21 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

Ciência e Fé-George Washington Carver: Ciência com Inspiração Divina

Por: Ezequiel Netto

Podem a Bíblia e a Ciência andar em harmonia? Com essa pergunta, encerramos o artigo publicado na edição anterior da Revista Impacto, já sabendo que existem duas correntes antagônicas para responder a ela.

O meio acadêmico é categórico em dizer que não, alegando que tratam de assuntos completamente diferentes entre si. Essas pessoas querem deixar claro que toda informação científica é proveniente de sérias pesquisas e que suas descobertas expressam fatos comprovados. Pelos vários canais da mídia, essas informações são transmitidas à população, que passa a aceitá-las como verdadeiras e dignas de total confiança. O que a religião diz, segundo eles, depende da fé de cada um para ser aceito e, por isso, não deve ser considerado. Com esse pensamento, classificam os textos bíblicos como histórias e fábulas, que podem até ser úteis para ilustrar alguns princípios morais, embora sua veracidade não possa ser comprovada por qualquer meio aceitável.

Os cristãos tentam afirmar que o relato bíblico é verdadeiro, mas a grande maioria não possui nenhuma base para uma conversa de cinco minutos com qualquer cientista. Ademais, aqueles crentes que têm maior graduação acadêmica, além de conhecimento bíblico, aceitam tanto a postura religiosa quanto a científica, mas não conseguem juntar as duas correntes e as mantêm em compartimentos separados.

Com isso, as informações anti-religiosas ganham terreno a passos largos. Porém nem todos os religiosos são desinformados, e nem todos os cientistas são descrentes. Muitos cristãos foram pesquisadores sérios e deixaram uma grande contribuição para a humanidade.

Origem Humilde

Um grande cientista cristão do passado foi George Washington Carver (1864-1943). Como era filho de escravos, nem nome ele tinha. Por isso foi chamado pelo nome do primeiro presidente norte-americano George Washington, enquanto que Carver veio do patrão a quem ele pertencia. Ainda menino, demonstrou inteligência e raciocínio rápido, e ganhou da família Carver a oportunidade de estudar em uma escola missionária, pois os negros não eram admitidos em escolas para brancos.

Sua experiência de conversão se deu aos dez anos de idade, depois de conversar com um colega branco da mesma idade, que lhe contou sobre o que faziam na Escola Dominical. Carver perguntou sobre oração e, depois de ouvir a explicação, subiu sozinho para a parte mais alta do celeiro e pôs em prática o que acabara de aprender. Anos depois, testemunhou que não se lembrava do que disse na oração, só da maravilhosa sensação que veio sobre ele.

Carver conseguiu terminar o ensino fundamental e se mudou para o Kansas, onde concluiu o Ensino Médio. Em 1891, pela graça de Deus, conseguiu, mesmo sendo negro, ser admitido como aluno na Universidade de Iowa, onde se tornou Bacharel em Ciências, no ano de 1894. Em 1897, ele concluiu o seu Mestrado em Ciências Botânicas e foi admitido como professor assistente na mesma universidade, sendo o primeiro negro norte-americano a ensinar em uma escola de Nível Superior.

Sua Inspiração

Foi convidado a dirigir o Normal and Industrial Institute for Negroes, um instituto que preparava os negros do sul, no Alabama, para o mercado de trabalho. A agricultura americana, naquela época, estava passando por uma de suas piores crises, e muitos fazendeiros estavam falindo. Essa recessão se refletia no instituto, que também vivia uma crise financeira.

Carver orava com fervor a Deus, pedindo que um milagre acontecesse naquele lugar. Certa vez, teve um sonho em que pedia a Deus que lhe revelasse todos os mistérios do Universo. Deus lhe respondeu que isso seria muito além de sua capacidade de suportar. Em seguida orou pedindo que Deus revelasse os segredos do planeta Terra. Outra vez Deus disse que isso era impossível, pois sua mente não tinha capacidade para alcançar tamanha quantidade de informações. Mesmo assim Carver continuou orando, desta vez buscando o conhecimento de todos os segredos acerca do ser humano. A resposta de Deus foi negativa mais uma vez, pelos mesmos motivos já apresentados.

Por fim, já desapontado, ele pegou um amendoim na cozinha e pediu a Deus que lhe revelasse os segredos do amendoim. E Deus respondeu: “Agora, sim”, pois finalmente havia pedido algo de acordo com sua estatura.

Carver desenvolveu 325 produtos derivados do amendoim e mais de 100 outros produtos, derivados da soja e da batata-doce. Eram massas, pastas, fibras, vitaminas, óleos, alimentos variados, rações e até medicamentos. Com isso, libertou o sul dos EUA de sua dependência exclusiva do algodão, contribuindo para um grande desenvolvimento da região. Conseguiu ensinar suas descobertas para os dirigentes africanos, que contribuíram para minimizar o problema da fome naquele continente. Até hoje seus princípios e descobertas são utilizados por inúmeros setores industriais. Nunca patenteava suas descobertas, alegando que se Deus lhe havia dado gratuitamente esses conhecimentos, como ele poderia vendê-los para alguém?

Harmonizando Ciência, Fé – e Humildade

Carver não era muito conhecido ainda quando foi escolhido pelos produtores de amendoim para representá-los diante do Congresso dos Estados Unidos e convencer os deputados da importância do setor e da necessidade do apoio do governo. Como negro, foi até vaiado por alguns deputados racistas antes de iniciar sua apresentação, mas não se intimidou. Inicialmente só lhe concederam míseros dez minutos para defender sua causa, mas foi o suficiente para chamar a atenção da comissão, que ampliou esse tempo várias vezes, até que completasse sua apresentação. A partir dessa importante conquista, Carver recebeu muito mais atenção do governo, da mídia e de outros cientistas.

Carver nunca se envergonhou, diante de acadêmicos, políticos ou cientistas, de sua fé em Deus como Criador e na Bíblia como fundamento inabalável da verdade. Veja este diálogo com os congressistas norte-americanos:

– Dr. Carver, como o senhor aprendeu todas essas coisas?
– Do velho livro.
– Que livro?
– Da Bíblia.
– A Bíblia fala sobre amendoim?
– Não, senhor, mas fala sobre o Deus que fez o amendoim. Pedi a ele para me mostrar o que fazer com o amendoim, e ele me mostrou.

Para Carver, não havia conflito algum entre ciência e fé. O Deus que criou o universo era também o Deus que criou as regras que o governam. Ele testificou, em muitas ocasiões, que sua fé em Jesus era a única chave que lhe permitia exercer com eficácia a arte da ciência. Para ele a fé era um agente de transformação. Aumentava o conhecimento, não competia com ele. Quanto mais sua fé aumentava, mais ele desejava aprender. Quanto mais aprendia, maior se tornava sua fé. Acreditava que fé e investigação não só eram caminhos compatíveis para o conhecimento, mas que a interação entre as duas era essencial para pelo menos se aproximar um pouco da verdade em toda sua multiforme complexidade.

Suas declarações causavam muitas críticas. Em 1924, em Nova York, durante uma palestra, ele afirmou: “Nunca preciso ficar às escuras em relação ao método que devo usar: este me é revelado no momento em que sou inspirado para criar algo novo”. Dois dias depois, num editorial intitulado Homens Científicos Nunca Falam Assim, o jornal The New York Times declarou que os comentários de Carver revelavam “total ausência de espírito científico”. Carver respondeu: “Lamento muito que tenha havido um mal-entendido tão grosseiro a respeito do significado de ‘inspiração divina’. A inspiração nunca está em desacordo com a informação; pelo contrário, quanto maior a informação que se tem, maior será a inspiração”.

Carver foi amigo de presidentes dos Estados Unidos, ministros da agricultura e empresários. Henry Ford e Thomas Edison ofereceram altas somas de dinheiro (com salário comparável a quase um milhão de dólares por ano em valores atuais) para Carver largar o instituto e trabalhar em suas empresas de invenções; Carver, porém, não aceitava, pois preferia continuar trabalhando para o desenvolvimento de seu povo. Sua maior motivação era melhorar a sorte do homem no degrau inferior da escada social, o pequeno lavrador escravizado pela ignorância e falta de recursos, à mercê do mercado e da terra empobrecida pelo cultivo do algodão. Defendia também que o compromisso com a “Realidade Superior” é necessário para que a ciência e a tecnologia sirvam às necessidades humanas e não aos egos dos poderosos.

Maiores informações podem ser obtidas em:

Eles Criam em Deus – Biografias de cientistas e sua fé criacionista (Editora: Casa Publicadora Brasileira)
http://www.jangadabrasil.com.br/revista/colaboracoes/32.asp
http://www.sfnet.com.br/~walter.pacheco/descoberta.htm
http://www.chamada.com.br/midia/congressos/show_relatos.php?content_id=2
http://www.mail-archive.com/[email protected]/msg10004.html
http://en.wikipedia.org/wiki/George_Washington_Carver
http://personal.georgiasouthern.edu/~etmcmull/CARVER.htm
http://www.tuskegee.edu/Global/story.asp?S=1107203

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Respostas de 5

  1. Eu já tinha escutado a história desse homem na TV, mas isso faz mais de 6 anos e hj mesmo estava me lembrando da história dele. Muito bom ler esse tipo de história, pois mostra que o G. W. Carter tinha o melhor consultor que é o criador de todas as coisas. Gostei muito da matéria. Sou cristão e tb trabalho com pesquisas é bom saber que temos o Deus deste universo que gosta de nos revelar a beleza da sua criação.

  2. Sou cristão, agrônomo e pesquisador na área de doenças de plantas. Li o livro sobre a biografia de Carver quando estava na graduação na UFV. Este livro foi uma inspiração para mim com Fitopatologista. Gostaria de ter acesso a este livro, mas não me lembro o nome e não mais o achei. Penso que poderia ser editado novamente para servir de estímulos a outros. Um bom exemplo de vida e graça de Deus é sempre desafiados. Parabéns pelo texto.

  3. Agradeço a um amigo por ter compartilhado esse texto…
    É de grande enriquecimento pessoal e profissional…
    “Ser humilde é saber o nosso real tamanho diante da grandeza de Deus…”

  4. Coisa linda essa história, que mostra a grandeza daquele que criou todas as coisas. Que Deus ilumine a mente das pessoas para coisas boas.

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