9 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

A Restauração da Família e o Fim do Mundo

Por Harold Walker

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor” (Is 55.8).

Os Caminhos de Deus e os Nossos

Se fomos feitos por Deus à sua imagem e semelhança é de se supor que compartilharíamos com ele a mesma maneira de pensar sobre tudo, mas esse não é o caso. De fato, ao estudarmos o propósito eterno de Deus e o desenrolar desse propósito através da história, o seu modo de agir não cessa de surpreender-nos. E, com certeza, quanto mais nos aproximarmos do desfecho final da história, mais estarrecidos ainda ficaremos diante da imensa distância que existe entre nosso modo de pensar e o dele.

Sem dúvida, mesmo se o pecado não tivesse entrado no mundo, os caminhos e pensamentos de Deus seriam muito mais altos do que os nossos e ficaríamos constantemente maravilhados e boquiabertos diante da sua genialidade e sabedoria. Creio, porém, que a diferença seria mais em termos de tamanho, alcance e potência do que de natureza. Com o pecado, aconteceu uma diferenciação muito maior entre o pensamento do homem e o de Deus, uma diferença de enfoque, de alvo, de natureza. Ficamos com as mentes obscurecidas, baseadas numa lógica torcida, o que torna os caminhos de Deus totalmente estranhos para nossa mente natural.

Por esse motivo, não podemos pensar sobre os últimos dias e a nossa preparação para os acontecimentos que virão sobre a Terra sem levar isso em consideração. É como se tivéssemos um instrumento de medição que distorcesse os dados, o que torna necessário descontar a porcentagem de distorção se quisermos algum resultado confiável. De uma coisa podemos ter certeza, o plano de Deus para a consumação dos seus propósitos sobre a terra vai surpreender a todos!

Por outro lado, sabemos que é da expressa vontade de Deus não agir sozinho na história, mas usar o homem como seu coadjuvante. Se Deus quisesse agir sozinho, ele não teria criado a Terra e o homem. E se for para cooperarmos com ele, é necessário que entendamos seu modo de pensar e agir, pelo menos o suficiente para cada passo, a fim de podermos trabalhar em harmonia com ele. A Bíblia é a história de como homens ouviram de Deus e agiram em conformidade com o que ouviram (muitas vezes contrariando o “bom senso” natural), contribuindo assim para o desdobramento do plano de Deus em sua geração.

É trágico quando alguém, com toda boa intenção, faz as mesmas coisas que outros fizeram, pensando assim agradar a Deus, quando na realidade está até atrapalhando os planos de Deus. Sabedoria não é agir desta forma ou daquela, mas fazer a coisa certa na hora certa. Há tempo e lugar para tudo. Fazer a coisa certa na hora errada é como a combustão interna de um motor ocorrer no tempo errado – quebra tudo!

Para Noé agradar a Deus, ele teve que trabalhar por 100 anos, pacientemente se levantando cada manhã e construindo mais um pouco da arca. Não adiantaria nada ele ter uma crise de consagração e sair doido para fazer a arca um ano antes do dilúvio! Da mesma forma, nós hoje temos a responsabilidade de ouvir de Deus sobre os seus planos para o mundo e para a igreja nos próximos anos e modificar nosso estilo de vida de acordo com o que ouvimos. Os grandes eventos da história não acontecem repentinamente – sempre há um tempo de preparação. Se quisermos ser instrumentos de Deus no futuro, precisamos nos preparar a partir de já!

Família ou Exército?

Por mais que haja divergências de opinião sobre os acontecimentos dos últimos dias, em um ponto todos concordam: serão dias de guerra! É impossível ler Apocalipse e Mateus 24, ou qualquer outra passagem bíblica sobre os últimos dias, sem entender isso. Deus e Satanás têm lutado um contra o outro desde o início e, agora, na consumação das eras, ocorrerão as últimas batalhas entre os dois.

Se isso é verdade, os dias atuais devem ser dedicados à preparação dos exércitos de Deus, para que, nesses últimos embates, Deus ganhe e o seu reino seja estabelecido de fato sobre a Terra. Se ele escutasse nossa opinião, essa preparação consistiria das seguintes atividades: convocação, arregimentação e treinamento de muitos soldados em toda a Terra. Esse treinamento permitiria que os soldados usassem todo o arsenal divino para detonar os inimigos, obedecessem a uma hierarquia clara e estabelecida e conhecessem todas as fortalezas e estratégias do diabo. Enfatizaríamos batalha espiritual e concessão de poderosos dons espirituais.

Por outro lado, não existiria nada mais longe do nosso pensamento do que a restauração da família. Aliás, ao focalizar as grandes batalhas finais, não haveria espaço na nossa atenção para o próprio conceito de família, restaurada ou não. Na vida natural, não existem conceitos mais distantes entre si do que o de exército e o de família. O exército é um ajuntamento de pessoas ligadas entre si por autoridade hierárquica, vida austera e disciplinada e um propósito claro em vista – derrotar um inimigo específico através de meios violentos. Já a família é uma aliança entre um homem e uma mulher para formar um ambiente seguro para a criação de filhos e sempre evoca visões bucólicas de paz, amor, prazer e harmonia.

De acordo com a nossa visão natural, ao nos aproximarmos do fim, a família seria algo do passado, cuja validade expirou. Agora precisaríamos entrar na luta mortal contra o mal e depois viria o reino de Deus quando ninguém casa nem se dá em casamento. Portanto, a família, como nós a conhecemos, seria extinta de uma vez por todas.

Mas os pensamentos de Deus não são os nossos e ele decidiu colocar a restauração da família como peça central na sua estratégia de guerra final. “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes do grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição” (Ml 4.5,6).

A família, que nosso pensamento deixaria em último lugar nesta fase, está em primeiro lugar no pensamento de Deus. Diante da iminência de pestes, perseguição e catástrofes que acometerão a terra com intensidade cada vez maior, nosso senso comum humano consideraria uma péssima idéia criar filhos e formar famílias. Isso ficaria para um tempo de paz e prosperidade quando não houvesse nuvens escuras no horizonte. Mas Deus não pensa assim. Ele pensa o contrário. É justamente neste contexto que ele fala de uma restauração da família nunca antes vista na história do mundo! Por quê?

Família – Alvo Preferencial de Satanás Hoje

Antes de responder essa pergunta, precisamos atentar para outro detalhe: o Inimigo também, em nossos dias, considera a família seu alvo preferencial. Cada vez mais, tem lançado ataques contra a família, a qual, atualmente, encontra-se sitiada por todos os lados.

Vejamos alguns exemplos:

Numa pesquisa de opinião feita com uma amostra representativa de 695 pastores de todas as partes dos Estados Unidos, publicada na Revista Facts&Trends, na edição de novembro/dezembro de 2004, 43% dos pastores citaram divórcio como a ameaça número um contra a família; 38% citaram influências negativas da mídia; 36%, materialismo; 24%, pais (homens) ausentes; 22%, a falta de um dos pais ficar em casa com os filhos; 18%, coabitação antes do casamento; 17%, pornografia; e 14%, a falta de ensino de moralidade nas escolas. Não é impressionante o número de armas que o Inimigo está usando contra a família?

No quadro na página anterior, você pode constatar que, apesar do crescimento exponencial do número de evangélicos no Brasil, a família tradicional (composta de pai, mãe e filhos) parece estar no meio de um processo de extinção. O número de famílias que conta com a presença de apenas um dos progenitores cresce a cada dia, como também o número de casais sem um compromisso legal de casamento.

Uma das questões mais discutidas na sociedade moderna em toda parte do mundo hoje é a legalização do casamento de homossexuais. Por que há tanta ênfase sobre isto? O homossexualismo sempre existiu, mas a discriminação contra os homossexuais nunca foi tão combatida como agora. Ora, se eles nunca antes tiveram tanto reconhecimento e defesa dos seus direitos, por que uma luta tão forte para reconhecer legalmente a sua união como casamento? Se a tendência atual é menosprezar a santidade do casamento, juntar-se sem compromisso legal e trocar de cônjuge quando quiser, por que os homossexuais estariam caminhando na contramão dessa tendência ao exigir o direito de “casarem-se”, de entrarem numa instituição baseada nos valores da tradição judaico-cristã?

A resposta é que o homem caído não quer apenas a liberdade e o direito de pecar – ele quer que o errado seja declarado certo e isso dentro da legislação máxima da nação! Ele quer através deste golpe certeiro ferir as próprias bases do casamento, declarando que é algo criado pelo homem e que pode ser redefinido de acordo com os caprichos e desejos da maioria. Ele quer enfiar o dedo no nariz de Deus, dizendo que a criação de filhos e a sobrevivência da humanidade na face da Terra não dependem de cada nova geração de crianças receber uma herança de amor e autoridade que vem do relacionamento de amor e fidelidade entre um pai e uma mãe.

Parece que existe uma conspiração nesse sentido por trás da mídia e dos meios acadêmicos, sociais e políticos, em todo o mundo hoje. Logo após a reeleição de Bush como presidente dos EUA, em parte pela mobilização dos evangélicos em torno das questões de aborto, casamento homossexual e pesquisas com células-tronco, veio uma enxurrada de artigos ferinos na mídia brasileira dizendo que a vitória de Bush significava “o triunfo das trevas na terra da democracia”! (Exemplos: colunas de André Petry e de Roberto Pompeu de Toledo na VEJA de 10/11/2004).

Num de seus programas de sábado de manhã, na Rede TV, pouco tempo depois, o Pr. Silas Malafaia expôs com muita propriedade a total falácia dos argumentos desse tipo de jornalista. A ciência moderna nem existiria não fosse o seu berço cristão! O que eles chamam de “trevas”, na verdade, foi a luz que transformou o mundo ocidental e causou o seu atual domínio sobre toda a Terra! O Pr. Malafaia também citou o trabalho de um conceituado sociólogo (Charles Winck), que mostrou que de um total de 2.000 civilizações que já existiram ou ainda existem na Terra, apenas 55 eram unissexuais, ou seja, não faziam distinção entre os papéis do homem e da mulher, todas as quais se extinguiram rapidamente. Nenhuma sociedade pode ser mais forte que suas famílias e a família depende de homens e mulheres que conhecem e assumem seus papéis peculiares.

Uma das maiores questões que desafiam nossa civilização moderna é o terrorismo islâmico. Alguém se lembra quando isso começou a ressurgir em nossos dias? Foi no Irã com a queda do xá e o estabelecimento do governo fundamentalista do Aiatolá Khomeini, em 1979. Ele protagonizou um reavivamento mundial do radicalismo islâmico e chamou os EUA, com sua cultura moral decadente, de O Grande Satã. Até hoje, uma das raízes do profundo ódio que abastece a paixão destruidora dos terroristas islâmicos é a libertinagem sexual da cultura ocidental. É óbvio que eles, apesar de serem tão radicalmente contra a exposição do corpo feminino em suas culturas, também não são guardiões fiéis dos valores da família (é de conhecimento geral os padrões duplos nas culturas islâmicas – restrição absoluta das liberdades das mulheres e liberdade total para a promiscuidade e infidelidade dos homens), mas não deixa de ser revelador que a destruição dos valores morais que sustentavam a família no Ocidente produziu um dos maiores flagelos do mundo ocidental hoje.

Uma coisa é certa: seja qual for a sua posição em relação a todas essas questões contemporâneas, a instituição da família se encontra no centro de quase todas. Uma tremenda batalha está sendo travada contra e a favor dela.

Por que Deus Prioriza a Restauração da Família no Fim dos Tempos?

Para responder a essa pergunta, precisamos nos reportar à origem e essência da família. “Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Não foi só o homem que foi criado à imagem de Deus, mas o homem e a mulher juntos, a família.

“Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus e na terra toma o nome…” (Ef 3.14,15). Não existe família sem pai e não existe pai sem o Pai celestial, origem de toda paternidade nos céus e na terra. A família não é apenas uma maneira conveniente que a natureza achou para a perpetuação da espécie – é a imagem de Deus na terra! A família tem propósitos e funções naturais, mas, muito além disso, representa uma realidade espiritual e eterna.

“Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à igreja” (Ef 5.31,32). Antes do mundo existir, já existia uma família, a Trindade, e depois do mundo terminar, essa família continuará a existir, com uma nova integrante – a Noiva do Cordeiro.

É por isto que Satanás ataca a família com todas as suas forças – ele quer denegrir o que Deus tem de mais precioso na Terra. E é por isso que Deus promete restaurar a família nos últimos dias. Ele não desistirá do seu propósito inicial – encher a terra com manifestações visíveis da sua família celestial. A autoridade, o respeito, a obediência, o amor, a devoção, a comunhão e a amizade que existem entre o Pai e o Filho, através do Espírito Santo, precisam aparecer num contexto humano sobre a Terra para que a honra de Deus seja reivindicada e Satanás fique eternamente envergonhado. E o canal para isto é a família humana e, mais particularmente, o relacionamento entre pais e filhos.

Onde Estão os Pais Hoje?

Há pouco tempo, o grande tema da sociedade era a libertação das mulheres da milenar opressão machista. Os movimentos feministas alcançaram vitória após vitória a duras penas e conseguiram lentamente reverter preconceitos básicos embutidos nos costumes e legislações de várias nações modernas. Apesar de ainda existir muita coisa a ser feita neste campo, como, por exemplo, remuneração igual por serviço igual, a sociedade está começando a tomar conhecimento de um outro tipo de problema: perdeu-se o conceito do que significa ser homem.

Esta constatação tem produzido livros campeões de vendas como Criando Meninos, lançado no Brasil em 2002, depois de vender 11 milhões de exemplares na Europa, nos Estados Unidos e na Austrália. Nesse livro e em outros que tem escrito recentemente, como Por Que os Homens São Assim?, o terapeuta inglês, Steve Biddulph, aponta os homens como o novo sexo frágil e diz que é preciso uma nova geração de homens para lidar com os novos desafios de nossa época.

Citamos a seguir trechos de uma entrevista que ele concedeu à Revista Época (Edição 256, 14/04/2003):

“Não há nenhuma dúvida de que os meninos estão vivendo uma crise cada vez maior. Essa não é uma conclusão nova, mas se torna crescente a partir do momento em que vemos as garotas com horizontes tão abertos, mais seguras, emocional e fisicamente. No mundo inteiro, e isso inclui o Brasil, os meninos e adolescentes estão morrendo, em média, três vezes mais do que as meninas da mesma idade de causas como acidentes de carro, violência, suicídio. Além disso, seu desempenho escolar vem decaindo a cada ano, na média geral. O depoimento dos professores é que a maioria está desmotivada, sem objetivo na vida. Ser homem não está sendo um fator atrativo para eles, e muitos jovens acabam tentando manter uma vida de adolescente por mais tempo do que deveriam. Têm medo do futuro. Há inúmeras razões para isto. Uma delas é que nunca uma geração conviveu tão pouco com o pai. Com a industrialização e o mercado de trabalho competitivo, as crianças ficam cada vez menos com tios, avôs, primos mais velhos – homens da família. Os meninos não têm referências masculinas em sua vida e se ressentem mais do que as meninas, porque, afinal, também são homens.”

Você consegue perceber o drama? Para ter família, precisa-se de pai. Mas para ser pai, este primeiro precisa ter tido um pai! A estratégia de Satanás é destruir os resquícios da imagem de Deus na Terra através de destruir a família; destruindo os pais, ele consegue destruir a família. Isto não é novo – há muitos exemplos históricos de tentar destruir uma cultura através de destruir os homens (Ex.: Faraó destruindo os filhos masculinos dos hebreus no tempo de Moisés).

Mas não podemos nos desanimar. Deus prometeu enviar o ministério profético de Elias para voltar o coração dos pais para seus filhos. Só não podemos ficar neutros ou passivos diante dessa situação. Isso não deve ser apenas assunto de oração ou pregação. Precisamos cooperar com Deus em seu trabalho de restaurar nos homens o senso do seu valor e sentido especial diante de Deus. Precisamos entender que é no dia-a-dia, no interessar-se por todos os detalhes da vida de nossos filhos, naturais e espirituais, que o caráter é formado e a imagem de Deus é captada. E mais do que tudo isso, é quando nós mesmos, os pais, conhecemos a Deus como Pai, sentindo seu amor e correspondendo à sua disciplina em áreas específicas de nossas vidas, que passamos a transmitir a sua paternidade para nossos filhos.

Mais do que expulsar demônios, promover campanhas evangelísticas, ressuscitar mortos, curar doentes ou construir igrejas, precisamos buscar as condições para a multiplicação de pais na Terra! É através de famílias sadias, equilibradas, justas e amorosas, naturais e espirituais, que o diabo será envergonhado e Deus exaltado. Mesmo se a pessoa não teve o privilégio de ser criada numa família assim, o desejo de Deus é que ela encontre na igreja uma família espiritual que possa curar as eventuais deficiências que teve na criação e transformá-la num soldado valente no seu exército. Para lutar pela causa de Deus é necessário conhecê-lo, e para conhecê-lo é necessário viver em família, experimentando a paternidade celestial através da paternidade humana.

A Natureza de Deus Inclui o Masculino e o Feminino

No livro Alma Sobrevivente, Philip Yancey, ao comentar sobre a grande contribuição de um famoso escritor japonês, Shusaku Endo, fala sobre as duas naturezas de Deus, a masculina e a feminina. Por não entender isso, os homens têm inventado tantas teorias desvairadas e tolas, como as doutrinas que divinizam a virgem Maria, mãe de Jesus. Por não acharem a contribuição feminina em Deus, tentaram atribuir a Maria essa função de imortalizar o lado feminino, chamando-a de “mãe de Deus”.

Veja, porém, o que as Escrituras mostram sobre este lado de Deus:

“Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei a meu filho. Quanto mais eu os chamava, tanto mais se afastavam de mim… Todavia, eu ensinei aos de Efraim a andar; tomei-os nos meus braços; mas não entendiam que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para lhes dar de comer” (para dar o peito para que mamassem) (Os 11.1-4).

“Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei…” (Is 66.10).

“Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o resto da casa de Israel, vós que por mim tendes sido carregados desde o ventre, que tendes sido levados desde a madre. Até a vossa velhice eu sou o mesmo, e ainda até as cãs eu vos carregarei; eu vos criei, e vos levarei; sim, eu vos carregarei e vos livrarei” (Is 46.3,4).

“Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti” (Is 49.15).

“Jerusalém, Jerusalém que matas os profetas, e apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta a sua ninhada debaixo das asas, e não quiseste!” (Lc 13.34).

A seguir, um trecho do livro Alma Sobrevivente:

“O terapeuta Erich Fromm diz que um filho de uma família equilibrada recebe dois tipos de amor. O da mãe tende a ser incondicional, aceitando a criança, independentemente do que ela faça ou de como se comporte. O amor do pai apresenta a tendência de ser mais voltado à provisão, mostrando aprovação quando a criança apresenta certos padrões de comportamento. Numa situação ideal, diz Fromm, uma criança deveria receber e internalizar os dois tipos de amor. De acordo com Endo, o Japão, uma nação de pais autoritários, entendeu o amor de pai de Deus, mas não o amor de mãe. Um velho ditado japonês lista as quatro coisas mais horríveis do mundo como sendo ‘incêndios, terremotos, relâmpagos e pais’. Em minhas viagens ao Japão, muitas pessoas me falaram de seus pais autoritários que nunca pedem desculpas, são emocionalmente distantes, não demonstram nada que se pareça com amor ou graça, que fazem muitas críticas e poucos elogios. A conclusão de Endo é que, para que o cristianismo apresente algum apelo ao povo japonês, precisará enfatizar o amor materno de Deus, o amor que perdoa erros, cura feridas e atrai os outros para si, em vez de forçá-los a vir.”

Através de toda a Bíblia, Deus é retratado como sendo grande em misericórdia e justiça. É um Deus que é amor, mas também fogo consumidor. Enquanto nossa imagem de Deus não incluir esses dois lados com toda sua força e impacto, será uma imagem defeituosa e deturpada. E sem um ponto de referência correto, a família perde sua identidade e começa a naufragar num mar de relativismo, extremos e carências. Deus quer restaurar sua imagem na Terra e o canal para isso é a família. Por isso, a restauração da família é sua arma principal nas últimas batalhas contra Satanás.

Harold Walker faz parte do Conselho Editorial da Revista Impacto e reside em Monte Mor-SP.
[email protected]

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Uma resposta

  1. Temos aprendido nos ensinos de Christopher Walker, que o juízo de Deus virá e começará pela sua casa, a igreja, sendo assim creio que começará pela nossa casa, aliás tenho sentido isso em minha casa, minha família tem sido chamada a reparar o altar, temos sofrido muito com os ajustes, más sabemos que é necessário e por amor.
    Deus abençoe!

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