Por Valdir Ávila S. Junior
“Fará que os homens sejam mais escassos do que o ouro, mais raros do que o ouro de Ofír” (Is. 13.12).
O texto acima chamou muito a minha atenção. Embora o contexto se refira ao juízo de Deus contra a Babilônia, resultando na morte de quase todos os seus homens de guerra, podemos aplicá-lo simbolicamente à cultura babilônica do mundo atual, que tem afetado muito a igreja. O problema não é falta de homens (sexo masculino): o que é raro é encontrar homens de verdade, homens que tenham hombridade.
Não quero fazer apologia ao machismo ou defender o sexo masculino; o que quero é mostrar que esta profecia (além de outras, como Isaías 4.1) fala de uma diminuição, quase erradicação dos homens. Isso esta acontecendo literalmente no sentido de homens que tenham a marca da imagem de Deus, e nos alerta com um dos anúncios da proximidade do grande e temível Dia do Senhor.
O que temos hoje, dentro e fora da igreja, são homens sem identidade, homens que não são homens, homens sendo caçados como presas, quer na área profissional, quer na área sexual, homens sem uma palavra firme, sem voz de direção ou convicção, homens que são meros bonecos – é isso que está acontecendo com os homens em nossos dias.
Hombridade fala de uma postura, um relacionamento correto entre o homem e Deus; fala de caráter, do modelo que Jesus nos deu. Nunca, em toda a história, vimos uma desvalorização tão grande do papel do homem, nunca vimos tamanha banalização da figura do marido, do sacerdote do lar, do pai de família. Se você ainda não observou esse fenômeno, preste atenção nas novelas, nos filmes e nos seriados e veja o quanto se diminui e ridiculariza o papel do homem na família.
A educação e a criação de filhos têm sido terceirizadas porque existem poucos pais cuidadosos que se preocupem com o crescimento sadio de seus filhos. O governo dos lares e até de países está indo para as mãos das mulheres, que já estão se destacando mais (veja Is 3.12).
Isso está acontecendo dentro de casa e também dentro das igrejas, pois não cuidamos da criação, não educamos, não conseguimos despertar em ninguém o desejo de ser igual a Jesus; o problema é que nós, os pais espirituais, não nos parecemos com Jesus. Homens verdadeiros estão acabando, mas é preciso que isso aconteça para que o plano de Deus se cumpra e Babilônia seja julgada
O cerne da questão é que no plano físico estamos perdendo a característica de “homens de valor”. A palavra do homem não vale mais nada, pois quem fala é pouco confiável, volúvel, fechado dentro de suas ambições pessoais, de sua realização e sucesso próprios. Não importa muito se estamos examinando a situação dentro ou fora das igrejas. Os homens que Deus permitiu trabalhar na terra, os líderes que deveriam ser referencial para o povo, estão iguais aos do restante da sociedade. Não possuem diferença nenhuma do padrão individualista do mundo. Deus está cansado do egoísmo dos homens.
Costumo me lembrar de meu pai falando comigo quando ainda era menino: “Seja homem”. O que Deus fala ao seu povo hoje é exatamente isso. Sejamos homens! Não podemos deixar a hombridade ser perdida. O papel do homem é estar sob o comande de Deus. Podemos viver numa sociedade e num mundo perdidos, podemos a todo momento ver o evangelho se mercadejado, mas não devemos aceitar isso; precisamos de coragem e convicção para tomar nosso lugar e lutar contra o que está acontecendo.
A postura que Deus procura nos homens é pessoal e inegociável. Por isso, a única verdadeira hombridade é encontrada naqueles que estão sob o governo dele. Quanta coisa mudará na nossa vida terrena e espiritual quando descobrirmos que é possível “ser homem” rendendo-nos a Jesus pois a palavra final sempre será dele e ele não mente, não erra jamais! Desse forma, nós também passaremos a ser constantes e confiáveis.
Isaías 13 é uma profecia contra Babilônia. O texto é específico sobre o julgamento de Deus e nos avisa que o Dia do Senhor está perto. Lemos o texto e conseguimos ver que o que ele descreveu está acontecendo nos dias atuais, quer seja no mundo, quer seja dentro das igrejas. É um alerta pare que busquemos o mover de Deus entre aqueles que O temem a fim de que sejamos, por sua misericórdia restaurados em nossa humanidade segundo a imagem de seu Filho, e poupados do grande juízo vindouro.