Um dos acontecimentos que mais confirmam a autoria divina das Escrituras é a “descoberta”, por parte de cientistas ou pesquisadores, da validade de princípios que estavam registrados na Bíblia muitos séculos antes. Isso tem acontecido, recentemente, com relação aos benefícios que o perdão traz, não só à nossa saúde mental e espiritual, mas também ao nosso físico. Aliás, os efeitos positivos da saúde do “homem interior” sobre o “homem exterior” (e vice-versa), que a medicina tem estudado muito mais nas últimas décadas, também confirmam o que Deus já revelara sobre a estrutura do ser humano (espírito, alma e corpo).
De acordo com uma matéria extensa publicada na revista Christianity Today (em janeiro de 2000), a partir dos anos 80 do século passado, começou a haver um crescente interesse no meio da comunidade acadêmica em pesquisar e avaliar os efeitos do perdão sobre a saúde e até sobre o comportamento. “Ele não somente eleva o potencial para a reconciliação”, diz o Dr. Mack Harnden, “mas também libera o ofensor de raiva, ódio e stress prolongados que já têm sido associados a problemas fisiológicos tais como doenças cardiovasculares, pressão alta, câncer e outras doenças psicossomáticas.”
Os primeiros pesquisadores encontraram enormes dificuldades. A primeira foi a quase total ausência de trabalhos científicos ou acadêmicos sobre o assunto. Uma pesquisa em uma biblioteca na Universidade de Kansas, EUA, por exemplo, não encontrou sequer uma referência a perdão nos sumários de pesquisas apresentadas no campo da Psicologia.
A outra dificuldade foi o desprezo e resistência do mundo acadêmico às primeiras iniciativas para pesquisar o assunto. Robert Enright, professor de psicologia educacional na Universidade de Wisconsin-Madison (UWM), EUA, hoje é presidente do International Forgiveness Institute (Instituto Internacional do Perdão) e considerado pai das pesquisas modernas sobre o assunto. Entretanto, foi preciso perseverar durante mais ou menos uma década, sem receber uma aprovação de fundos para financiar a pesquisa, antes de conseguir a atenção dos colegas. Nem as publicações científicas aceitaram divulgar o seu trabalho até que um jornal secular de Chicago fez uma matéria e ganhou a atenção do público.
Enright, que depois de um período de afastamento da fé voltou às suas raízes cristãs, foi muito influenciado pelos livros de Lewis Smedes, um professor de seminário teológico que também descobriu que havia muito pouco sobre perdão interpessoal, de pessoa para pessoa, na literatura teológica. Os cristãos sempre falaram sobre o perdão que Deus concede ao pecador, mas muito pouco sobre o perdão que devemos praticar uns com os outros. Smedes mostrou em seus escritos e palestras que o perdão não deve ser visto como uma obrigação moral apenas, mas como uma chave que traz benefícios enormes ao próprio perdoador.
É isso que tem, finalmente, despertado grande interesse nos campos da psicologia e das ciências sociais. Algumas pesquisas já em andamento estão vendo no perdão potencial para solucionar graves problemas sociais como alcoolismo e outros vícios, violência contra as mulheres, relacionamento familiar, e muitos outros. O renomado Centro de Saúde Mental Mendota está patrocinando um estudo sobre o efeito do perdão sobre comportamento criminoso. Se alguém procurasse ensinar a presidiários como perdoar àqueles que os prejudicaram, quem sabe isso abriria o caminho para sentirem empatia por suas próprias vítimas e a necessidade de serem perdoados por elas.
Para os céticos que duvidam que pesquisadores acadêmicos possam chegar a conclusões válidas sobre princípios divinos, veja a definição que três pesquisadores incluíram num trabalho publicado em 1995 no periódico Journal of Moral Education (Revista de Educação Moral): “Perdão é a resposta misericordiosa de alguém àquele que o feriu injustamente. Em perdoar, a pessoa livra-se de atitudes negativas (como ressentimento), percepção negativa (como críticas injustas) e comportamento negativo (como atos vingativos) em relação ao ofensor, e os substitui por atitudes, percepções e comportamentos mais positivos”. Fizeram uma distinção entre perdão e justiça, dizendo que “enquanto justiça envolve algum tipo de reciprocidade, perdão é um dom incondicional concedido a alguém que não o merece”.
Um dos resultados mais espetaculares dessas pesquisas veio em abril de 1999, quando uma delegação dos Estados Unidos viajou para a Iugoslávia de Slobodan Milosevic para negociar a libertação de três prisioneiros norte-americanos durante o conflito do Kosovo. Alguns membros da delegação eram cristãos, e um fazia parte do Instituto Internacional do Perdão. Sem outros argumentos para apresentar na negociação, a delegação usou uma abordagem mais espiritual, falando com os sérvios a respeito da necessidade de quebrar o ciclo de violência e não manter conceitos negativos a respeito dos adversários. Aplicaram os princípios descobertos no instituto a respeito do perdão como fator de mudança nos relacionamentos na sociedade e entre os povos. A estratégia funcionou, e todos os assessores de Milosevic concordaram em libertar os prisioneiros.
Tais evidências só vêm confirmar o que os sinceros leitores das Escrituras sabem há muito tempo. Direito humano, a tentativa de acertar contas passadas, o esforço para criar uma sociedade justa e pacífica sempre falharam e sempre falharão. Perdão, mesmo como princípio aplicado numa base puramente horizontal e racional, traz muito mais progresso nessa direção do que o uso da justiça humana, por ser tão contaminada com os elementos venenosos de amargura, ressentimento e vingança.
Por outro lado, o verdadeiro perdão só funciona plenamente dentro do contexto do perdão divino. Dissecado e analisado pela mente humana dos pesquisadores, o perdão como princípio antinatural, superior aos nossos instintos humanos e além do seu alcance, jamais poderá ser realmente experimentado dentro dos laboratórios ou pesquisas acadêmicas. Mesmo assim, só o fato de a sombra limitada e imperfeita produzir tantos resultados atesta ainda mais a imensa potencialidade que existe no princípio dinâmico e verdadeiro.
Compilado a partir do artigo “The Forgiveness Factor” (O Fator do Perdão), de Gary Thomas, publicado na revista “Christianity Today”, de 10 de janeiro de 2000.
—————————————————————————————————————————————————————–
Admitindo a Dificuldade
Nada como uma admissão dos próprios evolucionistas das dificuldades e incoerências dentro da sua teoria sobre a origem da vida. Em uma reportagem de capa da revista Veja, de 2 de maio de 2007, sobre a existência de outros planetas e de vida nesses planetas foi citado um dos maiores otimistas e incentivadores da busca por ETs, Carl Sagan (1934-1996): “A química que criou a vida na Terra é reproduzida facilmente por todo o cosmo. Parece improvável que sejamos os únicos seres inteligentes. É possível, mas improvável”.
“Eis uma questão desafiadora”, diz a reportagem. “Embora se aceite que a vida na Terra tenha surgido espontaneamente da interação durante bilhões de anos de moléculas cada vez mais complexas, nenhum laboratório do mundo conseguiu até hoje criar vida reproduzindo as condições dessa ‘sopa primordial’.”
“Infelizmente”, a reportagem continua, “para a aventura intelectual humana e para a frustração do desejo inato de encontrar seres inteligentes em outros planetas, essa busca ainda não saiu do ponto zero. A complexidade de produzir vida inteligente é incomensuravelmente maior do que a de gerar bactérias e outras formas primitivas de vida. Quem melhor descreveu essa complexidade foi um dos maiores neodarwinistas de todos os tempos, o americano nascido na Alemanha Ernst Mayr, morto aos 100 anos, em 2005. Mayr mostrou que o crescimento em tamanho e complexidade do cérebro humano é um evento tão insólito – e misterioso – que dificilmente pode ser explicado pela evolução apenas. ‘O desenvolvimento do cérebro humano é uma mutação que não necessariamente trouxe vantagens evolutivas à espécie. Foi uma aposta que deu certo até agora, mas nada indica que continuará dando’, dizia Mayr. O célebre cientista gostava de lembrar que o cérebro humano é muito frágil, protegido por um crânio não muito espesso, além de consumir um quinto de toda a energia disponível no organismo, proporção que nenhum outro ser vivo se deu ao luxo de gastar com apenas um órgão. Para enfatizar ainda mais a complexidade da trajetória evolutiva rumo à civilização, Mayr lembrava que de todos os 50 bilhões de espécies que existem ou já existiram no planeta apenas uma, a humana, desenvolveu um cérebro capaz de aprender. Conclui Ernst Mayr: ‘Quando se coloca na equação a variável de que os homens só desenvolvem cultura quando vivem em sociedades humanas e, antes, são cuidados por mães e pais até o fim da puberdade, a complexidade dos processos de produção de uma civilização tecnológica atinge um grau tal que talvez não possa ser repetido em nenhum outro lugar’. Mais uma razão para olharmos para o cosmo com espanto e para a nossa única Terra com mais humildade e carinho.”
Incrível como os cientistas podem constatar a singularidade do ser humano, a complexidade do cérebro, a falta de uma explicação ou justificativa dentro da teoria da evolução para a existência de um órgão de inteligência tão superior aos dos demais seres vivos, a dificuldade de se imaginar que algum processo de evolução pudesse ter existido em outros mundos – e continuar negando a única explicação razoável e completa para tudo que existe. Tamanha cegueira e incoerência também têm uma única explicação – que se encontra em Romanos 1.21: “… tendo conhecimento de Deus não o glorificaram como Deus … obscurecendo-se-lhes o coração insensato”.
Texto extraído da Revista Veja, edição 2006, ano 40, nº 17 de 2 de maio de 2007. Matéria “Uma Nova Terra”, com reportagem de Rosana Zakabi, Leoleli Camargo e Daniel Salles.