A. M. Hills
Numa época de corrupção universal, quando todos os preceitos da lei moral eram violados quase sem consciência, a Igreja de Cristo nasceu.
Os primeiros discípulos não tinham riquezas, nem posição social, nem prestígio, nem apoio de instituições estabelecidas. Era um povo fraco e desprezado, sem influência, sem habilidade e sem formação.Era um tempo quando o Novo Testamento nem existia e o Velho raramente estava disponível nas mãos do povo; não havia qualquer literatura cristã e nenhum templo sequer de adoração cristã.
A pompa, os poderes, os costumes e o sentimento público eram todos contrários a esse povo. Os discípulos eram reprovados, insultados, perseguidos e sujeitos a exílio e morte.
Não obstante, os primeiros cristãos tinham a ajuda de um Salvador que os habitava e a unção do Espírito Santo;foi com essas qualificações que enfrentaram um mundo hostil e todos os poderes malignos das trevas – e os venceram!
Segundo as estimativas mais conservadoras, dentro de setenta anos os seguidores de Jesus chegaram a meio milhão de pessoas; algumas autoridades afirmam que havia 250 mil só na província de Babilônia. Ou seja, pela unção do Espírito Santo o grupo original se multiplicou mais de 400.000% em pouco mais de 60 anos.
Seria demais afirmar ou crer que se a Igreja tivesse semelhante unção e poder do Espírito Santo hoje, poderíamos ganhar o mundo para Cristo em 10 anos?
Temos todos os recursos imagináveis para fazer a obra cristã – menos o revestimento e a capacitação divina do Espírito Santo. Contudo, justamente sem esse fator, como são fracas as conquistas cristãs de hoje em comparação com as da igreja do primeiro século!
Charles Spurgeon dizia: “Se não tivermos o Espírito de Deus, será melhor fechar as igrejas, colocar cadeados nas portas, pintar nelas uma cruz preta e dizer: ‘Que Deus tenha misericórdia de nós!’ Se os ministros não têm o Espírito de Deus, seria melhor que nem pregasse, e o povo faria melhor se ficasse em casa. Creio que não é exagero afirmar que uma igreja na cidade sem o Espírito de Deus é mais maldição do que bênção”.
O evangelista S. A. Keen declarou:
Quão presunçoso da nossa parte é empreender a nossa missão sem unção, sendo que o próprio Jesus não se aventurou a iniciar a sua sem o auxílio do Espírito! (Lc 3.21-22). Quanto cuidado ele tinha de admoestar os discípulos a não iniciar a missão deles – mesmo depois de dar-lhes a Grande Comissão e a mensagem do Evangelho pronta para ser proclamada pelos arautos – sem a unção do Espírito Santo! Ele disse: “Ficai… até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Mesmo assim, quantos ministros, professores, missionários, evangelistas e obreiros já embarcaram em sua missão sem o poder para executá-la!
A grande falha da Igreja hoje é que muitos estão tentando fazer a obra de Deus e salvar almas sem o poder do Espírito Santo. E depois de tantos se envolverem doando, fazendo e indo, nos perguntamos por que há tão pouco fruto e tão pouca salvação.
Se o exército da Igreja parasse por alguns momentos, ficasse de joelhos, olhasse para cima e recebesse o Espírito Santo, sem parar o suficiente para se acomodar, ele conseguiria tomar um impulso na guerra com tanta eficácia que se tornaria a surpresa do século!
Nas igrejas, entre os cristãos, no meio do povo de Deus em todo mundo – há uma imensa necessidade de um batismo pessoal do Espírito Santo que traga pureza e poder à Igreja toda e ao ministério!
Verdadeiramente, se faz necessário algo além de organização eclesiástica, eficiência de métodos, cultura e oratória.
A Igreja precisa se colocar de joelhos em humilde súplica pela misericórdia de Deus e por um poderoso batismo com o Espírito Santo.