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Memória Seletiva e Gratidão

“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios” (Sl 103.2).

“Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egito, não se lembraram da multidão das tuas benignidades; antes foram rebeldes contra o Altíssimo… Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome… Então creram nas palavras dele, e cantaram-lhe louvor. Cedo, porém, se esqueceram das suas obras… Esqueceram-se de Deus seu Salvador, que fizera grandes coisas no Egito… (Sl 106.7,8,12,13,21).

Todos nós temos lembranças de coisas ruins e coisas boas que nos aconteceram. Terminamos cada dia com uma mistura de sentimentos diante dos eventos positivos e negativos que nos ocorreram. Ninguém é isento disso. Ninguém fica só com o lado bom ou só com o lado ruim da vida.

Portanto, sempre temos uma escolha – podemos centralizar no palco emocional do nosso coração as coisas escuras ou as coisas brilhantes, as coisas terríveis ou as coisas maravilhosas. Somos feitos de tal forma que não podemos dar a mesma importância a tudo que nos acontece. Nosso cérebro automaticamente relega para um plano inferior as coisas que consideramos de pouca importância, quando não as coloca na lata de lixo do esquecimento. Por outro lado, prioriza os eventos de forte carga emocional fazendo com que nos lembremos, mesmo após muitos anos, os cheiros, sons e aparência dos cenários desses acontecimentos.

Esse processo, porém, não é apenas involuntário. Não precisamos ficar reféns dele. Podemos interferir fortemente no arquivamento de nossas memórias! Tanto podemos jogar no lixo do esquecimento coisas que não queremos reter quanto podemos resgatar do lixo coisas que queremos preservar.

Recentemente, o Senhor trouxe à minha atenção a história da cura dos dez leprosos. De um momento para outro, os dez que estavam no pior estado que uma pessoa poderia estar naquela época foram transportados de volta para a vida normal. Mas apenas um deles voltou, cheio de gratidão, para celebrar esse fato e para dar graças àquele que o curara (Lc 17.11-19). O Senhor admirou-se disso!

Como é egoísta e perverso o nosso coração! Temos a forte tendência de sempre seguir em frente, tocando a vida, procurando prazer, conforto e realização pessoal, reclamando e murmurando sobre qualquer coisa que nos impede nessa busca.  Esse “eu-centrismo” nos rouba a gratidão e nos faz extremamente seletivos em nossa memória. Conseguimos repetir a exaustão as coisas que nos feriram ou machucaram, mesmo que aconteceram há muitos anos, mas não nos lembramos das bênçãos, dos livramentos miraculosos, das curas e das provisões divinas.

O povo de Israel lembrava mais das cebolas, pepinos e alhos do Egito do que das grandes maravilhas que Deus fez quando os tirou de lá. Por causa dessa maldita memória seletiva negativa, não puderam entrar na terra prometida, mas morreram no deserto.

Que Deus nos ajude a cultivar uma memória seletiva positiva! Que oremos como Davi: “Bendize, ó minha alma ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios”. Que seja mais importante para nós, voltar ao Senhor sempre, repetidamente, para verbalizar as grandes obras que ele fez por nós do que simplesmente tocar em frente a nossa vida e pedir novos livramentos. Que deixemos de reclamar, de murmurar, de maldizer! Que sejamos pessoas cujos corações transbordam de gratidão ao Senhor por tudo que ele tem feito por nós! E que, por causa disso, nossos lábios sempre o exaltem e glorifiquem!

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5 respostas

  1. Desde muito novo ouvia um cântico do grupo S8 (em Niterói) que era exatemente esse Salmo. De tanto cantá-lo me levou a um exercício de sempre agradecer e bendizer ao Senhor e experimentei essa memória seletiva, não me lembrava de nada ruim, de nada negativo. De tanto as pessoas relatarem fatos e acontecimementos ruins que nos cercavam e eu de nada lembrar, pensei na época que era algum problema que eu tinha (minha memória para fatos realmente não é boa) mas tinha paz, leveza, bom humor, enfim, tudo estava sempre bem.
    Haroldo, agora com essa revelação percebo o quanto o Senhor nos preserva quando o bendizemos. Não concordo de forma alguma fazer isso como moeda de troca, de escambo. Mas a bondade do Senhor é tão infinitamente grande que somos muito beneficiados ao ter um coração grato e acima de tudo ELE É DIGNO DE TODO LOUVOR, ADORAÇÃO E GLÓRIA!!!

  2. Veja que entendi bem que nós é que temos de selecionar e escolher ser gratos, mas a bondade Dele retornou e eu não esperava isso. Concordo com 100% de tudo que foi escrito, ok? Escrevo para que não haja mal entendidos.
    Grande abraço e que o Senhor na Sua bondade continue te revelando (e a todos aí), para o nosso bem.

  3. Oi Rosa! Se sua irmã for esquizofrênica por causa disso, teremos que admitir que quase toda a humanidade é, porque todos temos fortes tendências para nos lembrar das coisas ruins e nos esquecer das boas. É claro que alguns tem esse problema muito mais agravado do que outros. Esquizofrenia, se não me engano, tem a ver com oscilação entre momentos de lucidez e momentos de acreditar em alucinações.

  4. Querido Harold, achei o texto muito apropriado e importante. Sempre leio seus textos, mas não tenho o hábito de comentar. Continue escrevendo sempre!

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