21 de novembro de 2024

Ler é sagrado!

Criando Filhos Para Servir a Deus – Parte II

Por: Jeannie Hoit (esposa)

Quando nossos filhos eram pequenos, Deus depositou uma esperança e uma visão em nós para que eles amassem ao Senhor tanto quanto seus pais o amavam. Nunca houve um tempo durante sua criação em que achávamos que podiam se afastar de Deus. Durante sua adolescência e depois como jovens adultos, todos os três amaram ao Senhor e adquiriram fortes convicções em muitas áreas que afetam suas vidas práticas.

Há alguns anos, a esposa de um pastor me perguntou que tipo de coisas meu marido e eu fizemos para levar nossos filhos a servir a Deus. A seguir, alguns dos pontos que relacionei naquela época.

1. Dar o Exemplo

Se quiser que seus filhos tenham convicções, você mesmo precisa ser uma pessoa de convicções. Seus filhos não terão mais convicções que você. O que eu realmente faço tem mais efeito sobre meus filhos que todas minhas palavras.

Dê o exemplo através de ter um coração submisso. Como podemos tratar com rebeldia na vida dos nossos filhos se somos rebeldes, nós mesmas, em relação aos nossos maridos ou em relação a outras autoridades sobre nós?

Dê o exemplo através de ter a atitude certa em relação às coisas do mundo. Estas coisas realmente perderam a atração para nós? Nosso tempo, energia e dinheiro são gastos em buscar coisas do mundo ou em alcançar os propósitos de Deus? Estamos excessivamente preocupadas com moda e aparência? Sabemos o que é ser modestas? Se não tivermos um bom equilíbrio em nossas próprias vidas, não conseguiremos trazer equilíbrio aos nossos filhos.

Dê o exemplo demonstrando o verdadeiro coração de serva. Se estamos sempre murmurando e reclamando no nosso dia-a-dia, nas tarefas de casa, podemos esperar que os filhos também terão atitudes negativas. Quando estamos centrados em nós mesmos e egoístas, eles seguirão os nossos passos.

É importante também ter convicções e dar o exemplo no tipo de música que ouvimos e no tipo de programa que assistimos na televisão. Na época, limitamos a quantidade de televisão a poucas horas por semana. Os próprios filhos nos ajudaram a fazer a seleção. Fizemos uma opção como família para eliminar as fontes impuras de influência em nossas vidas.

2. Seja uma Equipe como Casal

Trabalhar em conjunto tornou nosso trabalho com os filhos muito mais eficaz. Falamos muito um com o outro sobre este assunto. Como eu estava em casa mais do que meu marido, eu tinha mais contato com os filhos e estava mais a par do que se passava com eles. Mas sempre discutia os assuntos com meu marido para saber das suas opiniões e para que ele pudesse ajudar a resolver as áreas que estavam gerando preocupação.

É muito importante que o casal tenha as mesmas convicções e a mesma visão para os filhos. Se os alvos e convicções forem muito diferentes um do outro, os filhos acabarão tentando servir a dois senhores. Isto causa frustração e pode até fazer com que a criança ame a um e rejeite o outro.

Sempre nos esforçamos por ser unidos nas nossas decisões. Eu procurava saber o que meu marido pensava e o que já tinha declarado aos filhos antes de me posicionar sobre uma questão. Se houvesse conflito de opiniões, resolvíamos isto em particular.

3. Passe Tempo com os Filhos

Nosso relacionamento com os filhos foi um dos fatores que os motivou a amar a Deus e a obedecê-lo. Se você perguntasse a um deles o que fizemos como pais que mais o impactou, creio que diria que foi o tempo que passamos juntos e nosso relacionamento íntimo com ele. Este relacionamento mudou, cresceu e se aprofundou com o passar dos anos. Creio que foi o veículo que Deus usou para transmitir-lhes nossas convicções.

Com cada um deles, notamos uma necessidade de aumentar o nível e a profundidade do nosso relacionamento a partir da idade de 11 ou 12 anos. Quando Matt chegou a esta idade, meu marido começou a levá-lo para almoçar com ele, duas ou três vezes por mês. Ao atingir 14 anos de idade, Matt já tinha todas as nossas convicções. Creio que foi um resultado direto do tempo que foi investido em abrir o coração e conversar sobre princípios bíblicos. Conversaram sobre música e o efeito que tem sobre as pessoas. Discutiram o que era um relacionamento santo e puro entre garotos e garotas. Os princípios que meu marido transmitiu naqueles anos guiaram Matt durante toda sua adolescência. Capacitaram-no a guardar seu coração no caminho de Deus e a fazer escolhas para permanecer firme no caminho estreito.

Conhecer o coração do seu filho deve ser um dos alvos do relacionamento entre pais e filhos. Quando passa tempo conversando com seu filho, você deve aprender a identificar suas áreas de frustração. Palavras de direção e encorajamento podem ser transmitidas. Você deve também aprender a identificar atitudes e reações erradas. Ensiná-los a responder biblicamente permite que você trate com atitudes erradas antes de se tornarem hábitos permanentes. 

Muitos adolescentes hoje se distanciaram de seus pais. Não devemos permitir que isto aconteça em nossas famílias. Quando desenvolvemos e mantemos relacionamentos saudáveis e significativos com os filhos, eliminamos parte da sua necessidade de depender de colegas por aprovação. Como pais, nós devemos ser as pessoas que os encorajamos. Precisamos saber como estão espiritualmente. Precisamos conhecer a condição de seus corações. Precisamos conhecer suas forças e suas fraquezas. Isto só pode ser alcançado quando passamos tempo juntos, edificando o relacionamento e mantendo um caminho aberto aos seus corações.

4. Seja Diligente Para Treiná-los

A ênfase principal sobre treinamento e disciplina é nos primeiros anos. Temos notado que alguns pais são bem-sucedidos na sua disciplina. O fruto que prova isso é quando a criança possui um espírito dócil e um coração obediente e arrependido. Por outro lado, temos visto pais que disciplinaram seus filhos, contudo estes continuaram voluntariosos, obstinados, com corações não arrependidos. Já vi filhos sendo disciplinados que permaneceram bravos com os pais depois da disciplina. Suas lágrimas eram lágrimas de ira, não de arrependimento. Se isto estiver acontecendo, talvez você deva reavaliar seus métodos de disciplina – seu método de criar os filhos.

Meu marido (que é pastor) ensinou há alguns anos sobre a diferença entre pisar e castigar. A Bíblia diz que ainda que pisasse o tolo como grãos no pilão, não seria possível afastar dele sua insensatez (Pv 27.22). Pisar ou moer representa disciplina ineficaz. É dar uns tapinhas de leve: “Não, não, não, Suzi, vamos brincar com jeito!”

Este tipo de disciplina pode incomodar a criança o suficiente para deixá-la brava, mas geralmente não gera arrependimento. Podemos também pisar nossos filhos verbalmente. Insistir ou reclamar constantemente com os filhos – até dar uma leve repreensão verbal sem muita ênfase ou sinceridade – não é um método eficaz. Castigar ou “fustigar”, seja com palavras ou com a vara, é que produz corações arrependidos.

Provérbios 23.13,14 diz: “Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno”.
Para mim, fustigar biblicamente significa tomar o tempo para disciplinar corretamente. Faça disto um evento, um marco, não só uma reação.

Quando um dos nossos filhos precisava de correção, o levávamos ao quarto e o disciplinávamos fortemente. Não usávamos a vara com muita freqüência, mas quando a usávamos, procurávamos fazer com que tivesse um efeito profundo e que o resultado fosse um coração arrependido. Quando os filhos têm um coração arrependido, são tratáveis. Este é um pré-requisito para se poder implantar convicções de Deus em suas vidas.

A maioria das coisas que nos faziam discipliná-los era relacionada com rebeldia. Dizer “não” para um dos pais era inaceitável. Tampouco permitíamos que mentissem, que fossem malcriados, ou desobedientes.

É importante lembrar-se de que não podemos exigir perfeição dos filhos. Deus deixou-os sob nossos cuidados durante uns 20 anos e pode levar todo este tempo para completar a tarefa. Se ficarmos exasperados, teremos uma tendência de disciplinar por estarmos pessoalmente ofendidos. O problema não é o que é ofensivo a nós, mas antes o pecado realmente presente na vida do filho. Precisamos ser fiéis para tratar eficazmente com aquele pecado.

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