Por: Conselho Editorial
Para muitos, quem sabe, o título na capa soe como um paradoxo, uma contradição de termos, uma união de dois conceitos incompatíveis: Lazer Santo?
No meio do mundo cristão atual, temos adeptos dos mais variados conceitos sobre a permissibilidade de lazer na vida do cristão. Os conceitos vão de um extremo a outro. Para alguns, por exemplo, o cristão não poderia sequer assistir um jogo da Copa do Mundo, porque o próprio nome já acusa: é do mundo (este posição foi literalmente defendida, há alguns anos, por um professor de seminário)! Em outras palavras, para o verdadeiro cristão o lazer teria de ser renunciado junto com todas as outras coisas do mundo. Não existe lazer santo.
Esta tendência ainda existe, mas é o outro extremo que está em maior ascensão hoje. Muitos cristãos foram enredados pela mesma obsessão por prazer e pela última novidade em entretenimento que caracteriza o mundo. Enquanto isso, o nível de estresse e frustração aumenta cada vez mais. Nunca tivemos tantas opções, tantas possibilidades – dentro de casa ou fora dela – de ocupar nosso escasso tempo livre, como agora. Como diria o grande sábio, autor do livro de Eclesiastes, tanto a vida de excessivo trabalho e acúmulo de riquezas, como a tentativa de achar prazer e satisfação, “é vaidade e correr atrás do vento” (Ec 2.17). Corremos como loucos para suprir nossas necessidades materiais e depois buscamos o alívio em atividades que geralmente sequer restauram nossas forças.
O cristão deveria ter a resposta. O mundo deveria olhar para nós e ver algo que atrai, que mostre um caminho alternativo para o legalismo que simplesmente proíbe e para a liberdade que nos torna iguais àqueles que não conhecem o verdadeiro propósito da vida.
Esta resposta não é uma fórmula exterior do que se pode ou não se pode fazer. Depende de uma nova atitude que resulta do novo nascimento, mas também de uma compreensão maior dos fatores que estão envolvidos.
Esperamos que as matérias desta edição o ajudem a obter uma visão mais ampla da questão e a tomar decisões práticas para encontrar este verdadeiro equilíbrio.
Existe lazer santo? Sem dúvida, pois nenhum aspecto da nossa vida deve estar fora do controle de Deus.
“Pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo vosso procedimento” (1 Pe 1.15).
