Por: Thiago Bronzatto
Não se assuste se eu lhe disser que a geração jovem de hoje é escolhida por Deus para realizar algo tremendo na face da terra! Assustou? Então respire fundo e prossiga…
Nestes dias, Deus tem colocado um forte desejo em meu coração por esta juventude. É tal o desejo, que não estou conseguindo mais me conter.
Nunca senti algo assim; meu coração, às vezes, parece que vai saltar pela boca ao pronunciar a palavra “juventude” ou “geração”. Tenho sentido um grande chamado para nós, jovens e, quanto a isso, estou me sentindo como Frank Bartleman (da História do Avivamento Azusa), impelido a clamar até o meu último suspiro – e não somente a me limitar a clamar… mas a realizar!
É um desejo que não tem como explicar, mas que a cada dia cresce mais e mais… parece que não vou resistir a tal desejo… estou mais parecendo um maluco, pois só tenho uma oração: “Deus, dá-nos esta geração!” Sei que este desejo não é singular, mas tem alcançado muitos outros jovens.
Recentemente, um deles me escreveu o seguinte:”A necessidade de um avivamento, de um maior reboliço, já começa a ser plantada nos corações de alguns jovens… Agora é preciso que isso se estenda, ultrapassando limites geográficos e também denominacionais. Deus nos chamou a orar e lutar contra os gigantes que estão na nossa terra, a abandonar a mediocridade e a covardia e a encarar esta luta para a qual o Senhor alistou a cada um de nós!”.
Deus já começou a separar tais jovens, os quais não se contentarão apenas em obter a fama de renomados soldados, mas procurarão ser guerreiros de verdade; não irão atrás do título de semeadores, antes serão aqueles que realmente semeiam; não serão meros pregadores, mas terão em suas vidas a própria palavra viva!
Uma Geração de Josué e Calebe
Assim se levanta uma geração escolhida para entrar na terra prometida, a fim de enfrentar os gigantes que nela há! Tenho a certeza que Deus irá fazer uma coisa tremenda no meio dessa juventude – será algo jamais visto na face da terra. Convoco a você, meu caro jovem, a se preparar e orar, pois Deus estará levantando muitos Josués e Calebes!!! “Quem???” Isso mesmo, Josué e Calebe!!! Basta ler Números, capítulos 13 e 14, e veremos ali um exemplo nítido de como os jovens serão levantados nessa última batalha.
O povo de Israel estava acampado próximo da terra que procurava por mais de um ano no deserto. Era inevitável esconder o sorriso nos lábios daquelas pessoas; pareciam garimpeiros felizes, contemplando o resultado de seu trabalho árduo. Apenas um monte separava-os daquela terra.
Então, Moisés enviou doze espias para analisá-la, para ver se de fato era boa para se habitar. Entre esses espias estavam Josué e Calebe, dois jovens ousados e cheios do Espírito Santo. Passados quarenta dias, os espias regressaram da terra e dez deles relataram o que viram da seguinte forma:
“A terra, pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes… e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos…” (Nm 13.32, 33).
Assim, esses dez espias infamaram a terra prometida por Deus e incitaram o povo a desanimar-se da promessa. Mas Josué e Calebe levantaram-se e, ousadamente, falaram a todo o povo: “Eia! Subamos e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela” (Nm 13.30).
O povo se revoltou contra estes dois jovens e a congregação se uniu para apedrejá-los. Deus, porém, interferiu em tal ato e, acendendo a sua ira contra aquela geração néscia, fez que dessem meia-volta e trilhassem rumo ao deserto, onde amarguradamente morreriam. Por qual motivo? Por haverem perdido a visão das promessas de Deus!!! Mas Josué e Calebe, por terem mantido a visão do plano de Deus, foram salvos daquela geração incrédula e, passados alguns anos da história de seu povo, lideraram uma nova geração para entrar na terra prometida.
Assim como os dois eram jovens ousados e cheios do Espírito Santo, Deus estará levantando nestes dias jovens ousados, que estejam dispostos a pagar o preço de “perderem” sua reputação ou de serem chamados “malucos”, “caretas” ou “fanáticos”. Isso porque só visarão um nome, o nome de JESUS!
Estes jovens escolhidos e ungidos serão aqueles que não suportarão de forma alguma serem somados no meio da multidão, pois seu maior tédio será esquentar os bancos da igreja!!! Serão pessoas que buscam com intensidade conhecer e receber cada vez mais do Espírito Santo! Como Josué e Calebe, serão pessoas de visão, de acordo com a Escritura: “E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne… e vossos jovens terão visões” (Jl 2.28). Serão aqueles que levantarão os demais jovens desanimados e os encorajarão a tomar posse das promessas de Deus para sua geração.
Por causa de tamanha ameaça contra seu reino, o diabo hoje tem lutado contra isso, implantando drogas no meio dessa juventude, prostituição, violência e todas suas demais armas, pois teme a concretização e a revelação do seguinte versículo: “Jovens… sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o maligno” (1 João 2.14).
É tempo de nós, jovens, lutarmos contra os gigantes que estão na nossa terra, de não sermos mais conhecidos como a geração do futuro incerto ou da juventude arrasada e pervertida, sem solução e sem esperança. É tempo, sim, de levantarmos em meio às vozes sedutoras dos “falsos espias” e, em uníssono, dizermos a todos que choram: “Eia! Subamos e possuamos a terra”.
Como Virá esse Mover sobre Nossa Juventude?
Parece algo tão distante, não é assim? A cada dia vemos uma geração mais pervertida e poluída, uma geração que só sabe aderir ao plano do maligno – que é de impedir os jovens de serem fortes, como no texto acima.
Qualquer estudo das estatísticas atual nos dará a plena certeza de que esta geração, “geograficamente”, se localiza em um vale…chamado “vale de ossos secos”. Veja alguns dados sobre adolescentes no Brasil:
• 23.000 adolescentes, de 10 a 24 anos, estão infectados pelo vírus da Aids, representando 13% da população afetada pela epidemia ;
• 30.000 crianças são órfãs de pais HIV positivo, em todo o Brasil;
• A cada 17 minutos, nasce um filho de jovem com idade entre 10 e 14 anos; a cada minuto, um de mãe com idade entre 15 e 19 anos;
• 700 mil meninas com idade entre 10 e 19 anos, tornaram-se mães em hospitais da rede pública do País, no ano passado;
• Dos 4 milhões de abortos praticados por ano no Brasil, 1 milhão ocorrem entre adolescentes; muitas delas ficam estéreis e cerca de 20% morrem em decorrência do aborto; para cada criança que nasce, duas são abortadas;
• O suicídio tornou-se a segunda principal causa de morte de jovens entre 15 e 19 anos, depois dos acidentes;
• Só 20% dos adolescentes que experimentam o cigarro conseguirão deixá-lo;
• 90% das pessoas dependentes de cigarro começaram a fumar na adolescência; dentre os adolescentes que resolvem experimentar o tabaco, aproximadamente 70% irão desenvolver a dependência.
Assustou-se? Ou pensa que tais fatos só acontecem lá fora no mundo? Se você ficou de boca aberta, leia estas estatísticas de uma pesquisa realizada com 3.795 jovens de 13 denominações cristãs, feita nos EUA e no CANADÁ. Os jovens tiveram de responder perguntas sobre temas comuns na juventude, como por exemplo: amor e sexo; casamento e família; fé e religião.
E o mais importante ainda é que estes jovens são participantes das atividades da igreja, e que 64% dos entrevistados disseram que “oram” diariamente, e 84% freqüentemente participam das escolas dominicais e do grupo de jovens uma vez por semana.
As pesquisas apontam que só nos últimos três meses:
• 66% mentiram a um dos pais, professor ou outro adulto;
• 59% mentiram aos conhecidos;
• 45% assistiram a programa (ou programas) de conteúdo pornográfico;
• 36% colaram na prova;
• 23% fumaram cigarro ou produto derivado ao fumo;
• 20% tentaram machucar fisicamente alguém;
• 12% embriagaram-se;
• 8% usaram drogas ilegais;
• 55% envolveram-se em carícias e/ ou intercurso sexual
• 50% estão estressados;
• 55% estão confusos;
• 74% estão buscando respostas.
O Que Fazer?
Esta juventude está num vale sombrio e seco, um vale cujo lamento é: “Tirem-me daqui”. Deus tem procurado profetas como Ezequiel, para que possam ir e profetizar sobre estes ossos secos. Não é apenas para contemplarem a visão de uma juventude destituída e fracassada, nem para serem profetas apenas de palavras, mas para serem ministros de vida e ação, a fim de que sejam a própria Palavra rhema (revelada). Assim profetizarão o Espírito Santo sobre esta geração!
Mas como Profetizaremos?
Se não tivermos visão, não profetizaremos! Portanto, devemos aplicar colírio em nossos olhos, retirar toda lente embaçada por falsas doutrinas, que acabam nos afastando desta geração necessitada, despojar-nos de nossa segunda túnica e, como diz um tio meu, deixar de uma vez por todas o “umbigocentrismo”. Assim se cumprirá a promessa de Joel 2.28: “E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne… e vossos jovens terão visões”.
Estamos no limiar de um mover, que segundo Rick Joyner, “se tornará o maior que já veio a este mundo” (veja seu artigo Comando Delta Espiritual, que começa na página 3). A verdade é: DEUS IRÁ FAZER UM REBOLIÇO NESTA GERAÇÃO! A questão é: ESTAMOS PRONTOS?
Após Jesus ter ressuscitado, os que estavam reunidos perguntaram-lhe: “Senhor será este o tempo em que restaures o reino de Israel?” E Jesus, em uma resposta enfática, disse: “Não vos compete conhecer os tempos ou as épocas que o Pai reservou para a sua exclusiva autoridade, mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo.” Assim, Jesus é levado às alturas e volta para o céu.
Enquanto os discípulos estavam com os olhos fixos no céu, apareceram dois anjos que lhes perguntaram por que estavam olhando para as alturas, sendo que este Jesus, que subia entre as nuvens, voltaria da mesma forma que subiu. Em outras palavras, os anjos estavam dizendo: “Ei! Por que vocês estão aí ainda parados? Vamos! Jesus voltará e é necessário que se faça muita coisa ainda!” E os discípulos, logo em seguida, “permaneceram unânimes em oração”.
Este é o segredo para estarmos prontos: permanecer unânimes em oração!
Irmãos Morávios: Unânimes em Oração
Se procurarmos exemplos de pessoas que permaneceram unânimes em oração, podemos achar diversos – mas, sem dúvida, um dos mais fortes foi dos irmãos morávios.
Havia um grupo no início do século XVIII, que ficou conhecido como os morávios. Era um grupo que, fugindo das perseguições mortíferas daquela época, achou abrigo na propriedade do Conde Zinzendorf. As características deste grupo não eram nada promissoras: eram rixentos, contenciosos, religiosos – separados uns dos outros pela fria religião à qual pertenciam.
No dia 5 de agosto de 1727, alguns passaram a noite em oração. Essa oração gerou uma aliança entre eles, em que decidiram colocar o amor fraternal sobre toda diferença religiosa. Poucos dias depois, por volta do meio-dia, enquanto celebravam a ceia do Senhor, o poder de Deus superabundou naquele lugar e todos caíram no chão diante de Deus, onde continuaram até a meia-noite. O Senhor lhes apareceu como Cordeiro, levado ao matadouro; traspassado pelas suas transgressões e moído pelas suas iniqüidades (Isaías 53.5,7). A oração os havia unido!
Passados alguns dias, como resultado dessa experiência, vinte e quatro irmãos e o mesmo número de irmãs se reuniram, e fizeram entre si uma aliança de orarem vinte e quatro horas por dia. Para isto, repartiram as vinte e quatro horas do dia entre si. Depois, 77 pessoas aderiram a esse esquema de intercessão e até mesmo as crianças iniciaram um plano semelhante.
Este grupo orou vinte e quatro horas por dia durante cem anos! Isso mesmo, cem anos! E nesse período, enviaram missionários para diversos cantos do mundo – foi algo realmente tremendo! Até mesmo as crianças eram incitadas de maneira intensa a orarem por tal mover.
Os irmãos morávios tinham como verdade inspiradora o Cordeiro sofredor de Isaías 53. Assim, quando iam para o campo missionário, não viajavam como passageiros, mas como servos, como aqueles que trabalhavam durante a viagem. Se alguém os empurrasse, batesse ou jogasse no chão, levantavam-se e humildemente saíam. Consideravam tal serviço ou sofrimento como quebrantamento para seus corações orgulhosos.
O lema que marcou a partida dos morávios rumo aos campos missionários era: “Conquistar para o Cordeiro que foi morto a recompensa dos seus sofrimentos”.
Assim, os morávios são um exemplo para nossa geração, para os jovens sedentos pela diferença! Jovens que querem ver algo novo acontecer!
Hoje, nós jovens também fomos chamados a realizar um grande trabalho, à semelhança dos morávios, pois Deus nos tem chamado a orar, a clamar. Devemos, como filhos de Deus, obedecer a tal chamado, ainda que tenhamos de orar por cem anos, transpondo gerações e gerações.
Somos chamados a clamar e a esperar por um mover maior do que já houve na face da terra. Se ao olhar à grandeza com que Deus agiu no meio dos morávios, você se espantou, então meu caro jovem, é melhor que comece desde já a tomar “remédios cardíacos”, pois certamente Deus agirá, no meio dessa juventude, com ainda mais intensidade! Por isso, cabe a nós orarmos para que tal mover venha também nos inundar e nos fazer jovens cheios do Espírito Santo!
Fica, então, uma pergunta a nós, jovens: Como está o nosso clamor em relação às promessas de Deus para esta geração? Se realmente queremos ver esse mover no meio dessa juventude, precisamos intensificar as nossas orações e, assim como os morávios, colocarmos como nosso alvo: “Conquistar para o Cordeiro que foi morto a recompensa dos seus sofrimentos”.
Conclusão
Você quer fazer a diferença no meio dessa geração, como fizeram Josué e Calebe; deseja ver um reboliço, como aquele que foi iniciado pelos irmãos morávios naquela época?
Saiba que a diferença começa dentro do lar, cumprindo o mandamento de honrarmos pai e mãe. É dentro do lar que somos treinados para fazer a diferença!
Não há mais tempo de darmos desculpas para Deus, pois o tempo da consumação se aproxima. Deus quer levantar você para uma grande obra na face da terra, portanto aliste-se já no exército do Senhor! Ouça:
Há uma juventude que clama; suas vozes se entoam em meio a prantos, pois suas vidas foram assoladas e desconsoladas por Satanás. Posso também ouvir outra voz, uma voz de júbilo, uma voz de clamor por esta geração. Vejo, através destes dois clamores, que o tempo de Deus se manifesta, abrindo uma possibilidade única para essa geração. É tempo de nos levantarmos da nossa mediocridade, de nos despojarmos do “eu” e de dizermos de coração:
“SENHOR, EIS-ME AQUI, ALISTA-ME NO TEU EXÉRCITO!!!”
Thiago Bronzatto é um estudante de 16 anos, de Mogi Guaçu – SP
Bibliografia:
• Jornal Grupo News edição 18 e 19- matéria: “Uma Geração em Crise” (autora: Rosane Faria).
• Livreto: Sangue e Fogo – A História do Avivamento Morávio (Worship Produções)