22 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

De Quem é a Terra – de Israel ou dos Palestinos?

Por Harry Scates

Durante os intermináveis conflitos entre Israel e os palestinos, fatos que aparecem constantemente nas notícias atuais, é muito comum ver a acusação de que Israel está “ocupando” a terra, como invasor, como alguém que está oprimindo os palestinos e não tem legitimidade de estar ali.

Como cristãos, qual deve ser nossa postura? Quem está com a razão?

Como sempre, nossa atitude não deve ser formada por raciocínios humanos ou perspectivas naturais. Precisamos aprender a ver as coisas com a perspectiva de Deus.

Contexto Histórico

1. Início do Século XX – Há cerca de um século e meio, depois de quase 1.800 anos vagando entre as nações da terra e de serem, em grande parte, impedidos de viverem em Jerusalém e Palestina, os judeus começaram a voltar à terra de seus pais. Compraram pedaços de terra dos turcos e dos árabes. No vale de Hula (no norte de Israel), drenaram pantanais e organizaram sistemas de irrigação. Áreas de deserto começaram a florescer novamente. A terra, em grande parte abandonada por séculos, voltava a ser uma terra que “mana leite e mel”.

Porém, no começo do século XX, esses judeus pioneiros ainda eram poucos, pois a maioria dos judeus da Diáspora (dispersão) já estava bem adaptada à sua vida nos outros países e não tinha desejo algum de retornar ao clima econômico, social e político adverso da Palestina, que foi governada pelos Turcos de 1517 a 1918 d.C.

2. Mandato Britânico – Depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Grã-Bretanha, na época dona do maior império do mundo, recebeu o encargo de administrar a Palestina, já que o Império Otomano, dos turcos, fora derrotado na guerra. Com isso, os judeus receberam permissão para retornarem à sua terra (Declaração de Balfour em 1917).

Por muitos anos, essa terra havia sido chamada de Palestina, nome derivado de seus antigos inimigos, os Filisteus. O Tratado de Versalhes (1919), ratificado pelas nações vencedoras e pela Liga das Nações (precursora da ONU) em 1922, também deu aos judeus o direito de voltarem e se assentarem em toda a Palestina, que naquela época incluía tanto as terras a oeste quanto as terras a leste do Rio Jordão (incluindo o território da Jordânia de hoje).

Portanto, após quase dois mil anos, os judeus não só estavam livres, mas encorajados a irem para casa. Uma pequena população árabe-palestina havia ocupado partes da terra por muitos séculos, sempre sob o domínio de outros árabes e turcos. Muitos judeus puderam comprar terra deles.

Os tratados exigiam que os pioneiros judeus respeitassem os direitos civis e religiosos dos árabes que já estavam morando lá. Isso, de fato, eles tentaram fazer. Mas, à medida que o tempo passou (1922–1939), mais e mais árabe-palestinos começaram a reagir contra a “invasão de suas terras”. Tumultos vieram à tona. Muitos colonos judeus foram mortos. A Grã-Bretanha foi pressionada e tornou-se mais pró-árabe. Além disso, como já vinha acontecendo há várias décadas, a maioria dos judeus da Diáspora não valorizou a oportunidade que lhes foi oferecida e não voltou à terra.

Foi nesse cenário que estourou a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), trazendo tragédias incalculáveis sobre toda a raça humana. Na Europa, quase metade dos 13 milhões de judeus que existiam em todo o mundo, na época, não sobreviveu à guerra. Seis milhões morreram nas câmaras de gás de Adolf Hitler. Os judeus, lembrando os sacrifícios de animais queimados nos altares no Velho Testamento, chamaram essa matança em massa de O Holocausto.

Depois da guerra, um grande número dos judeus que escaparam finalmente fez a longa viagem de volta para casa, de volta a Israel. Um longo tempo, de quase dois milênios, havia se passado depois de terem sido obrigados pelos romanos a saírem de lá.

3. Israel como nação independente – Em maio de 1948, os ingleses saíram da Palestina, totalmente frustrados pelo conflito Sionista–Árabe, que nunca conseguiram resolver durante todo o tempo do seu mandato. Israel declarou sua independência e reafirmou seu propósito de ser um refúgio para todos os judeus, ao redor do mundo, que quisessem se estabelecer ali.

Esse novo estado foi reconhecido pela maioria das nações da terra, inclusive os Estados Unidos, a Rússia, a Inglaterra, a França e o Brasil, entre outras, numa votação na ONU. Porém, houve forte oposição por parte dos países árabes que cercavam Israel, os quais, logo em seguida, atacaram a recém-nascida nação. Seu propósito declarado era empurrar todos os judeus para dentro do mar. Os israelenses resistiram e conseguiram se defender. Mas a velha cidade murada de Jerusalém acabou nas mãos do reino árabe da Jordânia. A Cidade Nova, a oeste da cidade murada, ficou no poder de Israel.

4. Retomada de Jerusalém – Houve outra guerra em 1956 e mais outra em 1967. Nesta última, a Guerra dos Seis Dias, mais de 40 milhões de árabes de cinco países se prepararam para esmagar os dois milhões de judeus em seu pequeno país. Para a grande surpresa de todos, Israel venceu as nações inimigas em apenas seis dias e tomou praticamente todas as antigas terras que lhe foram dadas por Deus, inclusive sua amada cidade, Jerusalém. Três mil anos antes, o Rei Davi havia instituído esta cidade como capital de Israel. Agora, acabara de voltar para o controle do povo de Israel e para a sua posição original de capital.

Comparação Territorial

Muitos têm a impressão de que Israel é um país grande. Não é! É menor que o menor estado brasileiro, o de Alagoas. Mark Twain, famoso escritor americano que visitou Israel em 1869, escreveu: “Eu não conseguia imaginar um país tão pequeno com uma história tão grande”. A maior distância de Israel é de 424 km (no sentido norte-sul) e de 112 km (no sentido leste-oeste). A distância entre Tel Aviv, no Mar Mediterrâneo, e o Rio Jordão é de 64 km. Do Mar da Galiléia a Jerusalém são 120 km. Se Israel fosse ceder às pressões internacionais e abrir mão das terras conquistadas na Guerra dos Seis Dias, exatamente ao norte de Tel Aviv (área da maior concentração da população israelense), o país teria menos que 16 km de largura, uma desvantagem militar muito grande. Com a inclusão da Cisjordânia, Israel seria do tamanho de Alagoas.

As nações árabes nunca aceitaram que o pequeno Israel sobrevivesse. Somente o Egito e a Jordânia fizeram acordos de paz com Israel, mas isso somente depois de quatro guerras (1948, 1956, 1967, 1973). Até mesmo essas nações querem que Israel abra mão da terra que conquistou na Guerra dos Seis Dias, enquanto que os árabes em geral não concordam que Israel possua terra alguma no Oriente Médio. A maioria das nações do mundo pensa que Israel está ocupando terra que pertence aos árabes e que os palestinos foram empurrados para fora de suas terras.

O tamanho de Israel (sem a Cisjordânia) é de aproximadamente 20.700 Km². As 18 nações árabes do norte da África e do Oriente Médio têm uma extensão aproximadamente 500 vezes maior que a de Israel. Os árabes necessitam de mais terra? Para se ter uma idéia, esses 18 países árabes que são vizinhos de Israel possuem juntos uma área de 11.000.000 Km², bem maior que a do território do Brasil (8.500.000 Km²). Eles controlam as maiores reservas petrolíferas do mundo. Paises como o Irã e a Turquia não são incluídos porque, embora muçulmanos, não são árabes.

Então, por que muitos palestinos são pobres? A Autoridade Palestina e os países árabes exigem que a União Européia e os Estados Unidos financiem seu governo. Por que as nações ricas aceitam isso? E por que as nações do mundo são tão pró-árabes?

As Linhas de Lógica Divergentes

Israel está ocupando terra que pertence aos palestinos? Esta é a pergunta chave que precisa ser respondida. Se assentamentos Israelenses na Cisjordânia (área tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias e chamada de Samaria por Israel) estão ocupando terra que pertence aos palestinos, então esta terra deveria ser devolvida a eles. Este é o tipo de lógica que as nações estão usando, porque é verdade que os árabe-palestinos vivem nesta terra há muitos séculos. Portanto, EUA, Rússia, Europa e a ONU estão propondo uma solução que visa dois estados – um para os judeus e um para os palestinos. Mas, se a Cisjordânia deve ser dada de volta, por que não Tel Aviv, Haifa, Tiberíades e Jerusalém? Por que não deixar toda a terra para os árabes e mandar os judeus de volta para os locais de onde vieram? É assim, realmente, que os árabes vêem a questão.

Agora, eis o ponto crucial. Por qual direito Israel está naquela terra hoje? Cristãos, judeus e muçulmanos crêem que Deus é o verdadeiro dono de todas as terras. Quem tem o direito sobre aquela terra? Os direitos são decididos pelo mais recente ocupante da terra?

Há três mil e quatrocentos anos, esta terra foi conquistada e ocupada por Josué, então chefe do exército de Israel. A Bíblia diz que Deus usou a espada de Josué para julgar as tribos cananéias, devido aos seus terríveis pecados (violência, imoralidade sexual, sacrifício de crianças a seus deuses). Mas, mais importante, ele havia jurado dar essa terra aos descendentes de Abraão através de Isaque e Jacó. Os judeus, e tão somente os judeus, são os descendentes naturais desses três patriarcas antigos.

Quem Deu o Direito aos Judeus?

Na Guerra dos Seis Dias de 1967, Israel RE-OCUPOU (RECUPEROU) sua terra.Preste atenção a esta palavra em Josué 1.6: “Sê forte e corajoso, porque tu farás a este povo HERDAR A TERRA QUE, SOB JURAMENTO, prometi dar a seus pais”.

Portanto, Deus lhes deu esta terra como herança. Foi uma promessa com juramento. Deus disse a Abraão que estava dando a terra a seus descendentes através de Isaque para sempre. “Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus” (Gn 17.8). (A palavra PERPÉTUA usada neste texto é a mesma palavra usada para descrever Deus em Gênesis 21.33: “o nome do Senhor, Deus eterno”).

Deve ficar claro para qualquer um que crê que a Bíblia expressa a mente de Deus, que Deus deu aquela terra para Abraão e seus descendentes. Os judeus são descendentes de Abraão por meio de Isaque. Deus, o dono da terra, a deu para eles tomarem conta. Para qualquer um que crê que a Bíblia é a Palavra de Deus, isso deve ser o suficiente. É claro, aqueles que não crêem no Deus da Bíblia não aceitarão esse argumento. Mas se o Deus da Bíblia é o Deus verdadeiro, então um dia eles serão julgados por sua incredulidade.

A TERRA PERTENCE AOS JUDEUS DEVIDO À:

1) Promessa:
Deus fez uma aliança com Abraão e jurou dar-lhe a terra (Gn 12.7; 17.8; 26.3; 28.13; 50.24; Sl 105.8-11,42-45). Deus não quebra suas alianças e para ele jurar significa que é coisa muito séria (veja Hb 6.16-18).

2) Conquista:
Uma vez, conforme relatada no livro de Josué, e, novamente, nas guerras recentes de 1948, 1967 e 1973.

3) Aquisição de terras feita pelos seus patriarcas:
Abraão, uma propriedade no sul da terra (Gn 23.1-20); Jacó, no norte (Gn 33.19-20); Davi, o monte do templo (2 Sm 24.18-25). Além disso, compras feitas desde 1850 d.C. Estas compras estão documentadas. Nunca foram vendidas a ninguém. Portanto, pertencem aos herdeiros dos patriarcas.

Existe um outro povo que possa fazer reivindicação maior sobre a posse desta terra?

Se existir, que apresente os documentos para serem examinados.

O fato é que não existe nação que tenha legitimidade de posse da terra semelhante à de Israel. A reivindicação de legitimidade de Israel é muito mais forte do que as reivindicações dos europeus que ocuparam as Américas; mais forte que as dos anglos e saxões que ocuparam as ilhas britânicas.

Deus lhes deu esta terra como uma herança eterna; no entanto, ele os advertiu que poderiam perdê-la. De fato, Israel a perdeu por duas vezes. Uma vez por causa da sua idolatria e de todos os pecados provindos dela. A segunda vez, em 70 d.C., para os romanos, por sua incredulidade. Rejeitaram Jesus como seu Messias, seu Salvador e seu Senhor. Ambas as expulsões foram profetizadas, assim como a restauração e os dois repatriamentos.

Muitos povos antigos sumiram da história, muitas cidades foram destruídas para nunca mais serem construídas, mas este povo e esta cidade têm um encontro com o futuro.

Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim diz o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima e sondados os fundamentos da terra cá embaixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o Senhor. Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que esta cidade será reedificada para o Senhor, desde a Torre de Hananel até à Porta da Esquina. […] Esta Jerusalém jamais será desarraigada ou destruída. (Jr 31.35-40)

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E os Palestinos?
Por Harry Scates

Hoje, um milhão dos seis milhões de israelenses são árabes (cristãos e muçulmanos). Têm todos os seus direitos e vivem em paz com os judeus. São cidadãos do mesmo país. Votam nas eleições e elegem alguns dos seus candidatos.

Já a situação atual entre os palestinos (árabes sob a Autoridade Nacional Palestina) e Israel não oferece esperanças de paz. Israel está construindo uma grande muralha para bloquear o caminho dos terroristas. Os palestinos estão lutando para reconquistar a terra que lhes foi emprestada por Deus, enquanto aqueles que foram designados por Deus para possuir a terra estavam fora. Agora Deus trouxe aqueles que têm o direito da posse de volta à terra. Pertence a eles. Foi-lhes dada por Deus.

Isso não significa que os palestinos devem ser expulsos da terra. Deus instruiu a seu povo, naquela época, há muito tempo, como deveria tratar os estrangeiros que estivessem junto com eles na terra. A maioria de nós conhece muito bem o versículo que Jesus citou do livro de Levítico: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor” (Lv 19.18). Nem todos conhecem a continuação: “Se o estrangeiro peregrinar na vossa terra, não o oprimireis. Como o natural, será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito” (Lv 19.33-34).

Os judeus amarão os palestinos como a si mesmos? Nós cristãos gentílicos devemos procurar entender e amar tanto palestinos quanto judeus. Certamente o plano de Deus não é de excluir um em favor do outro, mas incluir os dois. Deus não faz acepção de pessoas ou de povos. Ele ama a todos e quer salvar a todos. Ele ama os palestinos. Mas nem judeus nem palestinos conhecerão a verdadeira paz sem conhecer o Príncipe da Paz, que ministrou a todos que vieram a ele naquela mesma terra. Hoje, Cristo, pelo seu Corpo, a igreja, precisa ministrar naquela terra como fazia séculos passados e transmitir graça e amor a todos.

Como cristãos, devemos apoiar a reconciliação entre judeus e palestinos e apresentar Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, a ambos os povos. Há espaço em Israel tanto para judeus como para palestinos, se houver paz. Mas não creio que haverá uma paz durável se a terra for dividida em dois estados.

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Respostas de 10

  1. Se caso os Árabes nômades que se estabeleceram na Palestina durante a ausência do povo judeu optarem pela cidadania israelense acabariam essa guerra .Esse povo passariam a ter os mesmos direitos civis dos judeus israelenses e com certeza seriam mais prósperos .mas esses descendentes dos filisteus nunca aceitaram Israel como uma nação soberana na Palestina .

  2. Queria entender, mas acho tão confuso. Quando o povo de Israel deixaram suas terras, foram ocupadas pelos palestinos que se tornaram donos da terras. Quando foram expulsos da Europa voltam e querem de volta?

  3. Ótimo texto. Bem esclarecedor.
    Apenas uma retificação: o menor Estado Brasileiro é Sergipe, mas bem próximo do segundo menor, Alagoas.

  4. Do ponto de vista bíblico e de Deus, a terra em que vivemos pertence somente a Ele porque todos nós estamos aqui de passagem. Quando morremos não levamos nada, por isso conflito de terra não deve existir porque a nossa vida aqui na terra é muita curta, não devemos viver guerreando uns contra os outros e sim amando o próximo como a nós mesmos, como Deus Jeová recomendou em sua palavra a Bíblia.

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