24 de novembro de 2024

Ler é sagrado!

Para Saber Mais…

Por: Eliasaf de Assis

À Sombra de Um Gigante

EUA, 1966.
Com Kirk Douglas, Senta Berger, Angie Dickinson.
138 minutos

Filme antigo e muito bem feito, conta a história de David Marcus, oficial militar americano que participou ativamente da luta pela independência em Israel (1947-1948).

David Marcus foi o primeiro aluf (cargo equivalente a major-general) de um exército judaico, nomeado por David Ben-Gurion, após dois mil anos de dispersão.

O filme é difícil de achar (embora esteja disponível para venda), mas compensa cada momento. Sua principal aplicação para nós cristãos são as cenas que demonstram a paixão dos guerreiros judeus, sua dedicação abnegada e sacrificial e seu amor pela terra. Traz para nós uma analogia interessante sobre o que deve ser nossa devoção e disposição por Jesus. David Marcus implantou disciplina, unidade e ordem estratégica em um exército que já era motivado, mas que não tinha uma direção precisa e coesa.

A abertura da estrada “alternativa” para Jerusalém (com obstáculos literalmente do tamanho de uma montanha), um prodígio à altura do livro de Josué, também contém cenas aplicáveis à vida cristã, liderança e fé para vencer desafios.

Em uma avaliação geral, embora misture dados históricos com ficção, o filme é uma das raras alusões à história de David Marcus, e ilustra bem a vida de um homem que já tinha fama e uma vida estabelecida, e que paulatinamente torna-se um amante da causa a ponto de morrer por ela. Em uma conclusão curiosa, o primeiro “Aluf” do Israel moderno transmitiu disciplina a soldados apaixonados e terminou seus dias tão apaixonado quanto eles.

Ah, que química excelente para nós cristãos! Paixão e disciplina para servir a Jesus em unidade e sob sua estratégia!

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Exodus
Leon Uris

A maioria dos livros e filmes que tratam do povo judeu no século XX se detém sobre o holocausto. E é verdade que esta é uma tragédia que deve ser relembrada, a fim de evitarmos horrores semelhantes. Mas talvez o holocausto não tenha sido a ocorrência mais impressionante do século XX envolvendo os judeus.

No livro Exodus, escrito por Leon Uris (3/08/1924-21/06/2003), você verá que o evento mais espetacular e assombroso envolvendo o povo judeu no século XX foi a restauração de Israel como nação, protagonizada por um povo que andou espalhado por todos os cantos do mundo, sem uma terra que fosse sua e sofrendo perseguições constantemente, por quase dois mil anos. De forma romanceada, o livro abrange a história de Israel desde o surgimento do sionismo até a inauguração do novo Estado de Israel.

A narrativa trata com paixão e beleza a forma heróica com que os judeus dedicaram-se à revolução. É impossível ler sem apreciar a abnegação, a fé, o trabalho diligente e a disposição para o martírio. E como encontramos nessa devoção dos judeus à sua causa um paralelo com as virtudes desejáveis para os cristãos! Sem exagero, a maioria das pessoas que leu Exodus suspirou para que sua fé cristã fosse algo menos religioso e mais militante.

Os estereótipos sobre os judeus também são demolidos: os participantes da fundação do Estado de Israel eram habitantes da Palestina, sobreviventes do holocausto, judeus norte-americanos, russos, alemães etc…, gente sintonizada com a moda e a cultura de seu tempo, um retrato bem diferente das caricaturas preconceituosas feitas sobre os judeus.

Se você está iniciando agora a descoberta desse assunto empolgante que é Israel moderno, esse livro é imprescindível. Ele pode ser encontrado novo ou em sebos com muita facilidade. Se você já ama Israel, intercede e acompanha notícias de lá há algum tempo, e ainda não leu… está para ter um dos maiores prazeres literários de sua vida!

O livro deu origem a um filme, gravado em 1960, de mesmo nome e estrelado por Paul Newman e Eva Mary Saint, que, embora curioso, não faz justiça ao livro.

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Ó Jerusalém
Dominique Lapierre e Larry Collins

Este é um dos melhores trabalhos já elaborados sobre o conflito entre palestinos e israelenses. Como sugere o título, “Oh Jerusalém” dedica-se a apurar as causas e eventos da batalha pela cidade de Jerusalém.

Os autores fizeram escola com seu estilo equilibrado, imparcial e metódico em amarrar detalhes históricos com precisão e uma pesquisa esmeradíssima. Embora seja escrito como um documentário jornalístico, a narrativa é muito feliz em contar a história das pessoas, o que dinamiza a leitura, que é atraente e faz com que você não queira largar o livro. Israel e os árabes são tratados com imparcialidade. Você será conduzido por cenas que explicam parte da mágoa palestina, e outras que explicam a tenacidade dos israelenses. E Jerusalém lhe parecerá linda, defendida e desejada por uma obsessão inexplicável.

Para quem já leu e deseja voltar a encantar-se com o estilo dos autores existem dois livros que (embora tratem de temas diferentes) guardam semelhança com esse: “Esta noite a liberdade”, que trata da independência da Índia, e “Fronteiras de Sangue” (com o título de “Senderos de liberdade”, no original espanhol, escrito por Javier Moro, sobrinho e auxiliar de pesquisa de Dominique Lapierre) que apresenta de forma grandiosa a colonização e exploração da Amazônia, biografando Chico Mendes.

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