Por Luiz Carlos Montanini
Um dia, Deus conquistou meu coração e, desde então, tem-me mostrado que todos os meus anseios por justiça e verdadeira liberdade são respondidos na pessoa de Jesus. Então eu me engajei – ou fui engajado, não sei a ordem – neste exército.
Andei refletindo nestes dias se não estaria sendo hipócrita ao explicar da forma acima o motivo de meu serviço a Deus. Afinal, será que não estaria servindo a ele por medo de ir para o inferno? Ou seria porque ele cuida de mim, é gracioso comigo e com minha família, protege-me, dá-me algum status de gente respeitável na sociedade, e tantas outras coisas?
E vi que até mesmo admitir isso não seria pecado. É até legítimo. Mas, felizmente, cheguei à conclusão de que meu coração ainda é cativo de um projeto mais sublime:
“Quero Deus morando definitivamente em mim;
Quero ouvi-lo dizer que sou seu filho amado em quem sua alma tem prazer; quero ser como Jesus;
Quero ver o reino estabelecido na terra;
Quero ver as águas da presença de Deus enchendo a terra em amor, assim como cobrem o mar.”
É mais que um anseio. É um projeto de vida, da vida de Cristo em mim. Sou profundamente grato a Deus por estar incluído na igreja, esse corpo imenso, tremendo e maravilhoso, que Deus está edificando e que é agente e canal desse amor.
O Senhor é o arquiteto disso tudo e nós estamos incluídos no seu trabalho. E o sucesso desse plano está garantido. Não há como não dar certo, porque já deu. A morte foi vencida, o pecado foi aniquilado. E você e eu entramos neste trabalho.
Ainda que ao longo do percurso façamos, como pessoas e como igreja, um monte de besteira, Deus nosso Pai corrige o percurso. Ele é mestre em tirar luz das trevas, é sábio em ordenar o caos.
E o que nos deixa perplexos, deixa que escrevamos a história com ele. Faz-nos seus cooperadores. Numa prova incompreensível de amor, permite que homens decaídos como nós, regenerados pelo sangue de Jesus, mas ainda em processo de regeneração, isto é, sujeitos a pecados e fraquezas, construam com ele um reino de verdadeira justiça, de amor e de santidade. Permite o fermento na massa do pão. Enfim, corre um grande risco, movido simplesmente por amor. Por amor.
De forma ainda incipiente, é verdade, estamos ligados a esse propósito de ver o reino de Deus estabelecido na Terra e nos céus. Sirvo a Deus em troca disso.
“No meu íntimo, não tenho outro objetivo…
Senão ver Jerusalém colocada como objeto de louvor na Terra;
A não ser ver o meu Senhor Jesus oferecendo a Deus, nosso Pai,
O fruto do penoso trabalho de sua alma;
A não ser ver Jesus e Deus Pai satisfeitos;
A não ser ver a multidão dos salvos – os meus irmãos –
Adorando a Deus Pai, nessa família de muitos filhos semelhantes a Cristo;
A não ser ver essa casa espiritual edificada
Pedra viva sobre pedra viva;
A não ser ver esse edifício,
Não feito por mãos humanas,
Sendo transformado em morada eterna de Deus em Espírito;
A não ser ver, no Dia de Cristo, que, juntamente com você,
Fui preparado como pedra viva
E edificado sobre o alicerce principal,
A pedra angular, Cristo;
Ver que faço parte da Casa de Deus e passei a ser,
Com você e com todos os salvos
e todas as épocas e eras,
O lugar do seu repouso;
Ver que, finalmente, nosso querido Deus encontrou lugar de descanso –
Já não é um sem teto;
Ver nos olhos de Deus a alegria
Do cumprimento de sua própria e sonhada profecia:
“Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”;
Que ele é, finalmente e por toda a eternidade, “Deus conosco”.”
Deus tem-me concedido sonhar com ele esse sonho. Sirvo a ele em troca disso.
Luiz Montanini é jornalista, mora em Valinhos, SP, e é responsável pelo site cristão: www.jornalhoje.com.br