J. C. Ryle (1816 – 1900)
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor” (1 Co 13.13).
O amor é chamado de a maior das graças porque é nele que existe alguma semelhança entre o crente e Deus. Deus não tem necessidade de fé. Ele não depende de ninguém. Não há ninguém superior em quem ele deva confiar. Deus não tem necessidade de esperança. Para ele todas as coisas são certas, sejam passadas, presentes ou futuras. Mas “Deus é amor” e, quanto mais amor seu povo tiver, mais parecidos serão com seu Pai do céu.
O amor, também é chamado de a maior das graças porque é a mais útil para todos. A fé e a esperança, sem dúvida, por mais preciosas que sejam, têm especial utilidade para o benefício particular do próprio crente. A fé une a alma a Cristo, traz a paz com Deus e abre o caminho para o céu. A esperança enche a alma de uma alegre expectativa das coisas futuras e, em meio aos muitos desalentos das coisas presentes, conforta com visões de coisas invisíveis.
Mas o amor é, em primeiro lugar, a graça que torna um homem útil. É a fonte das boas obras e das bondades. É a fonte das missões, das escolas e dos hospitais. O amor fez apóstolos se doarem e se desgastarem em favor dos perdidos. O amor chama obreiros para Cristo, e os motiva a continuar trabalhando. O amor suaviza as brigas e acaba com as contendas e, nesse sentido, “cobre uma multidão de pecados” (1 Pe 4.8). O amor adorna o cristianismo e o torna atraente para o mundo. Um homem pode ter uma fé real e senti-la profundamente – e ainda assim não conseguir manifestá-la aos outros. Já o amor de uma pessoa é impossível permanecer escondido.
Por último, o amor é a maior das graças por ser a que resiste mais tempo. Na verdade, ele nunca morrerá. A fé será um dia totalmente substituída pela realidade visível do Reino, e a esperança dará lugar à certeza. Mas o amor continuará pelas eras infindáveis da eternidade! O céu será a morada do amor. Os habitantes do céu estarão cheios de amor. O mesmo sentimento estará em todos os corações: o amor.