornarem-se um único movimento.
Não importa se um ponteiro marca as horas e o outro, os minutos, porque ambos são fundamentais para dar início às 24 badaladas. Ou seja, um sem o outro não é.
Alguém poderia perguntar por que Deus escolheu a expressão meia-noite e não meio-dia para anunciar em metáfora a sua vinda. Seria, quem sabe, porque aquele dia, como diz a profecia, será de trevas e escuridão, mas também de glória? Talvez.
Mas voltemos aos ponteiros. Os ponteiros significam, neste caso, que Deus está trabalhando simultaneamente em Israel e na igreja e que quando a igreja e Israel estiverem prontos, todo o Israel será salvo e Jesus voltará.
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo – para que não presumais de vós mesmos: que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E assim todo o Israel será salvo” (Rm 11.25-26).
A figura do relógio demonstra, enfim, que Deus Pai é Senhor da história e do tempo. E que o relógio está em suas mãos. A nós resta vigiar, como as cinco virgens prudentes. E como o guarda da madrugada, de Isaías 21.11: “Guarda, a que horas estamos da noite?”
Respostas de 9
eu também tinha essa duvida sobre relógio de Deus
Muito interessante e esse artigo nos convida à um arrependimento, pois é chegada a hora. Resta-nos pouco tempo, se observarmos os acontecimentos tanto em Israel, quanto nas igrejas!!!
Espetacular! Vivemos dias do fim. Prepare-se.
Sábio irmão, quem sabe (e eu creio assim – agora após ler seu texto..) que não é ao meio-dia mas a meia-noite porque aí começa um novo dia…. as coisas velhas (e dias…) já ficaram para trás e começo um novo dia, um novo tempo, um novo relacionamento com Nosso Deus, através do noivo Jesus…..
Assim seja!
Glória à Deus e aleluia !
Faz todo o sentido . Realmente precisamos estar atentos . Para não sermos pegos de surpresa . Que o Espírito Santo , nos desperte , e abra cada dia à mais , a nossa mente ,para compreendermos muito mais melhor , a vontade de Deus em nossas vidas !
MUITO ESCLARECEDOR.
Meia-noite é o momento que surge um novo dia, ou, O Dia.
Confortador.