Por: Gerson Lima
“Um soco na boca do estômago!”, foi mais ou menos a sensação que senti quando, pela primeira vez, li as obras de Tozer. Deus lhe confiou um ungido ministério profético com um forte encargo para esta geração do tempo do fim. Enquanto trabalhava na publicação desta obra, ficava cada vez mais claro que não se tratava apenas de mais um maravilhoso livro, mas principalmente do derramar do coração de um homem incendiado pelo fogo do coração de Deus.
Diante disso, senti também a tremenda responsabilidade que pesa sobre os ombros de quem ouve: o que temos feito com as palavras que foram geradas pelas dores de parto deste homem que andou com Deus? Ele viu as intenções do coração de Deus para estes últimos dias. Mas, onde está Tozer em nosso cenário?
Certamente, estamos cheios de “profetas” que nos ensinam a seguir suas visões sem questionamento. De alguns dos púlpitos mais famosos e dos livros mais vendidos atualmente, aprendemos métodos simples e rápidos para usarmos a Deus como queremos: “Ele está sempre abençoando nosso ministério e empreendimentos; somente temos de investir um pouco mais de dinheiro e do que somos”.
Entretanto, podemos aceitar como palavra profética uma mensagem que contrarie as Escrituras? Se usarmos apenas uma parte da verdade, já não seria suficiente? Todos podem profetizar mesmo sem conhecer a Deus e à sua Palavra? É seguro repetirmos o que todos falam? O mais importante é de fato andar na visão que tem mais aceitação na atualidade, mesmo sem ver algo dos céus, baseado na Palavra escrita? Temos realmente base nas Escrituras para todos os atos proféticos que surgem a cada dia? É Deus mesmo quem está nos ensinando a colocar o mundo dentro da igreja e usar seus métodos para atrair as pessoas do mundo? Será que há abuso de poder espiritual e manipulação dos mais simples cristãos? Será que o máximo que podemos produzir hoje são distrações espetaculosas porque nós mesmos não conhecemos a Deus e à sua Palavra?
Mas, o que fazer? Deus nos ama e ainda fala com o homem. A questão é: desejamos ouvi-lo? Estamos prontos para abandonar tudo o que rouba seu lugar em nossa vida? Se o amamos, esse livro é para nós; do contrário, larguemo-lo agora mesmo, pois Tozer nos perseguirá para nos capturar para Deus. Ele nos revelará segredos do coração de Deus e isso nos comprometerá. Ele nos mostra quem é Deus e que ele nunca mudou, pelo contrário, que há um clamor em seu coração em razão de nossas inúmeras tentativas de obrigá-lo a mudar.
Negligenciamos a oração, pois nossa geração não conhece bem sua eficácia; negligenciamos a leitura da Palavra, “porque não sobra mais tempo para isso”; o culto familiar é trocado pela televisão. Comunhão com Deus? Também não sabemos bem o que é isso. Aprendemos que é suficiente estarmos ocupados com atividades religiosas, pois alguns privilegiados já pregam para nós a Palavra de vez em quando; e eles “não erram”. Diante de tudo isso, Tozer nos desafia: “Onde está Deus?”. Nós o expulsamos de nosso meio!
Tozer é profundo, forte e impetuoso, mas não desista no meio do caminho, avance. Ele nos exorta a abandonar o evangelho liberal; o homem tem de ser destronado, para que o lugar que pertence a Cristo seja restaurado (Cl 1.16). Ele nos leva a triunfar através do caminho da cruz, a romper, pela união com Deus, com as correntes do sistema deste mundo que jaz no maligno. Seremos fisgados pela revelação de que fomos criados por Deus para cumprir seu propósito. Uma vez que Tozer é enfático em nos mostrar que Deus é tão acessível, só nos restará abandonar tudo que porventura exista entre nós e ele.
Os capítulos que compõem este livro são mensagens clássicas de Tozer, traduzidas do original The Best of A. W. Tozer, volume 2 (O Melhor de A. W. Tozer, volume 2). Muitos desvios espirituais hoje em dia poderão ser evitados se ouvirmos a voz de Deus por meio deste profeta. “Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis” (2 Cr 20.20). Que Deus utilize esta obra para sua própria glória. Importa que ele cresça e tenha o primeiro lugar sobre todas as coisas.
Gérson Lima é o editor responsável pela Editora dos Clássicos, sediada em São Paulo, SP.