21 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

Refletindo Os Atributos De Deus

Por: Norman Street

O propósito mais sublime em tudo que fazemos ao criar nossos filhos é que eles possam conhecer a verdade e viver para Deus. Nós queremos que saibam que Deus é exatamente da maneira que Ele Se descreve na Bíblia e, ao mesmo tempo, infinitamente além desta revelação porque Ele está além de todo o pensamento humano. Nossos filhos devem aprender que somos todos responsáveis perante Deus e que o único caminho de bênção para alguém, quer seja criança ou adulto, é ouvir a Deus quando Ele fala e obedecê-lo sempre.

Esta é uma tremenda responsabilidade que está sobre nós como pais de ensinar nossos filhos o temor do Senhor e de ensinar-lhes a necessidade da obediência.

Na igreja e na Escola Dominical, os obreiros tentam dizer às crianças quem é Deus, como Ele Se revelou a nós na pessoa de Seu querido Filho, e tudo o que Deus operou em Cristo por nós. No lar, é tarefa dos pais mostrar-lhes quem é Deus, através de demonstração de vida. Isto é que é vida santa – mostrar a imagem de Deus.

Você diz: “Como é que eu, um pobre, cambaleante e falho ser humano (embora cristão) tão ciente das minhas falhas e muitos pecados, vou conseguir refletir os atributos de Deus para os meus filhos? Como eles podem aprender como que Deus é através de mim?”

Esta é uma grande pergunta na verdade. Uma pergunta a ser feita com muita propriedade. Mas foi assim que Deus ordenou. Deus planejou que ao crescerem no lar, os filhos pudessem aprender com seus pais certos aspectos do que significa ter um Pai no céu. Eles devem aprender com suas mães certas coisas concernentes à ternura de Deus e à graciosa meiguice do Seu amor.

Nas Escrituras Deus fala de Si mesmo de ambas maneiras. Foi o Senhor que disse: “Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados” (Is 66:13). Foi nosso Salvador (Deus manifestado na carne) que disse: “Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas” (Mt 23:37).

De que maneira Deus espera que nós, pais, reflitamos os Seus atributos para nossos filhos?

Deus é imutável

O Deus da Bíblia é imutável. Ele não é volúvel. Ele age e opera, não de acordo com os caprichos e vontades, mas de acordo com um propósito estabelecido. Como pais, podemos agir assim. É claro que será da nossa maneira pobre e limitada.

Nossos filhos podem aprender desde a infância que podem contar com os pais, que nós agiremos de acordo com certos propósitos também, propósitos que estão estabelecidos. Eles aprenderão que não agimos por capricho, e que podem predizer com bastante certeza o que diríamos em certas situações ou como reagiríamos. Desta maneira eles aprendem alguma coisa sobre a natureza de Deus a partir do exemplo de seus pais.

Deus é Previsível

Deus nos diz, em Sua Palavra, o que Ele fará em determinadas circunstâncias, e Ele assim o faz. Quando os filhos descobrem que em uma escala menor o mesmo se aplica aos pais, eles estão aprendendo alguma coisa sobre a imutabilidade de Deus.

Jó 23:13 diz o seguinte a respeito do Senhor Deus Todo Poderoso: “Mas, se ele está contra alguém, quem então o desviará? O que a sua alma quiser isso fará.” Eu me lembro muito bem como era no tempo de meu pai. Quando ele decidia que eu tinha passado dos limites e precisava de correção, ninguém podia demove-lo, e eu sabia disso. Assim é com Deus, e nossos filhos podem aprender que quando nós, pais, acreditamos que o que estamos para fazer é agradável a Deus, nós vamos fazê-lo. “Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito” (Jó 23:14). Foi isto que meus pais fizeram por mim enquanto seguiam ao Senhor.

Deus mantém sua palavra

“O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará” (Is 14:24). Aqui estamos, olhando para os decretos de Deus que são para toda a eternidade. Mas há um sentido no qual nossos filhos podem aprender que nós, enquanto pais, fazemos o que prometemos, quer seja em um resultado feliz (férias talvez) quer seja quando falamos de um castigo que agora precisa ser efetivado.

Em Malaquias 3:6 lemos: “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” Esta é a imutabilidade de Deus.

Quanto mais santos e parecidos com Deus nós nos tornarmos, mais nossos filhos verão que também não somos mutáveis ou temperamentais, mas bem equilibrados e consistentes na maneira que vivemos. Nós somos sérios no que dizemos. As promessas são mantidas fielmente e as ameaças são cumpridas.

A bondade e a severidade de Deus

Um dos maiores enganos que podemos cometer como pais é deixar nossos filhos impunes. “Sinto muito, papai, sinto muito. Eu não farei mais, eu prometo!” Nós respondemos: “Você tem certeza? Está bem, então, eu deixarei passar dessa vez.”

Certamente há lugar para a brandura, demonstrando a misericórdia de Deus, mas temos que ser cuidadosos. Se os filhos tirarem vantagem de nosso perdão, terão que aprender de nós o significado do versículo: “Mas contigo está o perdão, para que sejas temido” (SI 130:4).

Muitos filhos são perdoados com tanta frequência que agora temos uma geração em nossas mãos que não entende nem justiça nem misericórdia. Quando os filhos são avisados e, deliberadamente desafiam e desobedecem aos pais, é preciso que aprendam que agora é muito tarde para se desculparem. Você deve puni-los com o castigo adequado àquela ofensa.

Eu não quero dizer com isto que como pais, devemos ver e ouvir cada pequenino detalhe. Você pode aborrecer, e muito, seus filhos dessa maneira. Isto é parte daquilo que significa provocar seus filhos a ira. Eles chegam ao ponto de completa exasperação e dizem: “Não há jeito de agradar esses meus pais impossíveis.” Alguns filhos podem dizer isto com muita propriedade.

Como pais cristãos descobrimos, às vezes, que outros pais cristãos não são enérgicos o bastante, e isto nos coloca em uma posição embaraçosa. Podemos ter vizinhos não convertidos que deixam seus filhos fazerem de tudo. Nossos filhos sabem bem que muitos outros filhos ficam impunes, mesmo em lares cristãos. Eles argumentam: “Bem, os pais de Billy o deixam fazer isto, e o pai dele é diácono.” “A mãe de Mary diz que não tem nada de errado nisso, então por que eu não posso fazê-lo?” “Os pais de John confiam nele, mas vocês não confiam em mim.”

Todos estes argumentos são jogados sobre vocês. Quando os jovens chegam à idade colegial, é chocante ver quanta liberdade lhes é dada. Parece que os pais simplesmente têm que ceder ou senão sujeitar-se à ira de seus adolescentes tiranos!

Deixe-me fazer uma pergunta àqueles que ainda têm filhos pequenos: quando forem adolescentes eles se rebelarão contra vocês? Eles é que estarão no controle ou vocês estarão? Sem dúvida, sua resposta será: “Bem, espero que não seja dessa maneira.” Mas será, a menos que seus filhos aprendam desde pequeninos que nunca haverá exceções, que você vai estar no comando deles até que saiam de casa e arrumem um lar para si mesmos!

Você pergunta: “Mesmo quando estiverem na faculdade?” Sim, mesmo quando estiverem na faculdade. Até que cheguem ao ponto de não mais precisar do dinheiro do pai e da mãe, não mais viver com vocês sob o mesmo teto, você nunca abdicará de sua autoridade sobre eles. Por que você deveria?

“Bem, isto soa um pouquinho estranho. Por que você coloca as coisas desta maneira?” Primeiro, creio que nossos filhos devem aprender que o que era verdade sobre Deus quando eram pequenos ainda o é mesmo que agora sejam homens e mulheres. Não conseguiremos, qualquer que seja o período de nossas vidas, desafiar com sucesso, a autoridade de Deus. Nossos jovens, mesmo que saiam de casa para cursar uma faculdade, precisam saber que quando fazem algo que vai contra tudo que lhes foi ensinado em casa, não ficarão impunes. Seus pais cobrarão deles.

Em segundo lugar, é mandamento instituído por Deus nas Escrituras: Honra teu pai. Por quanto tempo? Até que você também se torne pai? Não, até o fim de seus dias. Você honra seu pai ao quebrar laços e abandonar aquelas coisas que lhe foram ensinadas?

O controle deve começar bem cedo e nunca devemos nos desviar. Este é o segredo. É muito difícil agir corretamente com nossos filhos todas as vezes. Eles podem se tornar difíceis, testando todos limites: norte, sul, leste e oeste. Importunando-nos sobre isto e aquilo. Pode ser um verdadeiro problema, mas aí é que devemos ser fortes no Senhor. É aí que o nosso amor deve ser forte e firme. Nossos filhos devem aprender lições claras, consistentes e inesquecíveis com seus pais sobre a autoridade de Deus. Eles precisam saber que certas coisas não são debatíveis e nem negociáveis com Deus e nem conosco.

O imensurável e eterno Amor de Deus

Depois também precisam aprender que Deus é paciente; que Ele é bondoso; que Ele suporta; que Ele termina o que começa; que Ele não desiste. Nem nós desistiremos dos nossos filhos, nem de nós mesmos. Em nosso amor perseverante eles verão o reflexo do imensurável e eterno amor de Deus.

Este amor deve ser refletido em toda nossa maneira de lidar com eles. Não é amor do tipo indulgente e sentimental, mas um amor que é tão profundo, tão forte e tão verdadeiro que disciplinará e corrigirá. Será um amor vigilante e intercessor. Será um amor do tipo que tira tempo para sentar-se e conversar sobre as coisas e explicá-las ao invés de dizer: “Estou muito ocupado e não posso ser incomodado com isto agora.”

Deus é amor e portanto se importa conosco e sofre por nós. Nossos filhos devem estar cientes do amor de Deus porque nós os amamos, nos importamos com tudo que fazem e com todas as suas transformações. Nós nos afligimos com as coisas pecaminosas e erradas em suas vidas. Nossos corações ficam feridos. Foi amor, amor divino, que planejou e depois operou nossa redenção no sofrimento e morte de nosso Senhor Jesus. Nossos filhos são conduzidos através do contato com a medida de amor operada em nossos corações pelo fruto do Espírito, para entender cada vez mais o impressionante amor de Deus.

A Justiça de Deus

Uma razão por que há tão pouca consciência do pecado é porque praticamente não há entendimento da justiça de Deus em nossa sociedade hoje. Você compreende que os tribunais da terra deveriam refletir a justiça de Deus? Todo malfeitor deve ser trazido à justiça, mas isto não acontece. Todo crime deve ser punido. Isto também não acontece.

Por que? O mundo está cheio de ateístas humanistas que não acreditam em punição por qualquer crime. “Punição? Que bem isto faz?” Eles dizem isto porque não conhecem a Bíblia. Eles não conhecem a Deus. Eles não entendem a justiça de Deus, em que não existe desvios ou alterações da lei.

Você pode imaginar como nossa sociedade seria diferente hoje se houvesse uma justiça imediata e exata? Mas como sabemos, leva uma eternidade para levar um caso ao tribunal.

Depois não se consegue mantê-lo no tribunal. Anula-se por isso, rejeita-se por aquilo, o processo é interminável. O senso de justiça e punição para a atividade criminal e para a quebra da lei não existe mais na maior parte.

A atitude é tão generalizada que este tipo de pensamento tem penetrado em nossas mentes cristãs, em nossos lares e em nossas igrejas. O resultado é uma perda muito grave dos antigos conceitos de lei, ordem, crime e castigo.

Deveria ser regra que toda ofensa, toda infração da lei de Deus, ou das regras da família fosse punida? Quando esta é a norma, então se ocasionalmente, resolve- se oferecer misericórdia ao ofensor, entenda que é misericórdia e não algo que é do seu direito.

Temos ensinado nossos filhos a acreditarem que ser isentados é seu direito irrevogável. Eles supõem que misericórdia é seu direito ao invés de entender que o que realmente merecem é punição, condenação e dor.

À medida que nossos filhos ficam mais velhos, devem ser capazes de ver algo da justiça de Deus na nossa maneira de tratá-los e também algo da Sua misericórdia. “Com misericórdia e com juízo Ele teceu o tempo de minha vida” cantamos num determinado hino. Nossos filhos devem conseguir ver misericórdia e juízo em seus pais e aprender deles a graça de Deus.

Muitos jovens não entendem e nem apreciam como a lei de Deus foi satisfeita através do sofrimento e da morte do Senhor Jesus. Acham que porque seus pais os desculpam com tanta frequência, Deus perdoa da mesma maneira os seus pecados. Eles não entendem que os nossos pecados não foram simplesmente perdoados. Na verdade, os pecadores receberam o castigo e a dívida foi totalmente paga na pessoa de nosso Substituto. Não é que Deus tenha nos isentado. É que toda a Sua ira e indignação contra o pecado e tudo aquilo que a lei exigia como penalidade, foram totalmente aplacadas e satisfeitas nos sofrimentos do nosso Senhor.

Deus não nos salvou do inferno às custas de Sua justiça e Sua santidade só porque nos amava. Tudo foi satisfeito na morte de nosso glorioso Senhor. Seu corpo foi quebrado e Seu sangue foi derramado para que toda exigência pudesse ser cumprida. Nenhum atributo de Deus e nada de Sua glória perdeu o brilho nem foi violado por algo que não era correto ou justo. Que grande salvação!

Graças a Deus por Sua grande provisão a nossos filhos que crescerão neste mundo perverso, atacado pelas tentações do diabo. Eles podem ter a preciosa Palavra de Deus alojada em suas mentes e corações. Podem ter o exemplo de um pai e uma mãe tão conscientes de suas falhas e pecados que oram e às vezes choram. Os filhos podem ver no pai e na mãe um pequeno reflexo de como Deus é. Que seja a ambição mais profunda dos pais querer que os filhos vejam neles um pouco mais do caráter de Deus a cada dia que passa.

Isto é possível pelo gracioso ministério do Espírito Santo. Sem Sua presença e habitação interior, que esperança os pais podem ter?

Deus ajude que em nossos lares os filhos possam sentir que quando o Senhor está conosco e vive em nossos corações Ele é exaltado em nosso meio. Tememos o Senhor. Andamos em Seus caminhos. Nós O amamos e, portanto, amamo-nos uns aos outros e O servimos.

Do Gospel Witness

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Respostas de 4

  1. Mensagem profunda e atual. É necessário buscar sua praticidade na vida de nossas famílias. Com certeza produzirá transformação.

  2. Glória a Deus, pela beleza e clareza, na exposição da bendita Palavra de Deus. Deste ensino que nós pecadores, remidos, pela graça de Deus, precisamos, aprender e praticar.

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