Por Ezequiel Netto
DISCERNINDO AS CORRENTES DO ESPÍRITO
O desejo de voar está intimamente ligado à natureza humana. Há algo em nossa genética que nos induz a buscar coisas ocultas, espirituais, desvendar mistérios e querer sempre ir mais distante. Talvez seja o “sopro do Todo Poderoso” (Jó 32.8; Gn 2.7) o responsável por este sentimento em nós. Este desejo nos leva a buscar a Deus.
O rastro da águia no ar é um dos mistérios mais difíceis de entender (Pv 30.18-19). O que é mais intrigante é o fato de a águia poder voar mais alto que qualquer outra ave sem bater as asas uma única vez sequer. Deus deu às águias uma capacidade real de voar. Assim como o leão é o rei dos mamíferos, a águia é a rainha das aves, e representa poder, liberdade, beleza e imponência, graças à sua habilidade de dominar o ar, de “elevar-se”, como dizem as Escrituras.
Por este motivo, o Espírito Santo encontrou no vôo da águia a figura perfeita para explicar o desejo que existe em nós de nos aproximarmos de Deus. O vôo da águia expressa o caminho de uma verdadeira comunhão com Deus, uma via sacerdotal de mão dupla, em que ora subimos, atendendo aos anseios do próprio Deus, ora atuamos como despenseiros de bênçãos celestiais para o povo.
Existe um mistério no vôo da águia que, quando o desvendamos, permite-nos voar cada vez mais alto em louvor e adoração. “Os que esperam no Senhor…sobem com asas como águias…” (Is 40.31). A águia fica em um penhasco aguardando até que comece a soprar uma corrente de ar quente em direção ao céu e, lançando-se neste vento, sobe até as maiores alturas celestiais. Este “esperar no Senhor” e o “discernir as correntes de ar quente do Espírito Santo” representam as principais etapas do plano de vôo de um adorador. Para aqueles que desejam adorar a Deus e manter comunhão com ele, é essencial perceber em que direção o Espírito Santo quer fluir e reagir de maneira adequada e sensível (de forma intuitiva) a este mover.
Somos Águias ou Galinhas?
Há um tempo atrás, ouvi uma história sobre um ovo de águia que foi chocado por uma galinha. Quando a aguiazinha nasceu, até que tentou se sujeitar à vida típica do galinheiro, sempre olhando para baixo, ciscando a sujeira da terra, comendo algumas minhocas. Sua vida era frustrante, mas ela não conseguia compreender o motivo de tanta tristeza e angústia. Até que chegou um profeta dizendo que ela não havia nascido para ser uma galinha – era uma águia real, criada para olhar em direção ao Sol, voar nas alturas, subir onde poucos podem alcançar.
Nós também não nascemos para uma pacata vida de galinheiro. Nossa natureza também não combina com os corvos, que passam o dia nos fios telefônicos, fofocando sobre a vida de todos os demais. Somos chamados a viver nas alturas e habitar em lugares celestiais (Ef 1.20; 2.6).
Muitas vezes, como galinhas desajeitadas, tentamos voar alto, batendo nossas asas (o filme “A fuga das galinhas” exemplifica bem esta realidade). Cantamos, oramos, cantamos mais alto, trocamos o equipamento de som, convidamos uma banda de outra igreja, e tudo não passa de um esforço frustrante em levantar vôo batendo nossas asas. Isaías diz que até “os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem” nessa tentativa de chegar à presença de Deus. Ensaiamos novas músicas, oramos cada vez mais alto, e nada! Até que uma irmã idosa, pobre, negra, viúva, começa a entoar uma antiga canção de seu hinário, todo colado com durex, e a águia começa a subir, subir, subir, cada vez mais alto. Tudo porque aprendeu a esperar no Senhor e a discernir o que o Espírito Santo desejava para aquele momento.
Este é o segredo das águias – voar sem bater asas. As águias só começam a voar após perceber o fluir da corrente de ar quente em direção ao céu.
Muitas vezes, em nossas orações, usamos a expressão “se for da tua vontade…”, revelando que estamos sendo cuidadosos, não querendo afirmar nada que seja contrário ao que Deus quer fazer. Na realidade, a freqüência com que usamos expressões desse tipo revela que somos como cego em tiroteio, sem enxergar nada do que o Espírito Santo está movendo em esferas celestiais. Isso deve incomodar ao Pai! Por que não procuramos discernir o mover do Espírito, a fim de orarmos segundo a vontade de Deus? Existe uma porta nos céus, mas precisamos subir até lá para passarmos por ela. Do outro lado, existe uma infinidade de bênçãos disponíveis para aqueles que voam até as regiões celestiais (Ef 1.3).
Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam (Is 40.28-31).
Irmão, você não nasceu para ser galinha. Voe como águia!
Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam (Is 40.28-31).
Irmão, você não nasceu para ser galinha. Voe como águia!
Ezequiel Netto mora em Monte Mor/SP, é Médico Veterinário, e professor de Dons Proféticos no Ministério Impacto.
Uma resposta
Muito forte essa meditação!