W. C. Moore
Com o esfriamento do amor no meio do povo cristão cada vez mais aparente nos dias de hoje, muitos já se desesperam da possibilidade de ver um genuíno avivamento do Espírito Santo. Contudo, Pedro, movido pelo Espírito, mostrou que a profecia de Joel será cumprida justamente na era da Igreja (leia Atos 2.14-20). Essa era começou no dia de Pentecostes e continua até hoje. Deus prometeu: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne” (v.17).
Nunca devemos ficar desanimados com as promessas de Deus; no entanto, temos sido infiéis ao Senhor e, diante disso, devemos nos entristecer profundamente. Deus quer que sintamos a necessidade de avivamento e que tenhamos confiança de que, quando satisfizermos suas condições, ele nos visitará com grande poder. Uma das principais condições é que haja oração contrita e intensa. Haverá um tempo de regozijo e celebração, mas somente depois que houver a assembleia solene (Jl 2.12-17).
Deus é fiel. À medida que nos humilharmos, orarmos e buscarmos sua face, e nos arrependermos dos nossos maus caminhos, ele ouvirá dos céus (2 Cr 7.14), mesmo na condição em que estamos, “porque para Deus não haverá impossíveis” (Lc 1.37).
Quando pensamos nos pecados horríveis que são comuns no meio daqueles que se dizem cristãos hoje e na iniquidade abundante que avança, faz bem lembrar que depois de os judeus terem rejeitado o Senhor Jesus e crucificado o Filho de Deus – mesmo naquela época escura, Deus enviou um poderoso avivamento. Como fruto desse derramamento do Espírito, houve uma colheita expressiva para o Reino no meio do povo judeu, começando no dia de Pentecostes e continuando por vários anos a seguir, antes que fosse necessário, por um tempo, cortar os ramos naturais da oliveira.
De modo semelhante, nestes últimos dias, Deus enviará um avivamento, um tempo de refrigério da presença do Senhor, no qual muitas pessoas serão convertidas e as virgens sábias serão preparadas para a vinda do Noivo celestial, Jesus.
Um remanescente “João Batista”
Numa época de grave declínio em Israel, Deus enviou João Batista para “preparar o caminho” do Senhor (Ml 3.1; Is 40.3). João, um homem sozinho, foi o precursor de Jesus. A Igreja é um corpo com muitos membros. Deus trabalha por intermédio de grupos de pessoas durante a era da Igreja. Não será algum profeta extraordinário, sozinho, que preparará o caminho para a Segunda Vinda de Jesus. Deus levantará um remanescente e o enviará no poder do Espírito para tocar um som de alerta com a trombeta profética (Jl 2.1), a fim de levar os cristãos famintos e humildes a se prepararem para a vinda do Senhor, deixando suas lâmpadas aparadas e com chama acesa, abastecidas com azeite (cheios do Espírito Santo).
A vinda de João Batista foi predita muito antes (Mt 3.3), mas também dependeu de oração para que a profecia se cumprisse. Na verdade, ele apareceu como resposta direta à oração, pois o anjo disse a Zacarias: “A tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João” (Lc 1.13). Do mesmo modo, o avivamento só virá por meio de oração. Mesmo que tenhamos a profecia clara de Joel 2, o avivamento só será liberado em resposta direta à oração. Confira Lucas 18.1-8, Joel 2.12-17 e Joel 2.18-29. “Ainda nisto permitirei que seja eu solicitado pela casa de Israel” (Ez 36.37). O Senhor diz: “Pedi” (Mt 7.7).
João nasceu numa família em que seria muito improvável que um bebê pudesse nascer, pois tanto Zacarias quanto sua esposa eram idosos e, além disso, Isabel ainda era estéril (Lc 1.5-7). Assim também será o último avivamento que esperamos agora; virá num período de “deserto” (Is 40.3; 43.19), quando tal visitação parecerá impossível.
A condição de “deserto” que prevalece em tantas igrejas hoje é um dos sinais, não da condição final da Igreja na vinda de Jesus, mas do estado em que a Igreja estará quando o grande avivamento vier. “Porei… rios no ermo” (Is 43.19). “Derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade” (Is 44.3). Não devemos subtrair nenhum detalhe dessas profecias dadas por Deus.
Foi profetizado a respeito de João que ele iria “adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos… e habilitar para o Senhor um povo preparado” (Lc 1.17). Esta será a obra do remanescente que Deus levantará para trazer avivamento nestes últimos dias antes da Segunda Vinda de Cristo – levar as pessoas de volta para Deus e despertá-las para se prepararem para o retorno do Senhor!
Deus está chamando os famintos
O Espírito está falando hoje para aqueles que têm fome por muito mais de Deus e para os que lamentam por causa da condição terrível em que o povo do Senhor se encontra. É desse remanescente que ele levantará ainda um povo para ir à sua frente no poder do Espírito Santo para preparar o caminho para a Segunda Vinda do Senhor. Continuemos crendo na mensagem da Palavra de Deus, ainda que a nossa fé seja duramente testada (Lc 18.7,8).
Aqueles que estão orando em favor do avivamento podem se encorajar. Deus deseja que sintamos tristeza pela falta de oração, falta de amor, pelas fofocas, pela frivolidade, pelo materialismo e pela displicência daqueles que se chamam cristãos nesses dias tão escuros. Deus observa e aprova quando nos afligimos pela ruína e decadência do seu povo (Am 6.6). Veja como ele marca e poupa os que “suspiram e gemem por causa de todas as abominações que se cometem” no meio das igrejas (Ez 9.4-6).
Ele satisfaz a alma sedenta
O mesmo Deus que plantou esse clamor por avivamento no nosso coração é fiel também para atender às súplicas do povo comprado por seu sangue “que a ele clamam dia e noite” (Lc 18.7). Por isso, vamos “orar sempre e nunca esmorecer” (Lc 18.1).
O mesmo Espírito Santo que inspirou Joel para profetizar do avivamento final está despertando o coração dos santos humildes e sedentos para orar, crer e perseverar em favor do cumprimento das promessas divinas de restaurar tudo aquilo que a Igreja perdeu (Jl 2.25-27) e de enviar-nos a chuva do céu, a chuva da colheita, o derramamento do Espírito para nos preparar para a vinda do Senhor, a primeira e a última chuva no primeiro mês (Jl 2.21-32).
Persevere na fé, orando incessantemente por avivamento de acordo com o desejo que o Espírito Santo plantou no seu coração – até que Deus responda. Depois, continue andando no Espírito (Gl 5.16) e em fé e obediência até que Jesus venha!
Não deixe as virgens néscias roubar o seu azeite! (Mt 25.1-13)
Jesus disse: “Faça-se-vos conforme a vossa fé” (Mt 9.29). Valorize cada pouquinho de fé que você tiver, cada sentimento de fome por avivamento que Deus, pelo mover do Espírito, gerar no seu coração. Apare sua lâmpada, meu irmão, minha irmã, e não se distraia com quem não tem fé ou anseio por avivamento. Obedeça aos impulsos do Espírito Santo no íntimo de sua alma e ore até receber! “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor… ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.3).
“Tocai a trombeta em Sião e dai voz de rebate no meu santo monte… porque o Dia do Senhor vem, já está próximo… Congregai o povo… ajuntai os anciãos… Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o pórtico e o altar, e orem: Poupa o teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele…
Então, o Senhor se mostrou zeloso da sua terra, compadeceu-se do seu povo… E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o Senhor prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor chamar” (Jl 2.1-32).
- C. Moore (1890-1980) fundou o jornal “Herald of His Coming” (O Arauto da Sua Vinda) com sua esposa Sarah Foulkes Moore, em 1941.