“E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. E estando grávida, gritava com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz” (Ap 12.1,2).
De acordo com meu pai, John Walker, essa mulher vestida do sol (Jesus, o Sol da Justiça) é a igreja gloriosa dos últimos dias. (Se você quiser saber mais detalhes sobre isso – leia o livreto IGREJA VERDADEIRA, IGREJA FALSA).
A lua representa a cultura cristã, tudo o que o homem produziu sob a influência dos ensinamentos de Cristo e da Bíblia. Emite luz, mas é luz refletida, sem vida. Consiste de muitas coisas boas, mas de origem humana. A igreja gloriosa terá tudo isso debaixo dos seus pés – não será mais dominada pela alma nem pela organização e teologia terrenas. Ela terá a influência direta de Jesus, pelo Espírito, que a envolverá completamente, e isso produzirá um resplendor inédito.
As doze estrelas na cabeça dela representam o ministério apostólico dos últimos dias. A igreja hoje tem vagado para bem longe da proclamação e do ensino apostólicos. Mas a última igreja voltará ao fundamento da doutrina apostólica e não mais se confundirá com um evangelho espúrio, misturado com legalismo ou libertinagem.
A tragédia é que a maioria dos cristãos hoje não sabe nada disso! Foram salvas ouvindo uma mensagem individualista, utilitária e humanista. Estão preocupados em ganhar sua salvação pessoal e ser abençoado por Deus na vida terrena.
O PRIMEIRO DESPERTAMENTO
Portanto, faz-se necessário um GRANDE DESPERTAMENTO! O propósito eterno de Deus é coletivo. A salvação de cada indivíduo faz parte de um plano geral. Ele quer uma Noiva Gloriosa para seu Filho.
Há uma grande distância entre a igreja atual e essa visão magnífica que João teve no capítulo 12 de Apocalipse. Se vamos ser “uma igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”(Ef 5.27), precisamos colocar mãos à obra urgentemente. Mesmo sabendo que Deus é quem fará essa obra, porque foi ele quem a planejou desde a eternidade, temos de reconhecer que precisamos cooperar com ele – pois não acontecerá à nossa revelia. “Todo o que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo…” (1 Jo 3.3).
Louvamos a Deus pelos milhões que têm se convertido no mundo, especialmente no Brasil, nas últimas décadas. Mas isso também deve nos encher de um santo desespero! Esses milhões precisam ser DESPERTADOS para compreenderem a amplitude do seu chamamento. Precisam entender que não foram salvos para ir para seu “apartamento particular no céu”, mas para compartilhar o sonho de Deus e contribuir com a preparação da Noiva para encontrar-se com seu Noivo!
Com todas as ferramentas que já se encontram à nossa disposição, precisamos lutar incansavelmente a favor desse despertamento. Orando (sem cessar), pregando (a tempo e fora de tempo), chorando (copiosamente), escrevendo, imprimindo, publicando (revistas, livros, blogs e afins), ensinando (em cursos de curta e longa duração), tuitando, “facebookiando”, sejamos zelosos para atingir esse fim!
Existe um momento kairós para isso acontecer em grande escala, mas não sabemos “os tempos ou as épocas que o Pai reservou à sua própria autoridade” (At 1.7). A nossa parte é gritar, alertar, tocar a trombeta. Duzentos anos antes de Lutero, a sua mensagem já estava sendo pregada por John Wycliffe e John Huss, mas foi somente nos dias dele que essa mensagem pegou como faísca em gravetos secos. De uma coisa, esteja certo: em algum momento, a igreja vai despertar!
O SEGUNDO DESPERTAMENTO
No livreto citado acima, IGREJA VERDADEIRA, IGREJA FALSA, John Walker afirma que há um ciclo dinâmico do mover de Deus nos últimos dias. Primeiro, os apóstolos restaurarão a igreja do seu estado lamentável atual para o estado glorioso planejado por Deus. Em seguida, essa igreja não perderá tempo se olhando no espelho e admirando a recém-recebida beleza. Ela começará a gritar com dores de parto lancinantes, para dar à luz um ministério profético que há de cumprir os propósitos finais de Deus na Terra, logo antes da Volta de Cristo. Em resumo, ministérios restaurados restaurarão a igreja que produzirá ministérios mais fortes ainda.
Se isso é verdade, não podemos perder mais tempo procurando realização pessoal no ministério, construindo igrejas ao redor do nosso carisma, ou dividindo rebanhos por causa de nossas preferências pessoais. A busca apaixonada por mais unção, crescimento, autoridade espiritual e impacto sobre o mundo por parte de grande parte dos ministérios atuais, apesar de parecer uma coisa boa, acaba sendo frustrada, na maioria das vezes, pelo próprio Deus. Estamos todos tentando atingir o pico da montanha de espiritualidade e poder, quando isso é o que Deus menos deseja!
Daí você pode perguntar: Mas, como? Deus não quer isso? Deus não quer uma igreja evangelizadora, que cura os doentes, expulsa os demônios e leva multidões à conversão em tal número que causa um impacto na sociedade? É claro que Deus quer isso, mas não como fruto do trabalho de personalidades fortes. Ele está formando um Corpo coletivo, composto de muitos membros com funções diferentes, às vezes até aparentemente antagônicas. A sua glória não pode ser manifestada adequadamente através de líderes fortes, isolados e individualistas.
Ele precisa de ministros que reconheçam suas limitações, divinamente impostas, e que, consequentemente, sintam sua necessidade de outros para os complementarem. É na fraqueza que o seu poder se aperfeiçoa (2 Co 12.9). Ele não quer que cada um construa um ministério forte, autossuficiente – que chegue ao topo da montanha sozinho! Ele quer muitos ministros humildes, que reconheçam suas fraquezas, e que estejam dispostos, tanto a depender de outros para os suprirem, quanto a contribuir aos outros com os seus dons divinamente dispensados. Será por meio da admissão das nossas limitações que a unidade do Corpo de Cristo na Terra começará a se tornar real, e somente então é que Deus poderá ser verdadeiramente visto por meio da igreja!
Quando será que os líderes reconhecerão que acabou o tempo do protestantismo, das divisões e brigas intermináveis, das lutas desenfreadas por poder? Até quando os ministros continuarão a fundar novas igrejas baseadas em profundas raízes de amargura e rebeldia? Quando será que a tristeza pela falta de autoridade da igreja sobre as doenças, o pecado e os demônios crescerá no coração dos pastores, a ponto de levá-los a chorar e a clamar por perdão e misericórdia? Quando será que ministros bem-sucedidos vão largar suas atividades por algum tempo para apoiar e receber apoio de outros? Quando será que vamos entender que Deus não está interessado em tornar-nos fortes e, sim, que nossas fraquezas nos tornem interdependentes e que, dessa forma, o Corpo de Cristo fique forte?
“Cingi-vos de saco e lamentai-vos, sacerdotes; uivai, ministros do altar; entrai e passai a noite vestidos de saco, ministros do meu Deus… Santificai um jejum, convocai uma assembleia solene, congregai os anciãos…” (Jl 1.13,14).
Respostas de 4
Mensagem para um despertar coletivo, onde aquele que têm ouvidos ouça que o Espírito diz as igrejas…
Para que Ele cresça e nós diminuamos sempre. Louvado Seja o Senhor!
Texto muito BOM!! Que nos faz pensar que está lamentável a situação da igreja, vemos qual a aparência que a ‘igreja em massa’ tem passado para a sociedade, que acaba virando mídia e envergonhando o Evangelho. Precisamos colocar nossos joelhos no chão e clamar a Deus por misericórdia!!
Caro Harold, este seu texto me faz lembrar de outro seu na Impacto que fala da necessidade de INCULCADORES. Temos que buscar a Deus para que Ele desenvolva em nós pelo seu Espírito este ministério multiplicador para alcancar a igreja toda (Salmo 40.9,10). Há um desespero em mim para que surja a cultura do Reino em lugar da “Evangélica”.
Um despertar coletivo dentro das congregações e entre as congregações dado pelo Espírito através do ministério apostólico trará as dores de parto “…até que Cristo seja formado em vós”, então poderemos cooperar com Ele, sob sua liderança para o cumprimento de todas as coisas. Que Deus nos ajude!