21 de novembro de 2024

Ler é sagrado!

Em Que Mundo Você Trabalha?

Por Watchman Nee

Hoje somos confrontados por dois mundos, duas esferas de autoridade, sendo as duas totalmente diferentes e com caracteres opostos. Não se trata de um futuro céu e inferno; a questão está nestes dois mundos hoje, se eu pertenço a uma ordem de coisas em que Cristo é o Senhor soberano ou a uma ordem oposta de coisas que tem Satanás como seu líder efetivo.

Desde o dia em que Adão abriu a porta da criação de Deus para o mal entrar, a ordem do mundo mostrou-se hostil a Deus. Existe uma mente por trás dessa ordem, que é a do príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30;16.11; 1 Jo 5.19; Ef 6.12).

Podemos dizer que antes da Queda havia uma terra; após a Queda, passa a haver um mundo; e, quando o Senhor retornar, haverá um reino. Assim como o mundo pertence a Satanás, o Reino pertence ao Senhor Jesus.

O Curso deste Mundo

Deus está edificando sua igreja para sua consumação no reino universal de Cristo. Simultaneamente, seu rival está edificando seu sistema mundano para seu clímax no reino do Anticristo. Quão atentos devemos estar para que, em momento algum, nos encontremos auxiliando Satanás na construção de seu malfadado reino.

Quando nos deparamos com alternativas e com a escolha de caminhos a seguir, a questão não é: “Isto é bom ou mau? É útil ou nocivo?” Não; a pergunta que devemos fazer a nós mesmos é: “Isto é deste mundo ou de Deus? Como isto está afetando meu relacionamento com o Pai?” Pois “se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 Jo 2.15). Uma vez que há apenas este conflito no universo, toda vez que nos deparamos com dois cursos conflitantes, a escolha não deve ser menos do que esta: ou Deus… ou Satanás.

As Escrituras afirmam claramente: “O mundo inteiro jaz no maligno” (1 Jo 5.19). Jesus afirmou, logo antes de sua morte, que o momento chegara para “ser julgado este mundo” e para seu príncipe ser expulso (Jo 12.31). Será que temos conhecimento de que Satanás é hoje príncipe não só do crime, da corrupção, do engano e da lascívia, mas também da educação, da cultura, da ciência, das artes, do comércio e da política – de todas as coisas que constituem o sistema do mundo? Não pensemos nem por um momento que Satanás faz oposição a Deus somente pelo pecado e pela carnalidade no coração do homem; ele faz oposição a Deus por meio de todas as coisas mundanas. A natureza do mundo, e de tudo o que lhe pertence, é mover-se em direção contrária à vontade de Deus.

Veja como a “gravidade” natural do sistema puxa as coisas de um mundo para o outro: a maior parte das históricas universidades ocidentais foi fundada por homens cristãos que desejavam prover aos seus estudantes uma boa educação sob a influência cristã. Durante a vida de seus fundadores, o padrão daquelas instituições era alto, pois aqueles homens puseram um real conteúdo espiritual nelas. Mas quando morreram, o controle espiritual também morreu, e a educação seguiu seu inevitável curso em direção ao mundo do materialismo e distante de Deus.

Quando as coisas materiais estão sob controle espiritual, elas cumprem seu apropriado papel como subordinadas. Livres dessa restrição, elas manifestam, rapidamente, o poder que está por trás delas. A lei de sua natureza confirma-se, e seu caráter mundano é provado pelo curso que tomam.

Outro exemplo: há cerca de um século, a igreja começou a construir na China escolas e hospitais, com um definido padrão espiritual e um objetivo evangelístico. No início, não era dada muita importância aos prédios, enquanto a ênfase estava colocada na função da instituição na proclamação do Evangelho. Dez ou quinze anos depois, você poderia passar pelos mesmos locais e, na maioria deles, encontrar instituiçõinstituiça deles, encosntrar locaise, adrna apropriado papel como subordinadas.tambtalmente diferentes e com cares maiores e mais refinadas que as originais, mas, comparadas às dos primeiros anos, com um número muito menor de convertidos. E, hoje, muitas dessas esplêndidas escolas e universidades tornaram-se meros centros educacionais, carentes de qualquer motivação evangelística, enquanto, na mesma proporção, muitos dos hospitais que existem agora são apenas para tratamento físico, sem a preocupação com a cura espiritual. Os homens que iniciaram tais instituições conseguiram, em virtude de seu íntimo caminhar com Deus, mantê-las firmemente sob seu propósito, mas quando morreram, rapidamente estas instituições fizeram sua passagem de um mundo no qual o objetivo é servir ao propósito de Deus para um mundo organizado por Satanás.

Tome Muito Cuidado

A mesma transição pode ocorrer imperceptivelmente nas atividades cotidianas de plantar e construir, comprar e vender, trabalhar e descansar. Todas essas coisas podem ser perfeitamente legítimas, mas o poder que hoje está por trás delas pressiona os homens até que estes fiquem desnorteados e percam o equilíbrio. A força maligna que move o sistema do mundo tem precipitado uma condição hoje em que podemos ver dois extremos: o primeiro é a total incapacidade de vivermos somente com o que ganhamos, e o outro, a incomum oportunidade de juntar riquezas. Por um lado, muitos cristãos encontram-se em dificuldades financeiras sem precedentes; por outro, muitos encontram oportunidades de enriquecer também sem precedentes. Ambas as condições são anormais.

Vamos supor que eu lhe faça uma pergunta: “Em que você trabalha?”, e você responda: “Na área médica”. Assim responde, sem nenhum outro sentimento a não ser a satisfação na compassiva natureza de seu chamado e sem qualquer senso de possível perigo em sua situação.

Mas, e se eu lhe disser que a ciência médica é mais uma das unidades do sistema que é controlado por Satanás? E então? Presumindo que, como cristão, você me leve a sério, ficaria alarmado, e sua reação poderia até ser de perguntar-se se não seria melhor abandonar sua profissão. Não, não deixe de ser médico! Mas siga com prudência, pois está em território que é governado pelo inimigo de Deus e, a menos que esteja vigiando, poderá cair em qualquer uma de suas armadilhas.

Ou suponha que você seja engenheiro, ou fazendeiro, ou editor. Preste atenção, pois tais coisas também são do mundo, tanto quanto dirigir uma casa de entretenimentos ou um local que incentive os vícios (observe a diferença: em relação ao pecado, exercer uma profissão de engenheiro e trabalhar para incentivar vícios são coisas bem distintas; já em relação ao mundo, ambos pertencem ao sistema que é inimigo de Deus. O engano é achar que exercer uma profissão neutra nos isenta dos perigos desse sistema). A menos que você seja prudente, poderá ser pego em alguma rede de Satanás e perderá a liberdade que é sua como filho de Deus. Ao entrar em contato com qualquer uma das unidades de seu sistema, deveríamos pensar nisso duas vezes para que, inadvertidamente, não sejamos encontrados ajudando a construir seu reino.

Sair ou Abrir os Olhos?

Como muitos outros fatos da vida cristã, o caminho para a libertação do mundo é uma surpresa para a maioria de nós, pois vem contra todos os conceitos naturais do homem. O homem busca resolver o problema do mundo removendo-se fisicamente do que considera ser uma zona de perigo. Mas a separação física não opera a separação espiritual; e o contrário também é verdade: o contato físico com o mundo não leva à servidão espiritual do mundo. A escravidão espiritual do mundo é fruto da cegueira espiritual, e a libertação é o resultado de termos os olhos abertos. Por mais profundo que, aparentemente, possa parecer nosso contato com o mundo, estamos libertos de seu poder quando verdadeiramente conhecemos sua natureza. O caráter essencial do mundo é satânico; é inimizade com Deus. Saber disso é encontrar libertação.

Torno a perguntar-lhe: Qual é sua ocupação? É comerciante? É médico? Não fuja desses chamados. Simplesmente escreva: O comércio está sob a sentença de morte. Escreva: A medicina está sob a sentença de morte. Se assim o fizer com sinceridade, daqui em diante sua vida será diferente. Em meio a um mundo em julgamento, por causa de sua hostilidade contra Deus, você saberá como é viver como alguém que verdadeiramente o ama e o teme.

Não há razão para desistir de nosso emprego ou da nossa atividade secular. Longe disso, pois é lá que está a nossa vocação como luzeiros no meio das trevas. Neste assunto, não há considerações seculares, somente as espirituais. Não vivemos nossa vida em compartimentos separados, como cristãos na igreja e como indivíduos seculares no restante do tempo. Não há nada em nossa profissão ou em nossa atividade cotidiana que Deus deseja que seja dissociado de nossa vida como seus filhos. Tudo o que fazemos, seja no campo, seja na estrada, na loja, na fábrica, na cozinha, no hospital ou na escola, tem valor espiritual no reino de Cristo. Estamos ali para reivindicar tudo para ele.

Satanás preferiria que não houvesse cristãos em nenhum desses lugares, pois, decididamente, eles estão em seu caminho ali. Ele tenta, portanto, assustar-nos para tirar-nos do mundo, e, se não consegue fazê-lo, tenta envolver-nos em seu sistema mundano por fazer-nos pensar conforme ele pensa e por ditar nosso comportamento pelos seus padrões. Qualquer uma das duas opções seria uma vitória para ele.

Por outro lado, o fato de estarmos no mundo e, ao mesmo tempo, mantermos todas as nossas esperanças, todos os nossos interesses e perspectivas fora do mundo, significa a derrota de Satanás e a glória de Deus. A igreja não glorifica a Deus quando sai do mundo, mas quando irradia sua luz nele. O céu não é o lugar para se glorificar a Deus; será o lugar onde ele será louvado. O lugar para glorificá-lo é aqui.

Extraído de “Não Ameis o Mundo”, Watchman Nee, Editora dos Clássicos.

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Ética é o Melhor Negócio
John C. Maxwell, Ed. Mundo Cristão

Por Antônio José Barbosa

Ética é o Melhor Negócio é um livro que trata da ética não só nos negócios, mas em toda a vida, de uma forma bastante prática, sintetizando-a na Regra de Ouro: Trate os outros do mesmo jeito que gostaria de ser tratado. Usando vários exemplos reais, o assunto é exposto de forma clara e objetiva. Leitura indispensável para quem deseja ser orientado pela ética em todas as dimensões da vida.

Parece simples demais – e é! Pessoas que buscam um padrão de comportamento ético, bom e honesto para usar em sua vida podem encontrá-lo nesta regra.

Um dos pontos mais fortes é que é aceita pela maioria das pessoas; pode ser comprovado que existe uma versão da Regra de Ouro em praticamente todo tipo de cultura:

Cristianismo: “Façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam” (Mt 7.12; Lc 6.31- NVI).

Islamismo: “Nenhum de vocês é um fiel até que ame seu vizinho da mesma maneira que ama a si mesmo”.

Judaísmo: “Não faça a seu companheiro o que você considera odioso. Esta é a lei; tudo o mais é comentário”.

Budismo: “Não ofenda os outros com aquilo que ofende você”.

Hinduísmo: “Este é o resumo do dever: não faça com os outros o que você não gostaria que lhe fizessem”.

Zoroastrismo: “Qualquer coisa que lhe seja desagradável não a faça com os outros”.

Confucionismo:”O que você não quer que façam a você não faça com os outros”.

Bahai: “E se teus olhos forem voltados para a justiça, escolhe fazer por teu próximo o que escolherias fazer por ti mesmo”.

Jainismo: “Um homem deve caminhar tratando todas as criaturas como ele mesmo seria tratado”.

Provérbio ioruba (Nigéria): “Aquele que usa um dardo para atingir um filhote de pássaro deveria primeiro tentar fazer o mesmo consigo para ver como dói”.

Uma frase do autor, “talento é um dom; caráter é uma opção”, resume uma verdade importante: há muitas coisas na vida que não podemos escolher, como o local de nascimento, os pais ou a estatura; entretanto, há algumas outras, muito delicadas, que nos oferecem a chance de fazer uma opção. Escolhemos nossa fé, nossa atitude e nosso caráter.

Tanto no chamado como na carreira profissional as nossas decisões devem ser tomadas com base neste parâmetro de integridade que é a Regra de Ouro. Ao decidir adotá-la, obrigatoriamente teremos que repensar nossa visão de chamado/ministério ou nossa visão de carreira profissional, porque não decidiremos mais conforme as condições do ambiente ou pressão de pessoas e circunstâncias, e sim pelo parâmetro de integridade.

Outra coisa que chamou a atenção neste livro: se usar a Regra de Ouro no chamado/ministério ou na profissão, fazendo para os outros aquilo que eu gostaria que fizessem para mim, estarei aplicando o mandamento de Cristo, “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (que é uma outra variação da Regra). Agindo assim, estarei ajudando a melhorar a vida dos outros, mesmo que seja de uma forma mínima, e estarei contribuindo para o Reino.

Percebe-se que com a Regra de Ouro temos de agir de forma coerente onde estivermos, não importando se em um púlpito ou em uma mesa de escritório, se com muitos ouvintes, poucos ou nenhum, se com lucro ou prejuízo, mas com a certeza de que escolhas certas agradam ao Único e Verdadeiro Juiz.

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