Asher Intrater
No livro de Romanos, encontramos a frase “ao judeu primeiro” três vezes: uma para o evangelho (1.16), uma para a ira (2.9) e uma para a glória (2.10). Creio que essa frase é uma continuação do livro de Gênesis, no qual Judá deveria “ir primeiro” (Gn 46.28). A ligação entre “os judeus primeiro” dos evangelhos e “Judá primeiro” na Torá revela a consistência da ordem divina em todas as alianças bíblicas.
A aliança messiânica veio por meio de Isaque ao invés de Ismael, porque Abraão já era casado com Sara. Ela veio primeiro.
A semente, então, passou por Lia, pois ela era a primeira esposa de Jacó, embora Jacó amasse mais a Raquel. A aliança deveria ter ido para Rúben, por ser o filho primogênito, porém ele se desqualificou devido à perversão sexual (Gênesis 35.22). O segundo filho, Simeão, foi desqualificado por causa de assassinato (Gênesis 34.30). Levi não entrou na linhagem real por sua cooperação com Simeão, mas manteve o sacerdócio como o 3º filho.
O direito à aliança passou, então, para Judá (Gênesis 43.3). Ele se provou digno quando se dispôs a sacrificar-se para salvar Benjamim (Gênesis 44.18). Quando Jacó foi ao Egito, a ordem da liderança de Judá já havia sido estabelecida (Gênesis 46.28). A ordem de acampamento das tribos no deserto era novamente: “Judá primeiro” (Números 10.14). Quando os israelitas conquistaram a terra de Canaã, Judá subiu primeiro (Juízes 1.2).
Com a Ordem vem a Controvérsia
A controvérsia quanto à prioridade da tribo de Judá veio à tona quando Davi se tornou rei. Após a rebelião de Absalão, as dez tribos do norte de Israel acusaram a tribo de Judá de “furtar” os direitos de coroação (2 Samuel 19.41-43). Judá respondeu que a prioridade deles veio por serem “parentes mais próximos” de Davi. Israel respondeu dizendo que eram “dez vezes” maiores, e que Judá os tinha desonrado. No entanto, o argumento de Judá sobre ser “primeiro” foi mais forte que o dos israelitas quanto à igualdade.
O conflito entre Judá e Israel é uma figura do conflito entre Israel e a Igreja. Embora a enorme quantidade de pessoas na Igreja internacional tenha uma grande importância, ela não substitui a ordem de aliança sobre Judá vir primeiro. A ordem continuará até o fim dos tempos (Zacarias 12.7), até a segunda vinda (Mateus 23.39) e até mesmo no governo milenar (Mateus 19.28).
[O Reino de Deus é estabelecido através de alianças. Deus é fiel às suas alianças. As alianças possuem ordem; e essa ordem reflete uma estrutura de autoridade – seja no casamento (1 Timóteo 2.13), seja na família, no governo, na Igreja ou em Israel.]
Adoração em Espírito e em Verdade
Dan Juster
Mateus 6.33 nos ordena: “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça”. O primeiro passo para buscar o seu Reino é buscar um relacionamento com o Rei por meio da adoração. O avanço do Reino flui a partir da adoração e é potencializado por ela.
Em João 4, Yeshua diz à mulher samaritana: “Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade“.
Adorar em verdade significa que o conteúdo da nossa adoração deve ser baseado na verdade e que ela deve ser sincera. Deus é louvado como Criador, como aquele que é infinito, misericordioso, amoroso e justo. Ele deve ser exaltado como aquele que intervém na história humana para que seus bons propósitos sejam cumpridos. O Êxodo e outros atos históricos de Deus permeiam os Salmos.
Em João 4, Yeshua está retratando a diferença entre a ordem da aliança Mosaica e a da Nova Aliança. Yeshua disse que o menor no Reino é maior que João Batista. Nesta nova aliança que é melhor, nossa adoração é centrada nele e em tudo o que fez por nós: sua crucificação, sua misericórdia, seu ministério, sua ressurreição, sua ascensão, seu governo a partir do céu, seu retorno e futuro reinado.
Num duplo sentido familiar, Yeshua diz: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo” (João 12.32). Isso se refere à sua crucificação por meio da qual atrairia todas as pessoas a si mesmo. Tais foram o poder e o amor liberados na sua crucificação que não tinha como não resultar na sua ressurreição. É aqui que a justiça e a misericórdia se beijam. Aqui está a expressão mais completa do amor de Deus, do seu sofrimento por toda a dor da humanidade. Contudo, o versículo também se refere a nós o exaltarmos em adoração.
A adoração em espírito denota o fervor do nosso espírito aceso pelo Espírito Santo. Como Jonathan Edwards argumentou tão bem em seu magnum opus, The Religious Affections (As Afeições Religiosas), nosso relacionamento com o Pai, Filho e Espírito é uma afeição que precisa incluir emoção.
Relatório do Shavuot
Do lado técnico, nossa reunião de oração durante a noite toda começou com alguns problemas. Nosso servidor caiu justamente quando a transmissão ao vivo pela internet ia começar. Passou-se uma hora e meia até que conseguíssemos restaurar a transmissão. Lamentamos que muitos de vocês não puderam acompanhar desde o início. Apesar desses contratempos, a vigília correu muito bem. Tivemos mais convidados internacionais presentes aqui fisicamente do que nunca, e para vocês de todo o mundo que se juntaram a nós pela internet, gostaríamos de expressar o nosso MUITO OBRIGADO! A sua cooperação conosco em oração significa muito para nós!
Construindo Pessoas
Nós só podemos ir até certo ponto sozinhos. Nesta mensagem, Asher enfatiza que o reino de Deus é composto por pessoas e que não temos outra escolha senão construir relacionamentos e trabalhar como equipe para que o reino de Deus avance. Para assistir a essa mensagem em inglês:
http://www.youtube.com/watch?v=5pVqS0ETEgU&list=UUeOJT0q7PjZHNSXnjZpZkAA&feature=share