É preciso ter muito discernimento, esperar em Deus – e, às vezes, ter muita coragem para não tomar decisões erradas nessa escolha tão fundamental na vida de uma pessoa!
Cuidado com Pressa e Cegueira!
Por: Susana Walker
Lino é um jovem moçambicano que nasceu na província de Manica e conheceu Jesus em 2001, depois que seu irmão mais novo voltou da escola bíblica com a vida totalmente transformada. Lino, que na época era um grande ‘surumático’ (fumava muita maconha) e sempre causava confusões com seus acessos de raiva, decidiu ir também à escola bíblica para mudar de vida.
E assim foi. Depois de passar cinco meses lá, sua vida nunca mais foi a mesma. Logo que completou o curso, foi convidado a trabalhar em tempo integral na obra, plantando igrejas em lugares remotos. Dedicou-se muito ao ministério e passou a viver uma vida pura e consagrada a Jesus.
Sua família achava que, aos 21 anos, ele já deveria estar casado e pressionava-o para que escolhesse logo sua esposa. Porém, na época, ele ainda passava meses “no mato”, trabalhando pesado e sem estrutura para ter uma família. Ainda assim, ele começou a orar para que Deus preparasse uma boa esposa para estar ao seu lado.
Conforme os anos foram passando, a pressão da família aumentava, e ele percebia o quanto era difícil encontrar alguém que compartilhasse sua fé e vida dedicada a Deus. Na vila de Inhaminga, onde passou a viver, ele era conhecido como grande homem de Deus, respeitado pela comunidade. Muitas meninas o perseguiam e se ofereciam a ele. Em meio a tantas tentações, ele permaneceu calmo, sabendo que, no tempo certo, encontraria uma moça boa e fiel com quem poderia começar uma família segundo os padrões de Deus.
Em 2005, começou a namorar Ema, uma estudante do Centro de Formação de Professores de Inhaminga. Ele pensava ser ela a mulher escolhida por Deus para ser sua esposa. Outras pessoas não sentiam muita paz nesse relacionamento, mas, sem provas concretas para se oporem a ele, esperavam que o tempo revelasse a verdade.
Com o passar do tempo, Lino se apaixonava cada vez mais por essa jovem e não media esforços para lhe agradar mesmo gastando muito dinheiro e fazendo tudo o que ela queria.
Ainda que cego pela paixão, Lino continuava orando para que Deus dirigisse seu relacionamento. Em seu coração, ele sinceramente desejava que a vontade de Deus fosse feita, mesmo acima de sua preferência pessoal. Aconselhado pelos líderes, ele deixou o tempo passar antes de marcar uma data para o casamento para poder conhecer a moça melhor.
Deus é muito fiel e não deixa confundidos aqueles que depositam sua sincera confiança nele. Ele é o maior interessado em que façamos sua vontade. Se não estamos vendo claramente suas setas de direcionamento, pode ser que ainda não estejamos prontos para aceitar sua vontade sem restrições. Assim, pacientemente, o Senhor nos faz caminhar por situações que testam os desejos mais profundos do coração e, se permitirmos, seus tratamentos purificarão esses anseios e nos levarão a desejar única e exclusivamente a ele.
Com Lino foi assim! Depois de alguns meses de relacionamento, ele descobriu o verdadeiro caráter de Ema. Ela tinha outro namorado em sua cidade natal e só estava se aproveitando das regalias que seu relacionamento lhe proporcionava.
Nesse processo doloroso de descobrir que estava errado em seus planos e conceitos, e que, de alguma forma, havia “perdido a direção de Deus”, outra moça que também se preparava para ser professora começou a aproximar-se de Lino. Seu nome era Telvina.
Inicialmente, Telvina aproximou-se de Lino por dó, sentindo compaixão por ele estar sendo tão cruelmente enganado por sua colega. Entretanto, enquanto procurava ajudá-lo no processo doloroso de cura depois de tão grande traição, ela começou a notar quão especial era o rapaz.
Lino, por sua vez, ainda não estava pronto para olhar outra moça com os mesmos olhos que tinha antes para Ema. Mesmo assim, Telvina esperou com paciência, simplesmente sendo disponível como amiga. Quando o processo de cura estava concluído, Lino olhou ao redor e descobriu a pedra preciosa ao seu lado, Telvina, a pessoa que lhe fora fiel desde o início, que tanto o ajudou durante aquele tempo difícil e com quem tinha tão grande afinidade e amizade. Ele descobriu que, em seu coração, já começara a brotar um novo amor. Dessa vez, não uma paixão descontrolada, mas algo sólido e duradouro.
Hoje, com quatro anos de casados, Lino e Vina têm dois lindos filhos: Josué e Calebe. Vina provou ser a mulher perfeita para Lino. Cheia do Espírito de Deus, prega com muita unção e poder e tem edificado seu lar e sido ajudadora de seu marido como só uma mulher sábia é capaz de fazer.
O testemunho de Lino mostra-nos mais uma vez a fidelidade, o amor e a perseverança de Deus em revelar-nos sua vontade mesmo quando estamos cegos. Se o nosso coração realmente tem a vontade de Deus em primeiro lugar, podemos confiar que ele nos guiará para que ela se realize em nossa vida. Não precisamos temer, pois ele é fiel!
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NUNCA É TARDE PARA MUDAR O QUE VAI SER PARA SEMPRE
Por: Carolina Sotero
Desde os 6 anos de idade, Joel Medina cantava e participava de todas as programações da igreja que seus pais frequentavam. Nascido em Londrina, Paraná, no ano de 1958, o filho de Dona Encarnação e Sr. Sebastião, convertido em uma igreja pentecostal que enfatizava a santidade e a busca do Espírito Santo, desde cedo esteve cercado de bons padrões bíblicos e familiares.
Aos 20 anos, já morando no interior de São Paulo, conheceu uma moça muito bonita numa igreja por lá. De conhecidos, passaram a amigos, e Joel começou, pela primeira vez, a pensar em casamento. Depois de mais de três anos de um relacionamento de visitas e troca de cartas, sem, contudo, ter começado um namoro, ele percebeu que algo estava muito errado: ao invés de progredir financeiramente, trazendo confirmação de Deus para propor casamento, a situação dele ficava cada vez mais complicada. Apesar de se tratar de uma moça comprometida com Deus, o fato de ela ter um padrão de vida muito mais elevado que o seu e de ele estar sem condições financeiras, para Joel foi um claro SINAL de Deus para cortar a amizade especial.
“Eu sempre levei casamento muito a sério”, ele conta. “Por isso, sempre levei a sério a escolha também. E não só isso, sempre procurei me relacionar com ela com respeito, de forma que eu pudesse encará-la depois caso não desse certo.” Até hoje, Joel é amigo dessa moça e garante que isso só pôde acontecer porque teve muito respeito por ela.
Aos 26 anos, e com a vida financeira bem melhor, a solidão começou a apertar, já que quase todos os seus amigos já haviam casado. Foi aí que conheceu outra moça e, antes que pensasse na possibilidade de namorar, já estavam namorando.
“Tudo aconteceu muito rápido”, confessa. Não tinha orado, não tinha consultado a Deus e, na verdade, nem a si mesmo. A ansiedade por ter alguém parecia bem maior. Com pouco menos de dois anos de namoro, ficaram noivos e marcaram o casamento para dali a oito meses.
O problema é que, após o noivado, tudo mudou, e a verdadeira personalidade e o verdadeiro caráter da futura esposa começaram a aparecer: irritação, insubmissão e inflexibilidade. Foram meses aguentando brigas, discussões e humilhações. Mas tudo estava pronto e pago: data de casamento, lua de mel, casa, móveis, vestido de noiva, festa, padrinhos – não tinha como voltar atrás.
Como estava trabalhando muito para assumir o resto das despesas do casamento, Joel tinha pouco tempo para pensar. Mas foi enquanto esperava numa longa fila para abastecer o carro em um posto de gasolina, que começou a pensar seriamente em todas as implicações. O padrão bíblico que aprendera desde criança em casa e na igreja dizia: “não posso casar com uma mulher assim”. Entretanto, faltavam poucos meses para o casamento.
“A minha situação era desesperadora. Então, chorei muito, eu berrava dentro do carro. Depois de 40 minutos chorando e clamando a Deus, eu fiz a oração de Habacuque (com gritos de angústia – Hc 1.2) e, finalmente, confessei a Deus: ‘Eu não te chamei, Senhor, hora nenhuma, para entrar nesse barco. Eu literalmente estou nele sozinho. Fiz minhas decisões totalmente sozinho. Sempre te servi, desde pequeno, e, agora, na decisão mais importante da minha vida, eu não te chamei para estar comigo!’ Pedi perdão a Deus, chorando e gritando, enquanto dirigia”, conta.
Antes de chegar em casa, Joel já havia entregado tudo nas mãos do Senhor e o convidado para entrar no barco. Foi quando chegou a uma conclusão: ou ela mudaria ou sairia de sua vida. Não demorou muito, três brigas aconteceram e, de uma vez por todas, ele tirou a aliança da mão direita. Não foi uma decisão fácil, já que faltava menos de um mês para o casamento. Mesmo contando com a compreensão e o apoio do pastor e de alguns irmãos maduros, a maioria das pessoas não entendeu. Joel lembra que: “em momentos difíceis como este, em que existem sentimentos envolvidos (porque eu gostava dela ainda, apesar de tudo), não há outra forma: temos de estabelecer critérios, nos apegar aos princípios que temos e não abrir mão. Se eu casasse com ela, seria um casamento e um divórcio. E divórcio era uma palavra que não existia na minha vida”.
Depois de voltar da viagem da lua de mel que já estava paga – sozinho – e de passar mais de um mês sendo malvisto pelas pessoas, caminhando pelo centro da cidade, Joel encontrou Rita andando pela mesma calçada. Solteiro e ainda desiludido com o relacionamento anterior, achou em Rita uma amiga para conversar e ter comunhão e uma companheira de todos os cultos no caminho para a igreja.
Rita conta que passaram um ano de amizade assim: “Ele ministrava para mim o caminho todo até a igreja e, quando chegava lá, o pastor, às vezes, pregava a mesma coisa. Ele sempre falava de Lucas 24 para mim, sobre os dois que caminhavam juntos e como seus corações arderam por causa de Jesus estar no meio deles”.
Não demorou, e ela começou a se apaixonar, mas tinha receio de se manifestar. O mesmo estava acontecendo com Joel, também, mas ele preferiu relutar, porque, além de Rita ser dez anos mais nova, era também uma nova convertida.
Depois de observar, porém, a sede que ela tinha de Deus e a forma como aceitava os princípios da Palavra, Joel passou a pedir conselhos a amigos mais velhos e a orar sobre o assunto, e acabou percebendo que todo o comportamento de Rita, o desenvolvimento espiritual e a paz que tinha ao lado dela eram sinais verdes da parte de Deus.
Foi em 7 de setembro de 1987 que ele tomou a decisão de se declarar. “Escrevi uma carta dizendo que, se ela não sentisse a mesma coisa que eu, não teria problema, continuaríamos amigos. Mas, graças a Deus, a resposta ao meu pedido foi ‘sim’!”
Dez meses e oito dias depois dessa resposta, mais precisamente no dia 15 de julho de 1988, Rita repetiu o “sim” que até hoje agrada aos ouvidos de Joel. “Do dia da oficialização do nosso relacionamento até o dia do casamento foram só sinais verdes. Nunca apareceu nenhuma dúvida no meu coração. Eu havia aprendido com a experiência passada e havia imposto critérios para a minha escolha, e a Rita passou por todas até hoje!”
Atualmente, Joel está com 53 anos e Rita com 43, e moram na mesma cidade em que se conheceram. São pais de Jônatas, 20 anos, e Mariana, 18 anos. Os erros e acertos pelos quais Joel passou o fizeram concluir que a melhor escolha para o casamento só pode ser feita quando o mesmo Jesus de Lucas 24 está no meio dos dois discípulos enquanto caminham para o alvo!
Uma resposta
Nossa! É impressinoante como Jesus faz toda diferença, ainda teimamos em tomar decisões achando que sabemos o que estamos fazendo. E como a Sua misericórdia é infalivel, Seu amor é indizível e sempre nos leva à posicão inicial ainda que o tempo tenha passado. Essas experiencias dolorosas que nossas escolhas erradas nos causam, são marcas positivas que me revelam que sou homem e que a dependência Dele dura para sempre. Esses artigos que falam dessas experiencias servem não somente para solteiros mas tambem para pessoas (de qualquer situação civil) e que não aguardam Deus. Os erros são igualmente tristes, causam as mesmas feridas.
Um abraço.
Soraia.