Lois J. Stucky (1928–2014)
Jesus disse: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim” (Mt 11.29). Ele deseja que fiquemos livres do jugo pesado e frustrante do egoísmo ou do mero cumprimento do dever sem compaixão. Ele quer que estejamos unidos a ele para servir a Deus com alegria, humildade e total sinceridade. Jesus verdadeiramente podia dizer: “Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu…” (Sl 40.8). Ele deseja que compartilhemos com ele essa mesma alegria: “(…) para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo” (Jo 15.10-11).
Nosso serviço para o Senhor muitas vezes pode parecer apenas a realização de tarefas simples e servis. Porém, nosso coração pode estar cantando e dirigindo uma melodia de amor ao Senhor durante todo o tempo. Nossa mente e nossas mãos também podem estar “entoando louvor” ao mesmo tempo, por meio de sua cuidadosa e diligente dedicação ao serviço que estamos realizando. Quando vemos alguém cuja atitude e serviço são displicentes, sem entusiasmo e descuidados, isso revela muito daquilo que está no coração dessa pessoa. Alguém já disse: “O que um homem ama é aquilo a que o vemos se dedicando de todo o coração”. O amor deve sempre dar o melhor de si.
O objetivo de muitos no mundo consiste unicamente em ganhar a vida e adquirir aquilo que lhe traga prazer e conforto. Esses indivíduos trabalham de olho no relógio. Referem-se ao seu trabalho como uma “tortura”. Ou talvez tenham a ambição de construir uma boa reputação ou de alcançar uma posição de autoridade, e se esforçam muito para isso. Como é diferente o serviço alegre e voluntário de alguém cujo prazer e objetivo é agradar o seu Amado e promover os seus propósitos!
Quando o amor reina em nós, a questão não é “quanto posso receber?”, mas sim “quanto posso dar?”. Não recorremos à lei do menor esforço; ao contrário, nos dispomos a percorrer a “segunda milha”. “Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7), ao que não só dá dinheiro e posses, mas entrega a si mesmo.
Os caminhos de Deus estão acima dos nossos. Ele às vezes chama alguém e lhe pede que abra mão de seus próprios planos e escolhas que lhe são caras para fazer um trabalho que a pessoa não escolheria para si. Entregue à própria natureza, ela poderia ser movida pelas chicotadas do dever, ou ficar amargurada, ou voltar atrás. Mas, de uma forma que podemos compreender melhor por meio da experiência pessoal do que de uma explicação, Deus dá sua graça ao coração disposto e obediente para que, com zelo e entusiasmo, ele se empenhe na realização daquilo que Deus lhe dá para fazer. Essa é uma bela manifestação da graça de Deus em nosso coração, para que a glória seja dele.
O Esposo Real, Jesus, está prestes a chegar! Ele está em busca de pessoas que ofereçam um serviço cuja qualidade seja digna do Rei. Será que ele o encontrará em você e em mim?
No mesmo espírito de Jesus, que disse: “(…) eu dou a minha vida (…) ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou” (Jo 10.17-18), que nós também possamos entregar nossa vida em serviço desinteressado, primeiro a Deus e depois ao próximo. Que possamos louvar ao Senhor não somente com os lábios, mas com a espontaneidade de um coração obediente e com o trabalho de mãos fiéis.