Compilado por Christopher Walker
Como cientistas em grandes instituições podem ser tratados como hereges religiosos
Para quem duvida da atitude tendenciosa de cientistas evolucionistas, veja este caso recente, ocorrido no conceituado Instituto Smithsoniano nos Estados Unidos e noticiado pelo jornal Wall Street Journal.
O caso envolve um cientista e pesquisador no Museu de História Natural da Instituição, Richard Sternberg, com dois Ph.D’s em Biologia, e editor responsável por um jornal científico, teoricamente independente, publicado no museu. Na edição de agosto de 2004, além de artigos típicos sobre assuntos taxionômicos, como, por exemplo, uma nova espécie de caranguejo, também apareceu uma matéria incomum, escrita por Stephen Meyer, doutor em Filosofia da Biologia pela Universidade Cambridge. O título do artigo pode não ter chamado muita atenção: “A Origem da Informação Biológica e as Categorias Taxionômicas Superiores”. Entretanto, o conteúdo era extremamente inovador.
Era a primeira vez que um artigo peer-reviewed (examinado por autoridades da área), com o objetivo de expor evidências empíricas em favor da Teoria de Desenho Inteligente, estava sendo publicado num jornal técnico de Biologia. De acordo com essa teoria, certas características de organismos vivos, tais como organelas minúsculas e circuitos complexos dentro das células, são mais bem explicadas por uma inteligência (ainda que não especificada) capaz de projetar tais perfeições do que por processos naturais casuais, como mutação aleatória e seleção natural.
Nesse artigo, Meyer citou biólogos e paleontólogos que são críticos de certos aspectos do darwinismo – cientistas destacados de lugares como as Universidades de Chicago, Yale, Cambridge e Oxford. Fundamentando seus argumentos em afirmações desses cientistas, Meyer defendeu a tese de que o mecanismo darwiniano não teria sido suficiente para gerar a informação genética necessária para o surgimento de tantas espécies animais dentro da própria cronologia aceita pelos evolucionistas. Desenho Inteligente, segundo ele, oferece uma explicação mais plausível.
Sem avaliar a solidez dos argumentos, o que seria impossível para leigos, era de fato um artigo sujeito à avaliação dos colegas, o que constitui o supremo padrão metodológico da ciência acadêmica. No entanto, nenhuma discussão racional ou resposta “científica” resultou da publicação. O que houve foram denúncias, investigações e mensagens circuladas por todo o Instituto, e partindo das autoridades máximas do Instituto, chamando a matéria de “lixo sem base científica”.
O pior não foi a falta de uma resposta com argumentação à altura de cientistas objetivos à busca da verdade. Foi a retaliação que veio logo em seguida. Embora Sternberg nem seja um defensor de Desenho Inteligente, pelo simples fato de ter autorizado a publicação de tal artigo, ele está em risco de perder todo o seu futuro como pesquisador científico. Foi obrigado a devolver suas chaves ao museu, fechando seu acesso às fontes de pesquisa. Depende da bondade de colegas para poder continuar trabalhando. Alguns dos seus colegas se recusam a cooperar com ele nos projetos de pesquisa e muitos o ignoram quando cruzam com ele pelos corredores.
Vejam só a incoerência: durante muito tempo, os críticos do Desenho Inteligente disseram que não era uma teoria científica porque nunca havia sido defendida numa publicação científica (peer-reviewed). Agora que foi, disseram que não poderia ter sido publicada ali porque não era científica! Certas idéias são banidas como se fossem contrárias aos dogmas sagrados e os defensores são estigmatizados como hereges. Nesse caso, o “culpado” nem era defensor do Desenho Inteligente, ou de alguma idéia religiosa; simplesmente achava correto dar espaço a uma defesa válida de uma teoria contrária àquela aceita como inquestionável.
É um caso que ilustra claramente como o darwinismo, como ingrediente essencial do secularismo, faz parte de uma verdadeira fé agressiva, quase religiosa em sua devoção e fidelidade, que persegue seus rivais e exige lealdade de quem entra em um dos seus templos – como o Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsoniano.
Outra confirmação dessa mesma realidade veio de um paleontólogo chinês que dá palestras no mundo inteiro, mostrando que recentes descobertas de fósseis no seu país são incoerentes com a teoria darwiniana de evolução. Os principais grupos animais aparecem abruptamente nas rochas num espaço relativamente curto de tempo, ao invés de evoluírem gradativamente de um ancestral comum, como na teoria de Darwin. Quando essa conclusão irrita os cientistas norte-americanos, ele comenta ironicamente: “Na China podemos criticar Darwin, mas não o governo. Na América, vocês podem criticar o governo, mas não Darwin!” (extraído de um artigo do Wall Street Journal, de 16 de agosto de 1999).
Compilado com base num editorial escrito por David Klinghoffer, no Wall Street Journal, edição de 28 de janeiro de 2005, intitulado “The Branding of a Heretic” (Estigmatizando um Herege).