Por João Paulo Marques
Veja os resultados e comentários de uma pesquisa, junto ao público estudantil, sobre balada, “ficar” e sexo antes do casamento.
Estes resultados são parte de uma pesquisa estudantil realizada por uma ONG pró-juventude, “Radicais Livres”, que contou com a participação da Ronda Escolar, em duas escolas estaduais e duas particulares, da cidade de Botucatu, SP. Ao todo, 877 jovens, com idade média de 16 anos, responderam ao questionário com testes de múltipla-escolha.
Para ajudar você a interpretar os gráficos, seguem descrições de algumas expressões usadas: “Balada” – roda de amigos, algumas paqueras, barzinho, “drinks”, música Pop, conversa “fiada”, que se transformam, após algumas horas, em noitadas diversas, variando entre aqueles que vão para suas casas, que são os casos raros, até aqueles que se embriagam ou “ficam”, transam ou se drogam – ou fazem tudo isso na mesma noite. Entre esses extremos, há aqueles que ficam andando à toa pelas ruas ou boates; “Ficar” – significa também “ralar”, dar uns “maiôs” sem compromisso, beijos e mãos que não têm nada de bobas, pois sabem muito bem onde querem tocar, podendo ou não terminar em sexo.
Para a análise dos dados, separamos dois grupos: Evangélicos e Não-Evangélicos, que não correspondem a Cristãos e Não- Cristãos.
No Gráfico 1, que mostra a opinião dos jovens não-evangélicos, percebe-se que consideram errado:
a) Ir para a Balada – apenas 5% dos jovens;
b) Ficar apenas 8% dos jovens; e
c) Fazer Sexo no Namoro apenas 9% dos jovens. Destes 691 jovens, 77% assinalaram ser cristãos católicos.
No gráfico 2, vemos que:
-50% dos jovens evangélicos acham certo ir para a Balada,
-53% acham certo Ficar
-41% concordam com sexo no namoro.
A porcentagem dos “sem opinião” também é alta (entre 26% e 31%), o que mostra, no mínimo, uma falta de convicção quanto ao certo e ao errado. Lembrando que essa foi a resposta de uma moçada com média de idade de 16 anos, sendo 64% meninas. Será que eu estou tão por fora assim? Será que estou vendo chifre em cabeça de cavalo ou há alguma coisa de errado com a juventude cristã? Os cristãos baladeiros estão lá sendo sal e luz, chorando nas suas orações por conversão dos pecadores, ou estão lá deleitando-se no caminho dos pecadores e participando das rodas de escarnecedores?
O mundo abomina e condena os padrões cristãos de santidade, virgindade até o casamento, não embriaguez, não entrega às paixões da juventude, entre outros, enquanto, ao mesmo tempo, o ambiente social vai ficando cada dia mais pervertido moralmente. Cresce então a retaliação: você é quadrado, careta, antiquado, está perdendo sua juventude enfurnado numa religião cheia de moralismo. A nossa resposta, constatada nessa pesquisa, é que temos, na maioria das vezes, cedido às paixões, às pressões do presente século sedutor; temos nos calado, temos sido amedrontados, deixamos de ser sal, luz ou expressão de Cristo na terra.
A opinião dos jovens evangélicos sobre virgindade é chocante (Gráfico 3), pois apenas 40% consideram que ela deva ser preservada até o casamento. Pode parecer um bom resultado 46% haverem optado por preservá-la até um namoro sério, mas o que é namoro sério? Qualquer jovem apaixonada(o) está “namorando sério”, e, ao término do namoro, como fica? Começa-se a namorar sério outra pessoa? Como ter certeza de que o namorado “sério” vai ser o futuro marido ou esposa? Homens de várias mulheres e mulheres de vários homens, filhos sem pais ou criados por avós, abortos, casamentos prematuros seguidos de separação, sonhos roubados por causa de momentos de prazer, jovens mães solteiras – quando Deus queria jovens santos para si. Será que os livros de Cântico dos Cânticos e de Eclesiastes não têm nada a dizer para essa geração de jovens? Está Deus velho e esclerosado ou nós, cegos e errados?
No grupo Não-Evangélicos (Gráfico 4), a desmoralização é ainda mais extrema, pois apenas 12% dos 691 jovens pensam ser correto guardar a virgindade até o casamento, e 19% consideram esse assunto uma preocupação antiquada. E você, caro leitor, como pensa? Ou melhor, como caminha, pois os pensamentos podem dizer “não”, mas a boca e tudo mais dizerem “sim”.
A espera faz parte do processo de maturação do relacionamento, como a maturação de uma fruta. Em determinados estágios do desenvolvimento reprodutivo de uma planta, ela precisa sofrer estresse hídrico (falta de água, seca), para que os açúcares se concentrem na fruta, tornando-a mais doce. A espera desenvolve o domínio próprio, é uma declaração do senhorio de Cristo sobre nós e da dependência e entrega a Deus. Esse desenvolvimento do caráter de Cristo é fundamental na formação da família cristã, é alicerce para o casamento. Plantas que, na sua formação, passam pela seca e pela poda (corte de galhos não produtivos) possuem raízes mais profundas, resistem mais às intempéries e são mais produtivas. Não somos como aqueles que fazem e desfazem e não consideram Deus. O cristão é diferente nesses aspectos, não somos “ETs”, mas também não somos desse sistema independente de Deus, dos iludidos e escravizados pelo diabo em suas próprias paixões. Sobre nós há um Senhor, e à nossa frente vai uma bandeira salpicada de sangue, do amor de Deus que nos comprou e purificou. Essa maneira de pensar e viver não se trata de filosofia barata, mas de vida transbordante.
“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte… as suas brasas são brasas de fogo, labaredas do Senhor” (Ct 8.6).
“Alegra-te, jovem, na tua mocidade,… e anda pelos caminhos do teu coração… sabe, porém, que por todas essas coisas te trará Deus a juízo” (Ec 11.9).
João Paulo Marques, Líder do Ministério da Juventude na Igreja Bíblica de Botucatu, SP. Casado com Vanessa e pai de Juliana.
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