Por Asher Intrater
O gabinete israelense acaba de aprovar em votação um acordo de cessar-fogo com o Hamas. A pergunta pode ser feita: “Isso é um bom negócio?” Bem, certamente é para o Hamas. Isso garante sua existência contínua e os torna heróis da mídia.
De uma perspectiva jihadista, este não é um acordo, mas uma hudna, uma trégua temporária até que a umma muçulmana (comunidade) possa se rearmar e recuperar sua força militar.
É um bom negócio para Israel? Claro que não. É terrível. Mas pode ser a melhor opção que temos agora. Precisamos confiar no primeiro-ministro Netanyahu e seu gabinete para pesar todos os prós e contras e tomar a decisão certa.
A ideia de o Hamas reivindicar a vitória é bizarra e distante da realidade. Gaza foi destruída; as pessoas estão vivendo em escombros e a infraestrutura militar do Hamas foi destruída. Eles querem se alegrar com isso? Deixa para lá.
Quais são as razões para concordar com o cessar-fogo do ponto de vista de Israel? Aqui estão alguns fatores:
- Reféns: Queremos que os reféns voltem. Não fomos capazes de resgatá-los por meio de investidas de ataque. O coração de nosso povo está partido. Agora, pelo menos alguns dos reféns voltarão para casa. Muitos outros já estão mortos. Os que ficaram em Gaza estão em perigo mortal.
- Reagrupamento de tropas: Nossas tropas estão exaustas e precisam se reagrupar. Muitas famílias messiânicas (incluindo a nossa) têm filhos bem no meio da luta. O tipo de guerrilha que está acontecendo lá agora é muito perigoso e não produz uma vitória real. Muitos foram mortos ou feridos esta semana.
- Guerra mais ampla/mais longa: Estamos em um novo estágio da guerra. Existe a possibilidade de um grupo mais amplo de parceiros, incluindo o governo Trump e algumas nações árabes moderadas. Uma estratégia mais inclusiva está sendo desenvolvida por toda a região. Este conflito continuará por anos à nossa frente.
- Prioridades de implantação: Gaza não é a arena mais crítica no momento. A presença do Hamas na Judéia e na Samaria (Cisjordânia) é mais perigosa. Os terroristas houthis no Iêmen devem ser detidos. E há uma oportunidade para uma grande ofensiva contra o Irã.
- Vitória do Líbano: Surpreendentemente, no Líbano, o que ninguém poderia ter sonhado há alguns meses: o Hezbollah foi derrotado e um governo cristão assumiu o controle. Seu novo presidente, Joseph Aoun, prometeu retirar todas as armas restantes do Hezbollah.
- Mudança síria: Na Síria, um novo líder sunita nos moldes do ISIS, Ahmad Al-Sharaa, assumiu. O regime de Assad foi apoiado pela Rússia e pelo Irã. Parece que a Rússia foi enfraquecida pela guerra com a Ucrânia e o Irã, enfraquecido pela guerra com Israel. Isso levou à mudança repentina.
- Influência da Turquia: A milícia de Al-Sharaa é apoiada pela Turquia, que assim recuperou um novo nível de poder na área. O sonho de Erdogan é restabelecer o Império Otomano e conquistar todo o Israel, incluindo o Monte do Templo. Devemos estar preparados para defender a fronteira síria agora. As FDI assumiram o controle de uma zona tampão estreita, mas muito estratégica, ao longo dessa fronteira.
- Plano Irã: Pode haver um plano para atacar as instalações de bombas nucleares do Irã. Ninguém pode dizer com certeza. O regime dos aiatolás foi enfraquecido e a oposição dentro do Irã está se fortalecendo a cada dia.
- Acordos de Abraão: Tanto Netanyahu quanto Trump gostariam de renovar e ampliar os Acordos de Abraão. Isso pode levar a um período de paz e prosperidade para toda a região, principalmente se a Arábia Saudita se juntar a ela.
- Proporcionalidade: Onde o mundo está gritando “proporcionalidade” agora? Israel está recebendo de volta 33 reféns inocentes, enquanto liberta 1000 terroristas assassinos. Um hipócrita “duplo padrão” é sempre usado contra Israel.