W.C. Moore (1890–1980)
Precisamos abrir espaço para que o amor de Deus seja derramado de forma constante e abundante em nosso coração por meio do Espírito Santo! Se permitirmos que a raiva, a malícia, os maus pensamentos, o ódio, a contenda, a inveja, a luxúria, a cobiça e a incredulidade se enraízem em nosso coração, o Senhor não irá impor o seu amor a nós nem derramar abundantemente em nosso coração a sua profunda compaixão pelas almas humanas.
A Pomba do Espírito Santo de Deus não poderá viver em nosso coração se permitirmos que os abutres imundos da ira, da maledicência e da grosseria, juntamente com uma multidão de outros agentes perversos e vis, habitem nele! As pombas não se empoleiram junto aos abutres!
Seria eu o guardião do meu irmão?
Onde quer que olhemos à nossa volta, vemos a prática do pecado. Será que a compaixão do Filho de Deus transborda em nosso coração quando olhamos para as pessoas? Será que nesses momentos nos lembramos de que também nós, outrora, praticávamos os mesmos atos, totalmente insensíveis ao amor de Deus? Será que manifestamos o amor de Cristo para os perdidos que nos rodeiam? Mesmo que nos enganem nos negócios, será que nos preocupamos mais em ganhá-los para Cristo do que em “acertar as contas” com eles?
Quando vemos um irmão ou uma irmã se desviando do caminho do Senhor, tornando-se morno, caindo em pecado, nós apontamos o dedo para eles enquanto nos consideramos muito melhores do que eles? (Is 58.9; 65.5; Lc 18.9-14). Ou será que oramos sinceramente por eles e agimos para evitar qualquer fofoca que os envolva? Ficamos atentos para encontrar o momento certo de lhes dizer a verdade em amor? (At 20.31; Ef 4.15).
Além disso, será que nos damos conta de que se tivéssemos orado por eles como deveríamos, talvez nem tivessem chegado a cair em pecado? Nós somos os guardiões de nossos irmãos. É absolutamente impossível amarmos nosso próximo como a nós mesmos (Mt 22.36-40) se não estivermos profundamente preocupados com seu estado espiritual!
Consideremos o caso, como infelizmente ocorre algumas vezes, em que um líder cristão bem destacado torna-se infiel a Deus. Será que nosso coração fica enlutado por isso? Ou começamos a maldizê-lo pelas costas, transformando seus fracassos e falhas, verdadeiros ou presumidos, numa fofoca despretensiosa, vã ou até mesmo odiosa? Que Deus nos ajude!
Devemos sempre nos lembrar de que o diabo dispara suas armas contra aqueles que estão em evidência. Portanto, devemos orar especialmente por qualquer pessoa que esteja sendo usada poderosamente por Deus em alguma área. Se um membro do Corpo de Cristo sofre, todos sofrem com ele (1 Co 12.12-27).
Por acaso não tem acontecido de maltratarmos outros cristãos, outros filhos de Deus de uma forma que nem mesmo os incrédulos maltratariam os seus pares? Que grande vergonha para nós!
Se você, leitor, tivesse falhado com Deus, caindo em pecado, não preferiria mil vezes que um irmão que o conhecesse começasse imediatamente a orar sinceramente por você ao invés de fofocar sobre a sua falha, verdadeira ou presumida? Então, façamos aos outros o que gostaríamos que fizessem conosco! (Mt 7.12).
Temos o dever de fazer tudo o que pudermos para ajudar os outros por meio de orações sinceras com gemidos inexprimíveis, por admoestação, pelo nosso exemplo e pela manifestação do amor de Deus por eles. Devemos fazê-lo tanto por meio de nossos atos, pelo modo como vivemos diante dessas pessoas, quanto com nossas palavras, falando a verdade em amor.
Que o amor de Cristo nos constranja a amar, como fruto do amor por ele, aqueles que consideramos indignos de amor, a suportar uns aos outros em amor e a nos lembrar de que cair nas mãos do Deus vivo é algo terrível! (Cl 3.13; Hb 10.31). Que nos lembremos de que não nos resta muito tempo para levar, pelo amor, as pessoas ao reino de Deus; não nos resta muito tempo para manifestar o amor sacrificial de Jesus aos pecadores e aos santos; enfim, a todos ao nosso redor que realmente precisam ver o amor de Deus ser derramado abundantemente através da vida, das palavras e da compaixão daqueles que professam ser seguidores do humilde Nazareno!
W.C. Moore e sua esposa Sarah Foulkes Moore foram cofundadores do ministério do Arauto da Sua Vinda nos EUA.