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A vida de confiança de George Müller (Parte 4)

George Müller sentiu direção do Senhor para construir uma grande casa para substituir as quatro alugadas em que viviam os órfãos até então. Ele e sua esposa oraram por mais de um mês antes que a primeira oferta fosse dada para a construção. Depois, seguiram-se muitos meses de mais orações e testes de fé.

Havia um pensamento que certamente passava pela mente de George Müller: se ele já passava por dificuldades financeiras cuidando de 150 órfãos, será que deveria prosseguir com os planos de construir acomodações para 300? Entretanto, para ele aqueles obstáculos momentâneos eram apenas uma prova de fé. Embora as despesas fossem maiores do que nunca, as doações que chegavam também estavam superando todas as anteriores. “É tão fácil para o Senhor prover todos os meios necessários para a obra quando a nova Casa dos Órfãos for aberta quanto o é para ele suprir aquilo que necessito agora, embora as despesas serão de, provavelmente, 2.500 libras anuais a mais do que são atualmente”, foi o que pensou.

Ele se deleitava com os sinais da atenção especial de Deus até para as menores necessidades. Por exemplo: alguém escreveu que tinha colocado dinheiro em uma gaveta por algum tempo com a intenção de enviar para ele, mas que de repente se sentira impressionado a enviar naquele dia – e era justamente a quantia que estava faltando naquele momento.

Além das preocupações financeiras do trabalho, o sr. Müller também tinha que pensar nas crianças que às vezes ficavam doentes e, em alguns casos, pareciam nunca se recuperar, precisando de cuidados extras e decisões sábias sobre sua saúde. Também as crianças mais velhas precisavam de oportunidades para servirem como aprendizes. Ocasionalmente, um dos cooperadores da equipe precisava sair e ser substituído. Não era fácil encontrar candidatos qualificados, dispostos a servir por amor a Deus e não por dinheiro, prontos a suportar circunstâncias penosas que eventualmente surgiam.

Ele mesmo tinha que manter o equilíbrio entre servir seus colegas e manter o lugar de responsabilidade pelo ministério que Deus lhe havia dado. Eram muitas as necessidades que o sr. Müller levava ao Senhor, esperando por uma solução. “Estou constantemente necessitado”, ele tinha que confessar.

Contudo, apesar de todas as necessidades, ele escreveu: “Não acho difícil essa vida que levo; pelo contrário, a considero muito feliz. É impossível descrever a abundância de paz e alegria celestial que muitas vezes flui em minha alma por meio de respostas que obtive de Deus depois de esperar nele por socorro e bênção. Quanto mais tive que esperar por ele ou quanto maior era minha necessidade, maior o prazer quando finalmente obtenho a resposta, muitas vezes de uma maneira extraordinária. Assim, a mão de Deus se torna muito mais evidente. Não estou nem um pouco cansado desse estilo de vida”.

Embora o sr. Müller soubesse que Deus já tinha ouvido suas orações pelo fundo de construção, ele afirmou: “Mas também sei que ele tem prazer em nos ver suplicando com sinceridade, na nossa oração perseverante e na nossa importunação. Essa verdade pode ser vista claramente na parábola da viúva e do juiz injusto” (Lc 18.1-8).

Por isso, vez após vez, ele se dedicou a orar para que Deus suprisse os fundos necessários para o novo orfanato. Sua fé não se abalava. Ele tinha confiança de que, no seu tempo, Deus iria supri-los. Os dias se transformaram em semanas e meses enquanto ele continuava esperando que Deus suprisse as finanças destinadas à construção. Suas orações cresciam em intensidade, pois sentia necessidade, para o bem dos vizinhos e das crianças, de começar a construir em breve. A lista de espera de órfãos também crescia.

Ele tinha feito o propósito de não começar as obras até que tivesse o dinheiro para comprar a propriedade e construir a casa. Finalmente, após 607 dias de busca incessante por Deus, ele tinha em mãos a quantia necessária para começar o trabalho. Eram mais de 11 mil libras recebidas em resposta à oração.

Depois que a casa estava quase terminada, novas doações começaram a chegar. Isso era necessário para comprar as roupas e artigos pessoais para os novos órfãos que viriam, 150 além dos 150 que já tinha. Quando se mudaram de casa, havia o suficiente para as despesas adicionais, além de uma boa quantia para cobrir as despesas de manutenção da casa.

Na época em que o sr. Müller estava se mudando para o novo orfanato, a cólera varreu o país, e o sr. Müller conseguiu acolher 26 crianças que haviam perdido os pais na epidemia. Mais tarde, várias outras crianças foram recebidas pelo mesmo motivo.

Ao mesmo tempo que as despesas aumentavam no orfanato, Müller foi abençoado por Deus para poder ajudar vários missionários que não tinham sustento. Que alegria foi para ele ver os ministérios frutíferos desses missionários naquela época.

Um segundo orfanato

Assim que o novo orfanato com 300 crianças foi aberto, o sr. Müller começou a pensar em uma segunda casa para acomodar outras 700 crianças, resultando num total de 1.000. Para tal empreendimento, ele precisava conhecer a vontade de Deus. Sentiu que estava em uma boa posição para ouvir dele. Na época, ele escreveu:

“Essa calma de espírito, de não ter uma vontade própria já determinada nesse assunto, apenas o desejo de agradar meu Pai celestial, apenas buscar sua honra e não a minha – esse estado de coração é para mim a mais completa garantia de que meu coração não está sob uma motivação carnal. Se, pela graça de Deus, eu continuar assim, eu conhecerei plenamente a vontade de Deus… Para mim a honra do Senhor é o principal ponto de toda essa questão… Com a ajuda de Deus continuarei, dia após dia, a esperar nele em oração a respeito disso até que me dê a ordem para agir.”

Ele listou cuidadosamente os prós e contras para abrir outra casa. A consideração mais importante foi que havia naquele momento cerca de 6 mil órfãos nas prisões. Estavam lá porque não havia lugar para acomodá-los. Estava em seu coração não apenas salvar os órfãos da prisão ou ajudá-los a levar uma vida honrada e operosa neste mundo, mas também conquistar seu coração para o Senhor.

Após oito semanas de oração e deliberação, ele percebeu que seu coração estava espiritualmente em paz e feliz quando pensava em ampliar o orfanato. Sentiu que deveria se manter em silêncio sobre o assunto perante o Senhor, sem dizer algo nem mesmo para sua esposa, e continuar orando para que não se enganasse ou se iludisse. Enquanto buscou sozinho o Senhor sobre o assunto, toda a incerteza foi removida. No entanto, propôs que não iniciaria a obra, até que o Senhor enviasse as 35 mil libras que acreditava serem necessárias para o novo edifício.

Um ponto que o sr. Müller sentiu ser de grande importância foi “não estar ansioso pelo dia de amanhã, nem deixar de usar os recursos disponíveis com receio de não ter suficiente para necessidades futuras (que podem nem se concretizar), mas considerar que só o momento presente é nosso para dedicar ao Senhor e que o dia de amanhã poderá nunca chegar para nós…”.

Quando anunciou ao público a construção do segundo orfanato, começaram a chegar ofertas simbólicas de pequeno valor (de apenas um, dois ou três shillings). Foi um pequeno começo. Mas isso não o desanimou.

(Continua)

 – Extraído do livro, The Life Of Trust, de George Müller.

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