Por: Conselho Editorial
A idéia de um segredo único e universal, que abriria as portas a sucesso, felicidade e realização, fascina a humanidade há longa data. De tempos em tempos, alguém se levanta e proclama ter encontrado a chave. Apontando para vidas exemplares que triunfaram em meio a obstáculos e circunstâncias aparentemente impossíveis, mostra um caminho que afirma ser garantido a conduzir quem quer que seja ao mesmo sucesso.
Os resultados desses sucessivos convites ao longo dos séculos sempre seguiram um padrão semelhante. Um pequeno número de pessoas (considerando a totalidade da humanidade) é inspirado, motivado, desafiado – e acaba comprovando que a teoria realmente funciona. Para os demais, porém, o “segredo” não funciona – ou porque as pessoas não acreditam e nem tentam, porque tentam de forma errada ou porque o segredo só dá certo para um número muito limitado de sortudos!
Até algum tempo atrás, a maioria dos cristãos convictos jamais se deixaria levar por um segredo que prometesse felicidade por meio da realização de sonhos materialistas; presumia-se que quem buscava vida eterna não podia colocar o bem-estar do aqui e agora como prioridade.
Faz algumas décadas, porém, que essa perspectiva está mudando pouco a pouco. Hoje, muitas igrejas e movimentos possuem uma versão própria do segredo – que inclui vocabulário e jargão cristãos e que conta, segundo acreditam, com o respaldo do próprio Deus.
Assim como ocorre no caso das versões seculares, entretanto, a chave mágica dos cristãos só funciona para algumas pessoas. Mesmo assim, seus defensores não se abatem. Os resultados positivos são amplamente divulgados e parecem comprovar a eficácia do caminho indicado. Afinal, se não funcionou para alguém, não é difícil achar uma explicação lógica: faltou fé, a chave não foi usada corretamente.
Para aqueles que desejam entender o contexto maior, o questionamento continua. Será que existe mesmo um segredo universal ou é apenas uma questão de sorte (ou predestinação)? Se de fato funciona para alguns, será que podemos entender, pelo menos em parte, por que funciona? E também por que não funciona para tantos outros?
O leitor regular da revista Impacto sabe que não encontrará, nas páginas a seguir, uma resposta fácil a tais perguntas. É mais provável que encontre, ao invés disso, novos desdobramentos e incentivos a pensar mais profundamente sobre o assunto! Essa, afinal, é nossa função.