22 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

A Chave da Vitória

Por: Ezequiel Netto

O homem já foi criado no centro de uma grande batalha. E foi dada a ele a natureza para lutar e vencer! Por isso uma expectativa pelo final dessa batalha está dentro de cada um de nós. E não cabe a nós a decisão de entrar ou não na batalha, pois já estamos nela. Cabe-nos, apenas, escolher de que lado vamos lutar – dos vencedores ou dos perdedores.

Um Confronto Desigual

Acredito que um dos fatores essenciais em uma batalha consiste em um equilíbrio entre as forças. É certo que em todas as guerras um lado sai vencedor, mas o oponente pelo menos deve ter a chance de competir, tentando alcançar a vitória. Por esse motivo, em muitas competições esportivas e políticas, existem as eliminatórias, onde os candidatos são selecionados após mostrarem condições mínimas para disputar. No boxe, um lutador precisa vencer várias etapas até chegar ao ponto de desafiar um campeão. Um exemplo de uma guerra desequilibrada foi mostrado no filme 300, no qual o imenso exército da Pérsia, dirigido pelo grande Xerxes (chamado de Assuero no livro de Ester), massacrava os pequenos reinos ao seu redor. O valente exército dos 300 homens de Esparta tentou resistir-lhe, porém foi em vão, dada sua enorme desvantagem.

O mesmo ocorreria num confronto direto entre Deus e o diabo, pois este nem passaria pelas eliminatórias. Pela sua própria natureza de “ser criado”, não existem condições mínimas para lutar contra o seu Criador. Na verdade, ele não possui autonomia sequer para fazer o que deseja.

Satanás se rebelou e deseja reinar à sua maneira, acima do trono de Deus. Sua tese, em relação à humanidade, é de que ela sempre preferirá a “liberdade” do reino das trevas a servir ao Senhor. Acredita que o homem busca a Deus apenas por interesse. Como acusador, é isso que apresenta a nosso respeito diante do Pai.

Deus poderia ter destruído a Satanás, em vez de lançá-lo na Terra, mas não quis simplesmente massacrá-lo, em um ato de fúria. Criou o ser humano e confiou a ele essa tarefa. Mesmo sendo feito um pouco menor e mais fraco que os seres espirituais, inclusive os demônios, Deus aposta que o homem vai vencê-los. Da boca dos pequeninos e dos que mamam é que o Senhor suscitará força para vencer o inimigo (Salmo 8). São os fracos que vencem. Este é o script da batalha atual. Todas as investidas do diabo são contra o homem e o mundo criado.

Um Contraste de Métodos

Deus nos concedeu uma opção de escolha, e, por meio de Jesus, o poder para desprezarmos a rebeldia e soberba satânicas e nos voltarmos para nosso Criador. O diabo apela para a atração humana, inerente a sua natureza, pela independência e egoísmo, mas não confia no ser humano e faz tudo para não o deixar em liberdade para fazer sua própria escolha. Ele nos engana, manipula, tenta, arma laços – a fim de que o homem seja obrigado a tomar a decisão errada e, assim, cumpra sua teoria.

Deus é amor, mas o diabo não ama a ninguém – o que ele nos oferece não é para nossa felicidade pessoal, mas para afrontar a Deus e macular com o pecado toda a imagem e glória de Deus depositadas em nós. Mas Deus resolveu correr o risco de confiar o destino de toda a criação ao ser humano. E vai manter sua decisão até o fim.

Jesus abriu mão da condição divina, assumiu a forma humana e viveu 100% de acordo com a vontade do Pai. Representava uma grande ameaça para um mundo movido pelo pecado, pois nele demonstrou-se que a teoria de Deus era possível. Ao ver o Filho de Deus assumindo a condição frágil do homem, a esperança do diabo de dar um golpe mortal no Criador e vencer reacendeu. Contudo, não encontrou na vida do Mestre uma única atitude a ser acusada, nem pôde provar a Deus a impossibilidade de se viver totalmente voltado para ele, como Deus queria. Conseguiu levar Jesus até a uma morte humilhante, porém quando comemorava sua aparente vitória, Jesus ressuscita, vencendo e despojando de uma vez por todas o diabo e seu exército de demônios (Cl 2.15). A morte não tinha poder sobre ele!

Nossa Posição Atual

Já ouvi muitos irmãos falarem de um processo de retaliação por parte do inimigo contra aqueles que fazem alguma coisa pelo avanço do reino de Deus; aliás, parece ser uma doutrina aceita com tranqüilidade por boa parte da igreja. Mas será que a promessa de Jesus “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano” (Lc 10.19) não diz exatamente o contrário?

O diabo, como leão, ruge ao nosso redor, procurando a quem possa tragar (1 Pe 5.8). Mas por que o leão ruge? Da mesma forma que um lutador de caratê, ele grita para amedrontar o seu oponente. Assim, ele tenta nos atingir através do medo e, também, do engano, pois ele não é o verdadeiro leão. Não somos capazes de enfrentá-lo sozinhos, mas em nome de Jesus podemos desfazer todas as suas artimanhas. Como somos mais fracos que o diabo, nossa vitória consiste em estar do lado de quem é mais forte do que ele.

As condições já nos foram dadas. Jesus nos libertou (pretérito perfeito – tempo verbal que exprime ação passada ou anterior) do império das trevas (Cl 1.13; Ef 2.2-3). Em Cristo somos mais que vencedores, porque conseguimos a vitória mesmo sendo mais fracos. Também não existem em nós condições mínimas para desafiar o diabo, mas nosso socorro vem do Senhor, que criou os céus e a Terra. Os que se rendem totalmente ao Senhor encontrarão a vitória!

O apóstolo Paulo orava pelos efésios para que fossem iluminados os olhos do entendimento deles, e que Deus, o Pai da Glória, lhes desse espírito de sabedoria e de revelação (Efésios 1:16-18; também em Cl 2.2-3). Esse texto fala de coisas que eles buscavam, sem a consciência de que já estavam ao seu alcance, pois Deus já as havia providenciado. Nossa situação atual é muito parecida com a deles. Lutamos contra um inimigo que já foi derrotado e tentamos preservar algo que já foi condenado. Não percebemos, não temos revelação, não temos consciência do que somos e do que já recebemos de Deus, nosso Pai. Sem esse entendimento, não experimentamos a liberdade e a frutificação plena intrínseca à nossa verdadeira identidade espiritual em Cristo, expressa em sua Palavra.

Que Tipo de Batalha é Esta?

Uma cena do filme Titanic ficou gravada em minha mente: o navio afundando e a bandinha tocando o hino cristão “Mais perto quero estar” para acalmar os que estavam prestes a morrer. O diabo também faz isso com o ser humano. Estamos morrendo em nossos delitos e pecados, e a bandinha vai tocando… E a cada dia ele oferece coisas novas para nos distrair. Como em um imenso navio em perigo, tudo está sendo liberado para acalmar os que “viajam” nesta Terra. Os passageiros do porão já podem ir para a 1ª classe. Os descascadores de batata também podem tomar champanha. E o navio vai afundando…

Portanto é mais uma batalha de estratégia e engano do que um confronto direto. A igreja tem participação ativa nessa batalha. Mas parece que, como a Sulamita em Cantares, ela dorme e não tem ânimo para atender ao chamado do noivo (Ct 5.2-6). Temos seguido o caminho de todas as religiões, acreditando que precisamos fazer algo para chegar a Deus, quando tudo o que devemos fazer é nos render a ele. Nossa redenção e aceitação diante de Deus residem unicamente na morte e ressurreição de Jesus, no seu sangue derramado em nosso favor. Como exemplificaram Maria e Marta, não se trata de estar atarefados para agradar a Jesus, mas de estar na posição correta diante dele.

Mesmo com toda a clareza da mensagem dos evangelhos, buscamos posição e crescemos no orgulho próprio. Como a mãe de João e Tiago, queremos um lugar de destaque no reino de Deus. Sabemos que foi isso que derrubou a Satanás, mas continuamos insistindo nesse mesmo caminho. Segundo Juan Carlos Ortiz, no livro “O discípulo”, o que a Bíblia chama de servos inúteis, a igreja moderna chama de pastores, ministros, apóstolos, grandes servos de Deus. Mas basta prestar atenção na gramática para ver que se é grande, não é servo, e se é servo, não é grande.

No livro A Batalha Final, Rick Joyner conta de uma visão que teve a respeito das virgens néscias. Esse grupo era composto basicamente por pregadores, evangelistas e escritores de renome no meio evangélico. Eram homens que fizeram muita coisa para Deus, mas que não tinham sua natureza rendida completamente a ele. Ganharam o mundo inteiro, mas perderam sua alma. Em contrapartida, dentre os que reinavam com Cristo, a grande maioria era de mulheres e crianças.

Uma situação bastante comum nas igrejas é a presença de famílias sorridentes e perfumadas nas reuniões, mas que são movidas por gritarias, ofensas e mau comportamento em casa. Brigas entre irmãos, marido com a mulher, pais com filhos. “Mas só ouvimos louvores, não jogamos baralho, não comemos chouriço e nossos filhos não freqüentam baladas – o que há de errado em nós?”. E o diabo é quem leva a culpa: “Precisamos repreender o inimigo!” A quem estamos enganando?

A vitória do homem começa quando ele tem revelação do que Deus já realizou em seu favor e muda de mente, de atitude (Mc 1.14,15). Cabe ao homem render-se a Deus através do arrependimento. Romper de uma vez por todas com as obras de Satanás.

A. W. Tozer (no livro A Raiz dos Justos, Editora Mundo Cristão) fala o seguinte a respeito de nossa estratégia de vitória:

“Um cristão verdadeiro é uma pessoa estranha em todos os sentidos. Ele sente um amor supremo por alguém que ele nunca viu; conversa familiarmente todos os dias com alguém que não pode ver; espera ir para o céu pelos méritos de outro; esvazia-se para que possa estar cheio; admite estar errado para que possa ser declarado certo; desce para que possa ir para o alto; é mais forte quando ele é mais fraco; é mais rico quando é mais pobre; mais feliz quando se sente o pior. Ele morre para que possa viver; renuncia para que possa ter; doa para que possa manter; vê o invisível, ouve o inaudível e conhece o que excede todo o entendimento”.

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O Exército dos Últimos Dias

A igreja terá que estar forte nos dias que estão por vir, mais forte do que estamos agora. Uma palavra que me foi dada foi: “A igreja no ocidente está quase que totalmente despreparada para enfrentar dificuldades, e dificuldades estão a caminho.”

Nos dias que virão, será reunido o exército mais poderoso que jamais foi formado. Esse exército não será equipado com armas de fogo nem com espadas, mas poder algum do céu ou da terra prevalecerá contra ele. Sua liderança não será identificável e em alguns casos será invisível, mas jamais uma organização humana igualou-se à sua disciplina e determinação.

Para fazer parte deste exército, será necessário um treinamento e uma disciplina espiritual que excederá a disciplina física e mental requerida das unidades militares de primeira linha.

Apesar da confusão e do barulho da batalha, a igreja estará tão ligada ao seu Amo que ela sentirá e responderá a todo toque terno que ele lhe der.

Muitos dos apóstolos e profetas mais poderosos permanecerão incógnitos e não serão vistos pelo público. Eles não têm desejo algum de construir grandes ministérios e não cobiçarão a fama e a fortuna. São “celibatários espirituais”; não violentarão à noiva. Assim como um eunuco devota-se totalmente ao preparo da noiva para o rei, e não tem desejo algum por ela, esses se devotarão completamente ao preparo da igreja para o seu Rei. Todo o seu propósito é ver a alegria do Rei, porque são verdadeiramente amigos dele.

Quando a batalha se tornar patente, grande parte da liderança da igreja estará na sua posição por ter usado autopromoção e manipulação política. Muitos dos que são considerados “generais” pelas pessoas em geral são soldados rasos aos olhos de Deus. Alguns dos que estão nas fileiras mais baixas aos olhos humanos serão generais de alto nível para Deus.

Aqueles que parecem se achar sempre em meio a conflitos devem se encorajar em vista do conhecimento de que estão se preparando para uma grande obra.

Ao mencionar os eventos que seriam sinais para o fim dos tempos, o Senhor observou que eles seriam “o principio das dores”. A colheita e os acontecimentos que a acompanharão vão se revelar tal como acontece com uma mulher que está para dar à luz. Isto é, as contrações começam de repente, mas de inicio são espaçadas e relativamente suaves. Quanto mais o processo se aproxima da hora do nascimento, mais intensas e mais freqüentes se tornarão as contrações. Começando com Lutero, cada uma das contrações espirituais propiciou que uma grande e básica verdade do Cristianismo se restaurasse na igreja.

Preparar-se não é apenas aprender mais acerca do Senhor, ou acerca de seus modos de agir; é ter Jesus manifesto em nós.

Quando as provações vierem, veremos muitos de nossos lideres atuais desertando, e uma classe diferente de crentes tomará o lugar deles.

O poder que Deus deu ao menor de seus pequeninos é maior do que todo o poder do inimigo – ele nos deu o seu Filho.

Extraído do livro “A Colheita”, de Rick Joyner, Danprewan Editora.

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