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Uma Vida de Impacto: Consciência de Uma Nação

William Wilberforce

Numa época em que a confiança pública em seus representantes eleitos está em baixa, pode ser proveitoso examinar o passado em procura de exemplos positivos daqueles cujo envolvimento no governo tenha passado pelo teste da história, e sido aprovado pelo escrutínio da posteridade. O antídoto para cinismo em relação a políticos é esperança para o futuro, inspirada na conduta de pessoas que já exerceram poder e influência, e ao invés de promover uma agenda limitada focada em seus próprios interesses, mantiveram seu compromisso com o objetivo mais amplo do bem-estar de todos. William Wilberforce, membro do Parlamento britânico do século XVIII, era este tipo de homem.

Início de Carreira

William Wilberforce nasceu em 1759, em Hull, na Inglaterra, filho de rico comerciante. Este fato em si não constituía um princípio promissor para sua carreira política, já que naquela época os comerciantes eram desprezados pelos aristocratas e proprietários de terras. O pai morreu quando William tinha nove anos, e o garoto passou a ficar por grandes períodos com os tios em Londres, que eram amigos do grande evangelista, George Whitefield.

Apesar de nunca ter visto Whitefield, William freqüentou reuniões com outro líder famoso, John Newton, ex-capitão de navio de escravos, e autor de um dos mais conhecidos hinos evangélicos da história, Amazing Grace (Maravilhosa Graça). Foi dele que William primeiro ouviu relatos sobre a extrema crueldade do tráfico de escravos africanos.

Com medo de que o garoto fosse se tornar um “metodista fanático”, a mãe o trouxe de volta para casa. Lá ele terminou os estudos preparatórios e ingressou na Universidade de Cambridge, onde passou mais tempo jogando cartas e fazendo farra do que estudando. Em 1780, com apenas 21 anos, Wilberforce concorreu pela primeira vez a uma cadeira no Parlamento. De estatura pequena (apenas 1m60 de altura), e sem aparência física que o ajudasse, Wilberforce ainda tinha fortes adversários, um dos quais contava com poderosos patrocinadores. Suas chances eram mínimas.

Entretanto, tinha algumas armas a seu favor. Sua voz tinha uma potência surpreendente e podia ser ouvida nas últimas fileiras de grandes multidões; depois havia abundante energia, e uma encantadora força de persuasão e eloqüência. No fim da campanha, recebeu quase duas vezes o número de votos que o segundo colocado. Foi o início de uma carreira de quarenta e quatro anos no Parlamento.

“Nos meus primeiros anos no Parlamento”, ele escreveu anos depois, “não fiz nada – pelo menos nada que tivesse algum propósito. Meu próprio engrandecimento era o objetivo que eu mais lutava para alcançar.”

Foi neste período, porém, que ele se alinhou politicamente com William Pitt (que depois se tornaria o primeiro-ministro mais jovem da Inglaterra, com 24 anos), e que começou a se destacar no Parlamento através de discursos eloqüentes (ainda que ausentes de foco e paixão). E em 1783, o jovem político talentoso ganhou uma nova oportunidade de subir na carreira. Duas cadeiras do prestigioso distrito de York ficaram vagas, e Wilberforce resolveu concorrer. Uma vitória lhe daria outra posição e muito mais influência como parlamentar.

Praticamente desconhecido dos eleitores, ele viajou para seu primeiro discurso político da campanha. Havia quatro mil pessoas influentes no comício, e era uma noite extremamente fria, no norte da Inglaterra. Outros doze postulantes já haviam falado durante cinco horas, quando a multidão quase congelando viu uma pequena figura lá na plataforma. Bastaram poucas frases, porém, e o povo ficou magnetizado por sua eloqüência. Ouviram por mais de uma hora, e lhe deram aplausos ensurdecedores no final. Wilberforce ganhou a eleição.

De acordo com a prática legislativa da época, Wilberforce era perito em usar sagacidade e sarcasmo para destruir os pontos de vista dos seus adversários nos debates parlamentares. E assim, com vinte e cinco anos, alcançou uma posição de considerável influência e eminência. Era convidado a participar dos círculos mais elevados, participava dos segredos exclusivos dos ministros do governo, e era amigo íntimo do primeiro-ministro.

A Grande Mudança

Foi então que passou por uma experiência que mudaria completamente o rumo da sua vida. Numa viagem por vários países da Europa com alguns familiares, convidou Isaac Milner para acompanhá-los, sem saber das suas convicções religiosas. Milner era um cientista e matemático, uma mente brilhante, mas também um cristão convicto, o que na época parecia uma contradição impossível. Wilberforce, apesar das influências recebidas como garoto, agora mantinha apenas uma fé na existência de Deus, enquanto rejeitava a divindade de Cristo e a autoridade da Bíblia. Durante a viagem, os dois começaram a discutir religião, e a clareza e coerência de Milner obrigaram Wilberforce a examinar a Bíblia e os princípios do cristianismo de maneira mais séria. Quando voltou da viagem, já estava intelectualmente convencido das verdades bíblicas a respeito de Deus, de Cristo e do homem.

A partir daí, ele entrou em profunda angústia interior. Convencido da inutilidade das riquezas e também da sua incapacidade de abraçar as exigências radicais do cristianismo, ele passou vários meses em agonia.

“Estava cheio de tristeza”, ele escreveu. “Estou certo de que nenhuma criatura humana poderia ter sofrimento maior que o meu naqueles meses.”

A crise para Wilberforce se prendia no dilema de que, se aceitasse a vida cristã, teria de estar inteiramente à disposição de Deus; e neste caso ficaria excluído do seu círculo de amizades, perderia sua popularidade, e talvez tivesse de abandonar sua ambição política. Teria de escolher entre Cristo e o mundo; na verdade, queria ambos.

Diante do dilema, começou a considerar a opção de retirar-se da vida pública. Conversou com seu amigo William Pitt, o primeiro-ministro. Pitt aconselhou-o a não sair da política. Finalmente, com “dez mil dúvidas”, buscou a ajuda daquele que fora o primeiro instrumento de Deus na sua vida, John Newton. Com equilíbrio e sabedoria, o guerreiro idoso e experiente guiou Wilberforce a um lugar de confiança e segurança em Cristo. Ajudou-o a encontrar paz e alívio no coração e na mente através da obra que Jesus completara na cruz. E, apesar da opinião contrária da maioria dos evangélicos da época, que achavam a política uma influência muito mundana para qualquer cristão, Newton não o aconselhou a deixar o serviço público. Escrevendo numa carta, disse-lhe: “Esperamos e acreditamos que o Senhor o tenha levantado para o bem da sua igreja, e para o bem da nação”.

Para o resto da sua vida, Wilberforce iria referir-se a este tempo como “a grande mudança”. O senso de vocação começou a crescer. Cada vez mais sentia o peso da sua responsabilidade: “Um homem que baseia sua vida nos princípios que agora confesso terá de refletir que um dia no tribunal de Cristo prestará contas da sua conduta política”, ele escreveu.

Depois da sua conversão, Wilberforce transformou-se no estudante sério que nunca fora em Cambridge. Leu obras de literatura e história por até nove ou dez horas por dia. A Bíblia era seu livro favorito, e decorava passagens longas, inclusive o Salmo 119. Começou um hábito que duraria o resto da sua vida de fazer um auto-exame diário, e registrava detalhadamente suas falhas e a estratégia para corrigi-las no seu diário. Caráter era o mais importante de tudo para ele.

Ao mesmo tempo, não se transformou num cristão tristonho ou legalista. Discordava do sistema religioso que fazia do cristianismo uma lista de proibições ao invés de oferecer privilégios e esperanças. Segundo ele, a exortação do Novo Testamento de alegrar-se estava sendo praticamente esquecida, e o cristianismo se revestia de um ar restritivo e lúgubre, ao invés de ser uma vida de paz, esperança e alegria. Até o dia da sua morte, Wilberforce manteve esta alegria em servir à causa de Deus. Compreendeu que ser cristão não era só fazer a vontade de Deus, mas “ser a vontade de Deus”, refletir sua santidade e paz no homem interior, ao mesmo tempo que correspondesse à direção dele em atividades exteriores. Sem este alicerce, jamais teria conseguido resistir às pressões e tensões que o esperavam.

A Grande Causa

Em 1786, por saber da “grande mudança” que ocorrera na vida de Wilberforce, James Ramsey, um bispo morávio, alguns empresários quakers, e várias outras pessoas vieram lhe pedir para levar a questão da abolição do tráfico de escravos à Câmara dos Comuns do Parlamento. William Pitt, primeiro-ministro e amigo dele, também o incentivou. Wilberforce concordou em investigar o problema.

O tráfico de escravos neste final do século XVIII movimentava milhares de escravos, centenas de navios e milhões de libras. Era um dos principais sustentáculos da economia da Inglaterra, e de grande parte da Europa. Poucos sabiam dos horrores daquilo que era chamado Middle Passage (Passagem Intermediária), ou a travessia do Atlântico nos navios negreiros, onde aproximadamente um em cada quatro escravos morria.

Durante vários meses Wilberforce entrevistou testemunhas e leu relatórios sobre cada etapa no processo: a captura de homens, mulheres e crianças na África, o transporte nos navios, e o tratamento que sofriam nos canaviais britânicos nas ilhas do Caribe.

Em maio de 1787, Wilberforce já tinha visto o suficiente. Descrevendo sua decisão, escreveu o seguinte: “Tão enorme, tão pavorosa, e tão irremediável se manifestava a maldade deste tráfico, que fiquei totalmente convencido a favor da abolição… Fossem quais fossem as conseqüências, deste momento em diante determinei que nunca mais descansaria enquanto não conseguisse sua abolição.”

Estava claro para ele agora que precisava de alguém que reformasse “a moralidade da nação, alguém que pudesse levantar sua voz nos altos escalões do país, e que fizesse dentro da igreja e mais perto do centro de poder o que Wesley havia feito em reuniões e no meio das massas”. Agora já tinha uma missão clara para sua vida: “O Deus Todo-poderoso colocou diante de mim dois grandes objetivos, a supressão do tráfico de escravos, e a reforma de costumes (moralidade)”.

A Grande Batalha

De início, Wilberforce era otimista, até de forma ingênua, pois não via a magnitude das forças contra quais teria de lutar. Sabendo que abolir totalmente a escravidão no Império Britânico seria impossível de imediato, procurou criminalizar o tráfico, impedindo a vinda de mais escravos da África. A força dos seus sentimentos, e o apoio de alguns políticos proeminentes como William Pitt, Edmund Burke e Charles Fox, o fizeram inconsciente da enormidade da sua tarefa.

Do leito de morte, John Wesley lhe escreveu: “Não vejo como conseguirá vencer neste seu glorioso empreendimento de se opor àquela vileza execrável, que é o escândalo da religião, da Inglaterra, e da humanidade. A menos que o próprio Deus o tenha levantado para este propósito, certamente será desgastado pela oposição tanto de homens como de demônios. Entretanto, se Deus estiver a seu favor, quem lhe poderá resistir?”

A luta contra a escravidão realmente seria longa e sacrificada. Logo no começo, em janeiro de 1788, Wilberforce ficou seriamente adoecido. De acordo com seus médicos, ele não teria forças para resistir mais do que quinze dias. Com apenas vinte e nove anos de idade, parecia que chegara ao fim de sua vida. Sem dúvida alguma, era um ataque espiritual para impedi-lo de cumprir sua missão. Entretanto, o ataque falhou, e Wilberforce recuperou suas forças. Porém, até o final de sua vida ele lutou contra dificuldades físicas, fraquezas, problemas de visão, de estômago e de coluna. Por muitos anos teve de usar uma rude estrutura metálica para manter seu corpo em pé.

Duas vezes, ele foi emboscado e fisicamente agredido. O acordo internacional que tentou primeiro não deu certo. Finalmente, em 1789, ele conseguiu levar a medida contra o tráfico negreiro diante da Câmara dos Comuns. O debate começou por volta das cinco horas da tarde. Wilberforce discursou por três horas e meia.

“Não pretendo acusar ninguém, mas tomar a vergonha sobre mim mesmo, junto com todo o Parlamento da Grã-Bretanha, por ter consentido que este maléfico tráfico continuasse sob sua autoridade. Devemos todos nos declarar culpados, e não tentar nos desculpar através de apontar o dedo a outros.”

Depois de expor detalhadamente o relatório do comitê do Parlamento (uma espécie de CPI), e de responder a todos os argumentos dos seus adversários (os proprietários de navios negreiros de Liverpool, e os canavieiros do Caribe), concluiu, baseando seus argumentos finais, não em interesses ou políticas, mas em princípios:

“Existe um princípio que está acima de toda política. Quando reflito sobre o mandamento que diz: ‘Não matarás’, acreditando que a autoridade por trás dele seja divina, ousaria eu levantar algum raciocínio pessoal em contrário? … O que nesta vida poderia levar algum homem a contradizer os princípios da sua própria consciência, os princípios da justiça, ou as leis da religião e de Deus? A natureza e todas as circunstâncias deste comércio estão agora conhecidas por todos nós. Não podemos mais alegar ignorância… Esta Câmara terá de decidir, e justificar diante de todo o mundo, e de suas próprias consciências… sua decisão.”

Alegando necessidade de mais tempo e informações, a oposição conseguiu adiar o voto. O ano terminou em frustração. Em 1790, houve eleições para o Parlamento, e Wilberforce, sentindo que não era mais um político típico, duvidou que seria reeleito. Escrevendo para um amigo, disse: “Não posso dizer que sou mais a mesma pessoa. Sem dúvida tenho um senso muito mais elevado das responsabilidades da minha posição, e uma resolução mais firme de desempenhá-las com fidelidade e zelo, mas é igualmente fato que estou sob muitas restrições quanto à minha conduta que não tinha anteriormente, e que minhas opiniões religiosas são muito diferentes. Não que eu quisesse me retirar da vida pública nem me isolar numa espécie de mosteiro. Meu caminho é a vocação pública. Meu negócio é no mundo, e terei de andar no meio das assembléias dos homens, ou abandonar a função que a Providência divina parece ter colocado sobre mim.”

Apesar de tudo isso, foi reeleito com boa margem de votos, e continuou sua árdua missão. Houve mais adiamentos da votação, especialmente depois de uma revolta de escravos na ilha de Santo Domingo, o que aumentou na sociedade ainda mais o temor de acabar com a escravidão. Em 1791, e em 1792, a medida de Wilberforce foi apresentada e cada vez derrotada. Depois vieram as guerras contra Napoleão, desviando a atenção do Parlamento para outra direção.

Mas Wilberforce não desistiu. Muitos achavam que ele nunca conseguiria qualquer êxito nesta área. Um representante dos proprietários de escravos escreveu: “Certamente esta ira veemente do Sr. Wilberforce e dos seus amigos não prevalecerá num assunto de tamanha conseqüência às colônias e à Pátria”. Entretanto outros adversários tiveram de reconhecer seu espírito indomável, seu entusiasmo palpável. “É necessário observá-lo, pois é dotado de tal espírito entusiasmado, que ao invés de se enfraquecer sob o efeito de golpes adversários, torna-se mais vigoroso ainda.”

Até os amigos tentaram fazê-lo desistir, ou pelo menos esperar, e se dedicar a outras questões. Sua resposta foi que embora na política haja momentos em que é melhor pressionar, e outros em que é conveniente afrouxar, no assunto da escravidão, “onde há indiscutível culpa de ação, um homem que teme a Deus não tem liberdade” de se omitir. Nunca ele poderia sacrificar esta grande causa à conveniência política ou aos sentimentos pessoais.

A Grande Vitória

Finalmente, em 1807, quase vinte anos depois do início da sua campanha, Wilberforce alcançou sua primeira vitória concreta. O tráfico de escravos foi abolido por 283 votos a 16. O procurador geral, Samuel Romilly, fez um discurso em que comparou Napoleão e Wilberforce voltando para casa naquela noite, o primeiro com pompa e poder, porém com o sono atormentado pela consciência de sangue derramado, e o segundo repousando em paz profunda, por saber que havia preservado do sofrimento tantos milhões de semelhantes.

Antes de poder terminar seu discurso, a Câmara se levantou como um homem, e aplaudiu numa atitude muito rara, para aquela casa, o homem que lutara tanto para obter esta vitória. Wilberforce permaneceu sentado, como se nem estivesse ouvindo, lágrimas rolando pela sua face.

Na verdade, era apenas a primeira etapa da batalha. De 1807 a 1824, Wilberforce continuou a luta para abolir, não só o tráfico, mas a escravidão em todo o Império. Em 1824, ele fez seu último discurso no Parlamento, e entregou o bastão para parlamentares mais jovens. Nove anos depois, em 1833, a Câmara dos Comuns aprovou a lei abolindo a escravidão completamente. Wilberforce já estava com mais de setenta anos, e ouvindo a notícia, disse: “Graças a Deus”. Três dias depois, sabendo que sua missão estava completa, ele faleceu.

O Grande Modelo

Wilberforce, sem dúvida, representa um exemplo muito raro do papel que um cristão pode exercer na política. Raro, em primeiro lugar, pela sua integridade e claro senso de missão, pela sua isenção de interesses pessoais ou ambição por poder, e pela amplitude de causas que defendeu. E, em segundo lugar, como Wesley lhe dissera na carta, pela manifesta mão divina que indiscutivelmente o levantara “para tal tempo como este” (Ester 4.14). Evidentemente, não é qualquer pessoa que se dispõe a servir aos interesses de Deus na política que receberá uma missão tão clara e tão revolucionária como esta que Wilberforce cumpriu.

Entretanto, sua vida mostra um verdadeiro modelo do que é ser uma poderosa influência no meio corrompido do sistema de governo deste mundo. Crendo que sua responsabilidade principal no Parlamento era agir de modo a agradar a Deus, Wilberforce não se alinhava uniformemente nem com o partido Tory, nem com o partido Whig daquela época. A força da sua reputação moral e a habilidade com que apresentava suas posições conquistaram-lhe respeito de ambos os lados. Dizem que quando William Pitt olhava para Wilberforce, ele via o coração e a alma da Inglaterra.

Embora a luta contra a escravidão fosse a causa mais destacada a ser defendida por ele, Wilberforce não era uma pessoa de dimensão única. Trabalhou em favor da reforma penitenciária, da redução de crimes sujeitos à pena de morte (pessoas podiam ser enforcadas por crimes insignificantes como pequenos roubos), e da prestação de contas e honestidade dentro do governo. Dentro de seu segundo grande alvo de “reformar os costumes” morais da Inglaterra, Wilberforce trabalhou exaustivamente para mudar o clima moral do país, a partir do exemplo de líderes da sociedade. Fundou sociedades para avançar ideais morais e cristãos, sem contudo ser partidário ou defensor de nenhuma ala religiosa. Em grande medida, a moralidade generalizada existente na era Vitoriana do século XIX foi conseqüência desta influência de Wilberforce na sociedade inglesa.

Acima de tudo, deu um exemplo vivo daquilo que defendia. Alguém estimou que numa determinada época Wilberforce estava apoiando ativamente 69 causas filantrópicas. Um quarto da sua renda anual era doado aos pobres. Sustentou a viúva de Charles Wesley até a sua morte (trinta anos). Defendeu a causa dos “limpadores de chaminés”, de mães solteiras, até de animais. Estabeleceu Escolas Dominicais e orfanatos para os pobres filhos de criminosos. Sua casa era sempre um abrigo para os marginalizados e sem teto. Durante as dificuldades econômicas resultantes das guerras napoleônicas, ele abaixou o preço do aluguel para os inquilinos nas suas terras.

O que significa ser a consciência de uma nação? Consciência é o prumo de justiça e moralidade que serve de padrão em cada uma das questões da vida e da sociedade. Não é uma palavra popular no mundo subjetivo e relativista de hoje, mas define com precisão o papel que William Wilberforce desempenhou na Inglaterra da sua época. Do mais alto escalão de poder na nação, ele levantava este prumo e clamava em voz clara para que todos avaliassem a si mesmos e a sociedade diante do mais puro padrão de justiça e eqüidade. Nem sempre aqueles que assumem este papel terão os resultados positivos que Wilberforce alcançou. Entretanto, não há outro papel para um cristão na política.

Fontes de pesquisa:
Christian History – nº 53
Morning Star Journal, Volume 12 – nº 01

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