D. Colin Jones
Uma lição de 1 Samuel 1
O cristianismo morto é a corrupção tentando parecer respeitável! Quando a religião está morta, seu odor é desagradável. Mas quando o cristianismo está vivo, exala uma doce fragrância que faz com que as pessoas o olhem com o desejo de possuí-lo. Em todas as épocas, Deus se moveu através de seu povo, trazendo vida no meio da aparente morte. Isso se chama avivamento e aconteceu no Antigo Testamento em várias ocasiões. Aconteceu na vida do próprio Samuel.
Observe os quatro personagens principais deste capítulo: Elcana, Ana, Penina e Eli. Elcana é um homem piedoso que tem duas esposas. Ambas são amadas, mas uma é frutífera e a outra é estéril. Ao contrário da lógica, o avivamento começou com um profundo sentimento de necessidade no coração de Ana, a mulher que não tinha filhos. Vinte anos antes do avivamento, o Senhor ouviu o clamor interior dessa mulher piedosa.
Uma vida infrutífera – “Porém a Ana dava uma parte excelente; porque amava a Ana, embora o Senhor lhe tivesse cerrado a madre” (v.5). Ela tinha o amor de seu marido, mas o Senhor havia fechado o seu ventre. Para uma mulher hebreia, isso era a pior tragédia que poderia acontecer. A bênção de Deus na vida de uma mulher era avaliada pelo tamanho de sua família. Em sua necessidade, ela sentia grande tristeza. A atitude de Penina não ajudou em nada.
Um coração infeliz – “Então Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?
Então Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do Senhor. Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente”(vv.8-10). A primeira parte deste capítulo está cheia de tristeza. Elcana tenta consolá-la com uma observação bastante masculina: “Não sou melhor do que dez filhos?”. Ela não respondeu a esse comentário, pois não havia substituto para a fecundidade. Ela não se lançou nos braços amorosos de seu marido, mas se apressou em orar diante do tabernáculo do Senhor.
Oh que nós, como a noiva de Cristo, nos entristecêssemos com nossa infrutuosidade! Onde estão as conversões para Cristo? Onde estão os batismos? Durante anos, fomos estéreis. Corremos para cá e para lá buscando uma cura para nossa infertilidade, mas a oração, a verdadeira oração que rasga o coração, dificilmente é vista ou ouvida.
A menos que soframos com a nossa esterilidade, a menos que cheguemos em desespero a Deus, não conheceremos o verdadeiro avivamento bíblico e teremos de nos contentar com substitutos modernos. Que Deus nos dê corações inconformados, um profundo anseio pela conversão de perdidos e, acima de tudo, por ele.
Uma Promessa Altruísta – “E fez um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao Senhor o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha” (v.11). Aqui vemos que um bebê foi prometido ao Senhor. Isso já é maravilhoso, mas mais maravilhoso ainda é ver uma mulher completamente rendida ao Senhor. Ela entregou seu bem mais precioso antes mesmo de o possuir! Aqui está um quadro no Antigo Testamento do verdadeiro compromisso. Apesar de jovem, ela era completamente comprometida com o Senhor. Há um sentido em que somente os jovens podem experimentar tal rendição. Muitos dos nossos leitores com certeza já são maduros. Devemos nos empenhar desesperadamente em colocar essa mensagem nas mãos de jovens para que vivam à luz da iminente volta de Cristo e proclamar o avivamento na Igreja dando a ele os anos que ainda não viveram.
Uma Oração Inquestionável – “E sucedeu que, perseverando ela em orar perante o Senhor, Eli observou a sua boca.
Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada.
E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho.Porém Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o Senhor” (vv.12-15). Aqui está a verdadeira oração de avivamento: “Tenho derramado a minha alma perante o Senhor”. Milhares ao nosso redor estão vivendo e morrendo sem Cristo. Quanto tempo faz desde que afligimos nossa alma diante de Deus por pessoas perdidas? Não admira que a Igreja seja tão infértil! Faltam-nos as orações aflitas ou,nas palavras de Tiago:“A oração fervorosa de um justo é poderosa e eficaz” (Tg 5.16).
Fé inabalável – “E disse ela: Ache a tua serva graça aos teus olhos. Assim a mulher foi o seu caminho, e comeu, e o seu semblante já não era triste”(v.18). Foi somente pela fé que sua tristeza pôde se transformar em alegria. Ela foi avivada em seu próprio coração antes que pudesse ser usada para trazer avivamento a seu povo. Esse versículo precisa ser colocado em contraste com o versículo 10. Antes era difícil conviver com ela, mas depois era um prazer tê-la por perto. Antes ela não se alimentava (v.8), mas depois seu apetite foi restaurado. Anteriormente seu semblante era triste, mas depois passou a refletir a alegria do Senhor. Ela foi verdadeiramente avivada. Ela se tornou um arauto de avivamento dentro da nação.
Adoração Irrestrita – “E levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o Senhor, e voltaram, e chegaram à sua casa, em Ramá, e Elcana conheceu a Ana sua mulher, e o Senhor se lembrou dela” (v.19). Ela se lembrou do Senhor levantando-se de madrugada para adorá-lo. Deus se lembrou dela, concedendo seu pedido. Adoração e fecundidade são vitalmente interligados. A adoração é uma comunhão íntima com Deus que sempre produz frutos. À medida que nos chegamos a ele, ele vem até nós. De maneira igual, nós vamos para os perdidos, e eles vão a Jesuspor nosso intermédio. Que maravilhoso ciclo de graça! E tudo começa com um relacionamento vivo no meu coração!
Bênçãos Ilimitadas – “E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e deu à luz um filho, ao qual chamou Samuel; porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor” (v.20). Samuel nasce. Ele foi o primeiro de muitos filhos. As bênçãos vieram porque uma mulher realmente orou e acreditou.
Rendição Incondicional – “E, havendo-o desmamado, tomou-o consigo, com três bezerros, e um efa de farinha, e um odre de vinho, e levou-o à casa do Senhor, em Siló, e era o menino ainda muito criança. E degolaram um bezerro, e trouxeram o menino a Eli.
E disse ela: Ah, meu senhor, viva a tua alma, meu senhor; eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, para orar ao Senhor.
Por este menino orava eu; e o Senhor atendeu à minha petição, que eu lhe tinha feito.Por isso também ao Senhor eu o entreguei, por todos os dias que viver, pois ao Senhor foi pedido. E adorou ali ao Senhor” (vv.24-28). Ela cumpriu seu voto no mesmo lugar onde havia derramado seu coração ao Senhor. Ela voltou para entregar o tesouro mais precioso de sua vida, e Deus recebeu seu bebê. Um dia, o avivamento irromperia por meio dele. O avivamento que chegou primeiro à fiel Ana.
A rendição dela trouxe tristeza? Certamente não! Quando entramos no capítulo dois, nos juntamos a ela em sua canção de agradecimento ao Senhor. Ela encontrou uma nova identidade, uma nova força e uma nova concepção de Deus.
Afastar-se de Deus rouba de você mesmo, rouba de Deus e pode roubar o mundo do avivamento! A rendição sempre traz alegria e coloca você numa posição na qual Deus terá prazer em usá-lo para seus planos futuros.
Extraído de “The Herald of Hope” (O Arauto de Esperança), Austrália
Uma resposta
Tremendo!!!!!