22 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

O Princípio do Juízo

Por: Rick Joyner

Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo” (Ef 6.1).

Esta exortação para que os filhos obedeçam a seus pais tem uma razão principal: porque é certo. Este princípio sozinho – ensinar os filhos a obedecer a seus pais – é um dos fatores mais importantes para levar uma criança a discernir o certo do errado.

Por que isto é tão importante? Como as profecias das Escrituras esclarecem, um dos maiores males que virão sobre a terra nos últimos dias é a licenciosidade: o desrespeito a toda e qualquer forma de autoridade ou restrição. A capacidade de respeitar e obedecer autoridade é um dos maiores alicerces que podemos lançar na vida dos nossos filhos, a fim de prepará-los para enfrentar esta última manifestação do mal.

Juízo Sobre a Casa de Eli

A primeira palavra dada pelo Senhor ao profeta Samuel deve ser recebida como uma séria exortação a todos os pais. Está registrada em 1 Samuel 3.11-14:
“Disse o Senhor a Samuel: Eis que vou fazer uma coisa em Israel, a qual todo o que a ouvir lhe tinirão ambos os ouvidos. Naquele dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado com respeito à sua casa; começarei e o cumprirei. Porque já lhe disse que julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele os não repreendeu. Portanto, jurei à casa de Eli que nunca lhe será expiada a iniqüidade, nem com sacrifício, nem com oferta de manjares.”

Quando o Senhor disse que aquilo que estava para fazer faria tinir os ouvidos de todos que ouvissem sua notícia, seu propósito era despertar a todos em Israel para a seriedade deste assunto e para o juízo que causaria. Nossos ouvidos também deveriam arder sob esta tão severa repreensão. O pecado de permitir que nossos filhos tragam uma maldição sobre si mesmos, em decorrência de não os corrigirmos, é tão sério que o Senhor declara aqui que “nunca lhe será expiado… nem com sacrifício, nem com oferta de manjares” (1 Sm 3.14).

Um terrível juízo caiu sobre Eli e sua casa, exatamente como foi anunciado. Entendemos pela Palavra que o Senhor prefere a misericórdia acima do juízo (ver Lm 3.31-33; Ez 18.23,31,32; Dn 9.9; Os 11.8,9; Tg 2.13; 2 Pe 3.9), e temos abundantes exemplos da sua enorme paciência para conosco. Sempre que Deus trouxe juízo, foi por causa de sérias e repetidas violações dos seus padrões e mandamentos, que resultavam na corrupção de toda a nação. Os padrões eternos de Deus nunca mudaram e serão igualmente o motivo que o levará a julgar o mundo inteiro no fim dos tempos. Este “pecado de Eli” é um daqueles que estão apressando o juízo de Deus por causa da licenciosidade que está liberando.

Eli era o sumo sacerdote e se ele não vivesse de acordo com os mais altos padrões divinos, abaixaria os mesmos em toda a nação. Semelhantemente, cada cristão é um sacerdote, chamado para ser luz e sal para a terra. Quando não vivemos de acordo com os padrões mais elevados, nós também permitimos que haja trágica corrupção nas nações para as quais fomos enviados.

Devemos notar também que Eli amava muito o Senhor e o serviço do seu tabernáculo. De fato, amava-os tanto que, quando a arca da aliança foi tomada pelos filisteus, ele caiu para trás e morreu. Eli não tratava os sacrifícios com desprezo, nem cometeu qualquer uma das atrocidades praticadas por seus filhos; entretanto, foi punido também por causa do que eles fizeram. Nenhuma quantidade de sacrifícios ou ofertas poderia expiar seu pecado, para sempre.

Não significava que Eli não podia ser perdoado. A implicação era que todos seus sacrifícios e ofertas jamais expiaram sua irresponsabilidade em relação à sua família. Muitos são igualmente zelosos pelo Senhor e procuram se dedicar muito à sua obra, numa tentativa de compensar por pecados ou irresponsabilidades em outras áreas de suas vidas. Entretanto, todo nosso zelo e boas obras nunca expiarão nossos pecados. Só existe um sacrifício através do qual podemos ser perdoados – o sacrifício da cruz.

O ponto aqui, contudo, não é como alcançar o perdão, mas como evitar os frutos amargos de não ter criado nossos filhos no temor do Senhor. Isto não é só por nossa própria causa, mas por causa dos nossos filhos e do mundo para onde fomos enviados como luz e sal.

É por esta razão que somos advertidos em 1 Pedro 4.17: “Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?” Como o Senhor poderá julgar o mundo por estas coisas, se seu próprio povo também é culpado? Podemos ter certeza que o Senhor há de tratar com a igreja por causa de nossa licenciosidade e pela omissão em disciplinar nossos filhos, antes de enviar seu juízo sobre o mundo.

Eli era o sumo sacerdote e, mesmo assim, a sentença do Senhor veio sobre sua vida. Não importa o grau que atingimos no ministério – este juízo também pode vir sobre nós, se não formos obedientes nas responsabilidades mais básicas que temos para com nossas famílias. Não importa quantas viagens missionárias fizemos, ou qual foi nossa fidelidade em pagar os dízimos – se não criarmos nossos filhos corretamente, estaremos correndo sério perigo.

“Para Não Cair em Juízo”

Tiago 5.12 declara: “… antes seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não, para não cairdes em juízo”. Esta é uma das principais formas que nos levam a cair em juízo: quando não somos coerentes com nossas palavras. Se dissermos “sim”, devemos ser coerentes e manter nossa palavra. Da mesma forma, quando dizemos “não”, devemos exigir exatamente isto.

O que isto tem a ver com a criação de filhos? Quando lhes dizemos “sim”, eles devem aprender que é exatamente isto que queremos dizer e é o que vamos manter. Quando dizemos “não”, deve significar “não” a primeira vez que o dizemos; não devemos ter de repetir isso uma porção de vezes, porque nosso “sim” significa “sim” e nosso “não” significa “não”. A maioria das crianças aprende que seus pais não estão muito sérios com o que dizem enquanto não levantam suas vozes a uma determinada altura ou tom de irritação. Será que esta é uma boa maneira de ensiná-las a ouvir o murmúrio “tranqüilo e suave” que o Senhor muitas vezes usa para falar conosco? Quando falamos uma coisa com nossos filhos e, depois, permitimos que nos pressionem a mudar de idéia, não estamos ensinando-lhes o certo e o errado – pelo contrário, estamos habituando-os a ser manipuladores e a desrespeitar autoridade.

Somente o Espírito pode gerar algo do Espírito, e somente disciplina administrada no Espírito do Senhor poderá produzir fruto do Espírito. Instruir ou disciplinar nossos filhos através de um espírito irritado ou frustrado não dará estes resultados, pois frustração não é fruto do Espírito.
Talvez você questione se é possível mesmo disciplinar nossos filhos no Espírito. Não só é possível, mas é a única forma em que devem ser disciplinados – em amor, fazendo isto para o bem deles, não por causa da nossa frustração. Se for necessário disciplinar um filho por causa de algo que lhe causou ira, primeiro espere até que tenha dominado sua ira.

Eu realmente creio no uso da vara (não uma vara literal, mas um instrumento que não venha a ferir a criança) como a forma mais eficaz para disciplinar crianças menores. Como diz em Provérbios 13.24: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina”. O primeiro ponto é que se realmente amarmos os nossos filhos, os disciplinaremos com diligência. Isto é ser semelhante a Cristo, conforme nos diz em Hebreus 12.5,6: “Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe”.

Por causa do predomínio de inúmeras filosofias humanistas contrárias à Palavra de Deus, muitos vieram a encarar a disciplina como rejeição, quando o contrário é que é verdadeiro. Uma das coisas mais assustadoras que existe (em virtude de suas conseqüências) é a permissividade que nos deixa livres em áreas onde deveríamos ser disciplinados. Devemos receber correção e disciplina do Senhor como prova do seu amor. Nossos filhos também devem considerar assim, quando recebem nossa correção e disciplina. Se forem disciplinados corretamente, com certeza a receberão. Sentirão grande segurança por saberem que você os ama o suficiente para discipliná-los.

Está havendo hoje, em toda a sociedade no mundo ocidental, um ataque maciço contra autoridade. Praticamente, não existe um seriado (ou novela) na televisão, atualmente, que não parece ser sistematicamente programado para corroer o respeito das pessoas pela autoridade. Parecem ser especialmente planejados para insultar os pais, que, em quase todos os seriados, são idiotas desajeitados que precisam ser constantemente salvos do fracasso por suas esposas ou filhos. Estes programas são igualmente dedicados a atacar valores morais. A licenciosidade que está sendo liberada será, no fim, uma ameaça muito maior para nós do que qualquer inimigo exterior. Se quisermos ser a luz e o sal que fomos chamados para ser, teremos de resistir a tudo isso, a começar com o modo como ensinamos e criamos nossos filhos.

Rick Joyner é fundador e supervisor de MorningStar Ministries, em Charlotte, NC, EUA, um amplo ministério que envolve publicação de uma revista periódica, publicação e distribuição de livros e fitas, conferências, e treinamento de líderes, visando especialmente o ministério profético. Mais informações (em inglês) sobre seu ministério no seu site:  
www.morningstarministries.org.

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