22 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

Vivendo em Parceria com Deus

Por: Crawford Loritts 

O artigo a seguir foi adaptado de uma mensagem dada na conferência “Heart-Cry for Revival” (Clamor do Coração por Avivamento) em abril de 2006, na Carolina do Norte, EUA.

Esta mensagem é sobre o pecado. Todos nós carregamos uma mancha. Podemos esfregá-la para nos livrarmos dela, podemos agir como se ela não existisse, podemos afirmar “pela fé” que não existe – contudo, continuamos com ela. É um lembrete permanente da nossa insuficiência sem Deus.

Os outros podem não enxergar nossa mancha tão claramente como nós, mas para nós é uma constante reafirmação da nossa carência da eterna graça e misericórdia de Deus. Ela nos protege do orgulho espiritual e da arrogância. Não importa quantos derramamentos tenhamos experimentado ou quanto temos escrito, pregado e falado a respeito de renovação, há uma mancha que não desaparece.

A Base da Comunhão

Uma das razões por que eu amo a primeira carta de João é que o autor é muito direto. O assunto da primeira carta de João é koinonia – comunhão. Nós temos barateado o significado dessa palavra. A palavra comunhão é muito específica. Ela não significa que os cristãos devam se encontrar para conversar a respeito do jogo de futebol e tomar um lanche com bolachinhas e suco. Koinonia significa literalmente compartilhar aquilo que temos em comum e, neste contexto, a palavra é usada no sentido de compartilhar com o propósito de edificar ou melhorar uns aos outros.

João fala tanto sobre o sentido vertical como o sentido horizontal na sua primeira carta. Koinonia deve ser experimentada numa parceria com Deus e, também, uns com os outros. Em 1 João 1.1-3, ele fala sobre a base dessa comunhão ou parceria.

O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.

Observe que João usa o artigo definido: ele se refere à vida. A vida exclusiva, a vida real foi manifestada ou publicamente exposta, e nós a vimos e testificamos dela e proclamamos para vocês a vida eterna.

A vida eterna que estava com o Pai foi manifestada a nós. João está dizendo aqui que não aprendeu sobre isso por ouvir falar. Não é informação de segunda mão. Em João 1:3, ele diz novamente, com efeito: “Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão, koinonia, parceria conosco; e, de fato, a nossa comunhão, koinonia, parceria é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.” João está simplesmente dizendo: “Eu o vi; eu toquei nele; eu o ouvi, eu o senti. Minha experiência pessoal e íntima com Jesus é a base de tudo que sou e de tudo que espero ser.”

O cristianismo evangélico, fundamentado na Bíblia, às vezes comete o pecado da bibliolatria. Eu também creio na inspiração de toda a Palavra de Deus. Acredito que há um poder especial quando pregamos as Escrituras. Mas quero lembrá-lo que não adoramos as palavras nas páginas da Bíblia! A Palavra Escrita é fiel, não para ser adorada, mas para nos dar uma imagem fiel de Deus e abrir o caminho para um encontro pessoal com ele.

João diz que está falando daquilo que conhece e experimenta e, em seguida, faz uma afirmação que considero a base para sua tese em todo o livro de Primeira João (v. 5). Tudo que vem depois é uma exposição e um desenvolvimento dessa afirmação.

É quase como se João dissesse aqui: “Se você me colocasse contra a parede e me dissesse: ‘João, de todos esses três anos e pouco que você passou com Jesus, qual é sua síntese de tudo que viu, de tudo que ouviu, de tudo que tocou? Você pode resumi-lo em uma linha para mim?’” Ouça o que ele diz: “Ora, a mensagem que da parte dele temos ouvido e vos anunciamos, é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma”.

O texto grego usa uma dupla negativa neste versículo. De acordo com a sintaxe gramatical em português, se você usa uma dupla negativa, uma cancela a outra. Na sintaxe gramatical grega, quando você usa uma dupla negativa é como um ponto de exclamação verbal. João diz mais ou menos isto: “Esta é a mensagem, que Deus é luz, e nele não há treva alguma; não, nenhuma treva de espécie alguma”. Uma síntese de todos os três anos de João com Jesus é: Deus é luz, e nele não há treva alguma – absolutamente nenhuma, de qualquer espécie – nada, nenhuma treva ou elemento de escuridão.

Portanto, João começa o seu livro dizendo que o padrão de nossa comunhão e parceria com Deus é que ele é um Deus santo. Hoje, entretanto, não há nenhum temor de Deus na maneira como muitos praticam o Cristianismo. No nosso desejo de termos um Cristianismo que se relacione conosco, com o qual possamos nos identificar, temos diminuído a nossa visão da deidade de Deus. Colocamos Deus tão próximo de nós que ficou abaixado ao nosso nível. Isso lembra um versículo em Isaías 57.15: “Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito…” Este é um dos paradoxos divinos. É como se Deus estivesse dizendo: “Nem tentem chegar perto de mim, vocês não podem chegar aqui. Mas eu também habito com o humilde, o simples e o contrito de coração. Eu virei até você se abraçar e reconhecer a distância. Quando você reconhece a distância, eu estarei bem ao seu lado. Mas se não reconhecer, não serei encontrado de forma alguma.”

A ilustração disso no Velho Testamento está em Êxodo 3, onde Moisés está andando pelo deserto cuidando do seu rebanho. O milagre real não foi que ele viu uma sarça ardente – ele havia visto sarças queimando no deserto muitas vezes; o surpreendente era que esta sarça não se consumia!

Quando Moisés se aproximou para investigar a sarça ardente, Deus o interrompeu. “Não te chegues para cá”, disse Deus. “Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa” (v.5).

Sempre que nos aproximamos da presença de Deus, há algo que precisamos tirar. Eu sei que cantamos “Eu venho como estou”, e, de certa maneira, isso é verdade – mas, por outro lado, você não sai da sua presença assim como entrou. É preciso vir se despindo de algumas coisas antes que possa receber outras.

Isaías sabia disso quando teve aquela visão incrível, pois exclamou: “Ai de mim! Estou perdido!” (Is 6.5). Quando você chega na presença de Deus, é melhor que se sinta perdido, inadequado, incapaz! Isaías passou a ter uma sensibilidade bem maior de sua distância de Deus e de sua pecaminosidade.

O nosso problema é que não nos sentimos suficientemente perdidos. Estamos tão superconscientes do amor e do abraço de Deus – e o amor de Deus é, de fato, muito, muito verdadeiro – que não experimentamos o correspondente temor diante da sua presença. Eu defendo que é impossível tratar correta e adequadamente com o pecado enquanto não houver uma profunda consciência da distância entre o homem e Deus e da santidade de Deus. É somente isso que proporciona o contexto para que haja graça e misericórdia. Não se pode entender o impacto da graça e da misericórdia até que haja reconhecimento da incalculável distância que existe entre Deus e o homem.

Possíveis Respostas do Homem

Esta é a razão por que, no primeiro capítulo de sua carta, João diz que há quatro possíveis respostas para a afirmação proposicional de que Deus é luz e não há nele treva alguma. Três das quatro respostas são erradas, e somente a quarta é a resposta correta. As três respostas erradas são cláusulas condicionais que são precedidas, nos versículos 6, 8 e 10, pela expressão “Se dissermos…”.

A primeira resposta errada é uma prática errada. O versículo 6 diz: “Se dissermos que mantemos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade”. Se você declara que tem parceria com Deus ao mesmo tempo em que continua a andar nas trevas, você mente e não pratica a verdade.

Creio que há muito mais pessoas não convertidas nas nossas igrejas do que imaginamos. Muitas pessoas presumem que têm um relacionamento com Deus por causa da influência cultural do cristianismo. Talvez tenham feito uma oração quando eram crianças ou responderam a um apelo em algum culto, mas sem ter havido uma mudança substantiva nas suas vidas. Parecem evangélicas, parece que crêem na Bíblia, conformaram-se com a estrutura do cristianismo – mas seus corações nunca foram tocados por Deus. Por baixo da superfície, elas mantêm atitudes, problemas e pecados sobre os quais nunca conseguiram a vitória. Abaixo da superfície, não se parecem com Cristo em nada.

João está dizendo: “Você olha para este padrão que afirma: ‘Deus é luz; e nele não há treva alguma [não, absolutamente treva nenhuma mesmo]’ e você continua andando nas trevas? Mentindo? Dando lugar para lascívia? Manipulando? Você continua fazendo essas coisas, sem qualquer mudança? Você nem se sente culpado por isso? Alguém está mentindo, e não é Deus.”

Não tire conclusões sobre pessoas na sua igreja ou nas suas esferas de influência que talvez conheçam as palavras, conheçam a Bíblia – podem até fazer parte de pequenos grupos. Se não há convicção do Espírito ou transformação à imagem de Jesus com o passar do tempo, o texto diz que você precisa questionar se é genuíno. A primeira resposta errada é o que eu chamo uma prática errada.

O padrão de Deus é um padrão perfeito. “Deus é luz; e nele não há treva alguma [não, absolutamente treva nenhuma mesmo].” Você pode olhar para essa afirmativa e dizer: “Eu tenho uma parceria com Deus, mas continuo a andar, presente do indicativo, nas trevas”? Não, você não pode fazer isso!

Há uma outra resposta negativa no versículo 8. É o que eu chamo de uma perspectiva errada. João diz: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós”. Ele diz que se olharmos para o padrão de Deus que afirma que “Deus é luz; e nele não há treva alguma” e, então, nos voltarmos e dissermos a nós mesmos que “não temos pecado”, estamos enganando a nós mesmos. João está dizendo que se você pode olhar para o padrão de Deus e ainda afirmar que não tem a capacidade de praticar o pecado, você está guiando a si mesmo para fora do caminho (este é o significado literal da palavra grega usada aqui para “enganar”).

Quando Deus nos dá vitórias espirituais, precisamos tomar muito cuidado com uma coisa: reconhecer que ainda estamos a caminho, que estamos do lado de cá do céu. Alguns de nós nos tornamos convencidos e orgulhosos da posição espiritual que alcançamos. Ficamos muito condescendentes com aquelas pessoas que caíram em pecado e passamos a idéia de que nós jamais faríamos tal coisa. O orgulho e a arrogância nos dominam.

Precisamos tomar muito cuidado sobre o que afirmamos que nunca faríamos. Descobri que a chave para a minha vitória é compreender que a qualquer dado momento eu sou capaz de fazer a coisa mais desprezível do mundo. Preciso de Deus a todo o momento! Se você pode olhar para a afirmação de que “Deus é luz…” e depois declarar que você não seria capaz de pecar em alguma área, você está guiando a si mesmo justamente para aquilo que está denunciando.

Abrindo um pequeno parêntese, quero afirmar que precisamos de mais ternura no Corpo de Cristo. Sempre que tenhamos que confrontar alguém a respeito do pecado, deveria haver uma lágrima pelo menos no nosso coração, mesmo quando não houver nos nossos olhos. Precisamos nos lembrar de que, não fosse a graça de Deus, nosso potencial de pecar poderia manifestar-se a qualquer momento. Se dissermos que nunca cometeríamos determinado pecado (o equivalente a dizer que não temos pecado), estamos enganando a nós mesmos e a verdade não está em nós. Isso é uma perspectiva errada.

A terceira resposta negativa é o que chamo de pronunciamento errado. O versículo 10 diz que se olharmos para o padrão que “Deus é luz; e nele não há treva alguma [não, absolutamente treva nenhuma mesmo]”, e depois declararmos que não temos cometido pecado, “fazemos [de Deus] um mentiroso, e a sua palavra não está em nós”. “Cometer pecado” é uma única palavra no grego, um verbo. João diz que nós não somente temos o potencial ou a tendência de pecar, mas que nós de fato o temos praticado.

Como seguidores de Cristo, somos peritos em eufemismos (substituição de palavras por outras menos ofensivas). Somos muito bons em remover os elementos mais desagradáveis. Não chame suas falhas de meras fraquezas. Você sabe que está com amargura, não se trata apenas de uma diferença filosófica no relacionamento; você está chateado e amargo e não gosta daquela pessoa. Você não falou irrefletidamente, você mentiu; você ficou com medo e mentiu. Você não teve um leve desvio de atenção; não, você olhou descaradamente para ela ou para ele, e deu lugar para lascívia. Você não estava simplesmente dividindo uma preocupação do seu coração, estava arrasando aquele irmão e criando uma falsa imagem porque não gosta dele – estava fazendo fofoca.

Precisamos ser claros e confrontar nossos pecados. Entretanto, somos tão sofisticados que conseguimos usar uma terminologia embelezada que encobre a sujeira e faz parecer que não somos tão ruins assim. Praticamos atos que machucam os outros. Pecamos. O apóstolo João diz que você não pode olhar para a luz de Deus e dizer que não fez nada errado.

Arrependimento

Qual é a única resposta correta para a luz de Deus? A única resposta é arrependimento. E mesmo que a palavra arrependimento não apareça neste texto, temos aqui uma das melhores definições descritivas de arrependimento em toda a Bíblia. Encontramos aqui tanto o ponto de arrependimento como o processo de arrependimento. Embora o versículo 7 venha antes do versículo 9, teologicamente o versículo 9 vem antes do versículo 7. São duas partes do arrependimento. Ao entender que “Deus é luz; e nele não há treva alguma [não, absolutamente treva nenhuma mesmo]”, como devemos reagir? A única resposta correta é: “se confessarmos…” e “se andarmos …”

O ponto de arrependimento é encontrado no versículo 9. João diz que a coisa a fazer é confessar os nossos pecados. Considere atentamente este versículo: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” Este é o ponto.

O problema é o seguinte: a maioria de nós não experimenta vitória sobre o pecado porque não assume o processo. Recebemos purificação sem vitória. Ele diz que se nós “confessarmos” – a palavra é “homolegeo”, que significa dizer o mesmo que Deus diz a respeito de alguma coisa. O que Deus diz, digo eu. “Eu menti. Eu cobicei. Eu disse coisas que machucaram. Fui ciumento, invejoso.” Diga o que Deus diz e assuma-o.

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.”

Muitos de nós vamos ter de lutar seriamente com a mesma área até que vejamos Jesus. Não creio que você terá que aceitar derrota nessa luta, mas é possível que terá que continuar lutando contra aquele inimigo.

Precisamos de novos padrões de hábito para vencer o pecado. “Se confessarmos…” – este é o ponto. “Se, porém, andarmos…” – este é o processo. Você precisa andar em direção à luz e para longe das trevas. Esta é a solução. Tudo o que for necessário, mesmo que você tenha que tomar medidas drásticas, seja o que for necessário para ficar na luz – ande na luz. Aprenda novos padrões de hábitos retos para sobrepujar a força de atração das trevas nessa área da sua vida.

Oração de Arrependimento

Você está andando na luz em todas as áreas da sua vida? O Salmo 51 é uma das maiores exposições na Bíblia a respeito do verdadeiro arrependimento. Muitos de nós praticamos somente dois dos quatro princípios esboçados no Salmo 51, o que explica por que damos três passos para a frente e quatro para trás. Há quatro coisas que Davi aponta no Salmo 51. A maioria dos estudiosos crê que este foi o seu salmo de profundo arrependimento depois do seu pecado com Bate-Seba.

Davi diz que o processo tem quatro partes. Número um, há confissão. Davi reconhece no versículo 4 que ele pecou contra o Senhor. “Pequei contra ti, contra ti somente…” Ele o reconhece e confessa.

Depois, em segundo lugar, há purificação. Ele foi lavado; ele foi purificado. Deus vem. Davi pede para ser purificado e, claramente, é atendido. E assim é nas nossas vidas. Nós confessamos e, então, nos sentimos limpos.

Porém, as algemas ainda precisam ser quebradas. São estas duas coisas a seguir que rompem as algemas. O terceiro ponto é consagração. Observe os verbos no Salmo 51: “renova… restitui…edifica”. Ele diz que não somente está triste pelo que fez, mas que não quer fazê-lo nunca mais. Ele implora por novos padrões de hábitos, por ajuda para vencer.

Finalmente, em quarto lugar, vem a contrição. Confissão, purificação, consagração e, finalmente, contrição.

Eu já ouvi muitos de nós cometerem este engano quando pregamos sobre o pecado, eu inclusive. Precisamos distinguir entre culpa e legítima lembrança emocional. Nunca diga para alguém não se sentir mal por causa do pecado que cometeu. Contrição é a lembrança ativa da dor que o meu pecado causou. É por isso que Davi disse que os sacrifícios para Deus são um espírito quebrantado e contrito. Há algo positivo na lembrança da dor.

Culpa é diferente. A culpa foi removida. Está debaixo do sangue. Não somos mais culpados daquilo. Fomos purificados. Aleluia! Fomos lavados. Glória a Deus! Mas, apesar disso, lembre-se!

Com que seriedade temos tratado o pecado? Com que seriedade eu estou lidando com o pecado na minha vida? O pecado fere o coração de Jesus que morreu pelos meus pecados e pelos pecados daqueles que temos criticado ou desprezado. Esquadrinhemos os nossos corações e roguemos ao Espírito de Deus que nos revele o nosso pecado – qualquer coisa que possa ferir o seu coração. Não procure inventar nada, mas também não ignore nada. Peça ao Espírito de Deus que lhe mostre as áreas que talvez precisem ser colocadas no altar, que requeiram arrependimento ou que devam ser afastadas de sua vida.

Crawford Loritts é o pastor titular da Fellowship Bible Church, em Roswell, Geórgia, EUA.

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