A esposa do missionário Howard Taylor relata um incidente a respeito de uma menininha chinesa cujo avô muçulmano tinha o costume de bater nela quando ela orava em nome de Jesus. Era uma época muito difícil com perigos e preocupação constantes por causa de ataques de bandidos, e o avô já havia sofrido bastante com um bando que usou sua propriedade por algum tempo como seu quartel general. Qual não foi seu pavor quando, certo dia, ao andar por cima do muro da cidade, ele viu o mesmo grupo de ladrões, vestidos de uniforme, retornando em sua direção.
Vasculhando a mente em vão por alguma fonte de esperança, o avô de repente se lembrou de sua netinha. É isso, claro! Ela não poderia orar? Correndo de volta para casa, ele a encontrou, sacudiu-a fortemente para mostrar a seriedade da situação e bradou: “Se em algum momento na sua vida, você já orou, agora é o momento! Aqueles soldados estão voltando. Eu os avistei do muro da cidade. Logo, logo estarão aqui. Você diz que Deus responde à oração. Vá para o quarto e ore. Ore para que não venham para a nossa casa!”
Unindo a ação à palavra, ele empurrou a criança para dentro de um quarto vazio e fechou a porta. Totalmente sozinha, a menininha, que tinha cerca de oito anos, ajoelhou-se. Porventura, teria ficado assustada, em prantos ou indecisa? Sua mãe, que estava num outro quarto, ouviu-a derramando o coração diante do Senhor.
“Pai celestial”, ela orou, “estou tão feliz e tão agradecida porque o meu avô me pediu para orar. Antes ele me batia ou me chutava sempre que eu orasse e ficava muito zangado, mas agora foi ele mesmo que me pediu para orar. Pai celestial, a tua chance é agora. Por favor, mostra para o meu avô que tu realmente respondes à oração. Por favor, não permitas que os bandidos venham à nossa casa.” E terminou sua oração em nome do Senhor Jesus.
Os soldados entraram na cidade e vieram pisando duro pela rua do avô. A porta da casa estava aberta, pois ele bem sabia que seria inútil tentar trancá-la. O oficial à frente do bando chegou e puxou seu cavalo para entrar no quintal da casa. Era para lá que ele queria ir, enquanto a menininha estava orando lá dentro: “Não permitas que entrem na nossa casa, Pai celestial. A tua chance é agora. Por favor, mostra para o meu avô que tu respondes à oração.”
Inexplicavelmente, o cavalo se recusou a entrar ali. Pelo contrário, começou a se afastar e a dar coices; desviou-se para um lado e para outro e por nada quis obedecer à ordem e entrar no quintal. O oficial bateu no cavalo e fincou as esporas nele, mas de nada adiantou. No fim, os temores supersticiosos, que sempre estão bem presentes na China, o venceram. Ele se voltou para o bando e lhes disse: “Arre! Este lugar deve estar cheio de demônios! Nós não conseguimos vê-los, mas o cavalo evidentemente pode. Nenhum de vocês deve entrar ali!”. Deu de rédea no cavalo e levou os homens para outra parte da cidade.
O que o cavalo viu e do que teve medo, nós não sabemos; porém, sabemos muito bem o que a mula de Balaão viu, há muito tempo, quando se desviou do caminho (Nm 22.23-27). Sabemos, também, que o Senhor pode enviar seu anjo agora com uma espada desembainhada tanto quanto naquela ocasião.
Soubemos por intermédio de um missionário naquela cidade que o avô apareceu na “Casa da Missão” no dia seguinte. Havia lágrimas nos olhos do orgulhoso muçulmano. “Imagine só”, disse ele, “durante todo esse tempo a minha netinha tinha razão, e eu estava errado. Por favor, me fale a respeito do Deus que responde a orações como aquela. Ensine-me a orar.”
Extraído de Respostas à Oração. Publicado originalmente em Pillar of Fire (Coluna de fogo).
Uma resposta
Relato de dar nó na garganta. Por isso devemos orar por nossos irmãos da igreja perseguida. Testemunho abençoado.