A. E. Reinschmidt
O Senhor confia o sucesso ou fracasso de sua Igreja ao testemunho de seus amigos. Onde um testemunho for dado, sua obra prosperará. Onde não houver testemunho, sua obra permanece inativa. Isso pode parecer uma estratégia muito precária, mas ninguém pode negar que seja o plano de Jesus para o avanço de sua Igreja. Está claramente implícito em sua oração de Sumo Sacerdote (Jo 17).
Cada pessoa precisa ouvir o “testemunho do Senhor” através de outrem. Não é suficiente orar por seu vizinho que não conhece a Jesus. Não é suficiente viver uma vida reta que ele consiga ver. Ele não é capaz de ler seus pensamentos; ele precisa ouvir sua palavra de testemunho.
Mesmo depois que Saulo foi visitado pelo Senhor, na estrada para Damasco, foi necessário que um homem humilde, Ananias, fosse enviado para lhe dar um testemunho. E Cornélio, que obteve tanta graça por meio de suas orações e vida piedosa que recebeu a visita de um anjo, precisou esperar o testemunho de Pedro para descobrir como ele e sua casa poderiam ser salvos (At 10).
O eunuco etíope, Lídia e o carcereiro filipense – todos tiveram de esperar o testemunho de alguém antes que pudessem ser salvos. Pondere profundamente nessas coisas, você que se isenta de falar de Cristo, achando que o “bom testemunho de vida” substitui o testemunho verbal. Sua palavra é seu testemunho, e uma vida santa é a confirmação desse testemunho.
Seu vizinho não pode ver sua vida interior, nem a fonte dela. Você pode mostrar-lhe boa vontade de muitas maneiras, mas ainda assim ele não terá como saber se você é cristão ou humanista. Você pode ajudá-lo num momento de necessidade, mas se não lhe der uma palavra de testemunho sobre o Senhor, ele não saberá se você é um crente em Jesus ou um comunista.
Seu próximo pode estar morrendo por falta de algo que vê em você, mas talvez tenha concluído que o que você tem é o resultado de sua genética ou de suas circunstâncias. Como é que ele vai saber que a paz e o descanso que você tem vieram de Cristo, e que suas circunstâncias podem ser piores que as dele, se você não testifica sobre isso? Como ele saberá como crer e como receber aquilo que fez toda a diferença na sua vida se você não lhe explicar?
Fé, oração, experiência, uma vida reta e boas obras são as raízes da árvore do testemunho. Raízes sem uma árvore não podem dar fruto. Nem a árvore pode dar fruto se não tiver raízes. Algumas pessoas muito boas têm fé, oração, experiência espiritual, uma vida reta e boas obras – mas não testificam verbalmente. Assim, não podem dar fruto.
Outros têm muita liberdade para testemunhar, mas não têm as raízes de fé, oração, experiência, boa conduta ou boas obras para confirmar e sustentar seu testemunho. Esses não geram fruto porque não têm raiz. A esse respeito, Jesus disse: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16).
Já vi pessoas muito amáveis, que viviam numa comunidade agradável, que chegavam a dar um testemunho bem alto em palavras, mas que, devido às incoerências em sua vida, não produziam “fruto para santificação”. Por outro lado, conheço muitas que sobressaem em fé, oração, experiência espiritual, generosidade e bondade, mas que não dão fruto porque não testemunham com a boca.
É seu testemunho que produz fruto, porque move as pessoas e mostra-lhes como encontrar Jesus. Talvez você tenha ouvido alguém dizer: “Não foi pregação alguma que me levou a Cristo; foi a vida da Tia Maria…” A vida da Tia Maria pode fazer com que alguém deseje ser cristão, mas é preciso ouvir as palavras do evangelho para ele saber como se tornar cristão.
Tanto a vida quanto o testemunho de uma pessoa são necessários para mostrar o caminho da salvação. “Aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação [testemunho]” (1 Co 1.21). “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Rm 10.14,15).
Todo crente, de acordo com sua capacidade, foi ordenado por Jesus para ser “ministro e testemunha” (At 26.16). O poder para dar testemunho foi derramado sobre 108 dos discípulos “comuns” (se é que podemos chamá-los assim) e sobre apenas 12 apóstolos. Cada crente foi chamado para ser uma testemunha ungida pelo Espírito, para dar testemunho do Senhor e Salvador, Jesus Cristo.
O valor de um homem para o Senhor não vem da quantidade de coisas boas que entesourou em si mesmo, mas do testemunho que sai dele. E o valor de uma igreja para Deus vem de sua vida de oração e do testemunho que dá para alcançar homens perdidos. Se medirmos por esse padrão, muitas igrejas consideradas “grandes” serão vistas, na realidade, como sendo bem pequeninas.
“Recebereis poder”
Logo que Jesus subiu à destra de Deus (At 2.33), o Espírito Santo foi enviado para presidir sobre a Igreja na Terra, dando poder aos seus membros para expandi-la por meio do seu testemunho. O Espírito Santo é dado àqueles que obedecem ao Senhor (At 5.32), ou seja, aos que obedecem à sua Palavra: “sereis minhas testemunhas” (At 1.8).
Aquele que se recusa a dar testemunho não pense que receberá o poder de Deus. O Espírito é dado somente a quem permite que seja usado por ele em sua obra de acrescentar homens e mulheres à Igreja, por meio de suas orações e testemunho. O Senhor está tão ansioso para conceder seu poder àqueles que são rendidos e obedientes quanto está para que sua Igreja cresça. Porém, esse poder não foi destinado para quem quer agradar a si mesmo.
A missão principal do Espírito Santo é avivar o povo de Deus e ser o grande Evangelista para os perdidos, atraindo-os a Cristo (Jo 6.44). A primeira coisa que precisa acontecer com um pecador é tornar-se consciente de sua condição perdida. Isso recebe o nome de convicção (Jo 16.8).
A próxima coisa que deve acontecer, depois de o pecador ser convencido do pecado, é alguém explicar-lhe o caminho da salvação através de crer em Jesus. É aqui que entra o testemunho do cristão. Um pecador que sente convicção do pecado, sem que haja alguém para guiá-lo (At 8.30-37), estará num estado de mente muito confuso.
O Espírito precisa de alguns que orem para que ele possa “compungir” ou perturbar o coração dos pecadores (At 2.37), e de outros que lhes expliquem o que devem fazer em seguida (At 2.38; 16.29-31). Os cristãos que “oram no Espírito Santo” (Jd 20) podem trazer convicção para o coração dos pecadores; antes, porém, que tais corações possam encontrar descanso e paz em Cristo, alguém precisa dar-lhes o Evangelho – dar testemunho do Salvador, no poder do Espírito.
Ninguém que desobedece ao chamado de Cristo para testemunhar dele pode ter uma experiência espiritual saudável nesta vida, nem receber galardão expressivo no porvir. Porém, “os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente” (Dn 12.3).
Oremos em favor das pessoas até que clamem: “Que faremos?”, e estejamos prontos para responder a essa pergunta, falando-lhes de Jesus.
Respostas de 3
fiquei muito impactado com a palavra e vi que orar e dar um bom testemunho não é suficiente, mas que tenho que anunciar o evangelho de Cristo, se quiser que meus amigos, vizinhos e conhecidos se convertam e sejam transformados pelo Espirito Santo de Deus, pois como ouvirão se não há quem pregue…, por isso quero pregar a tempo e fora de tempo, quer seja oportuno, quer não, pois haverá tempo que não suportarão a sã doutrina.
Para mim é muito difícil o testemunho através da palavra, da pregação, não tenho essa habilidade, é uma luta diária, falar ao próximo a Palavra de Deus. Mas sei que só o comportamento não é suficiente, é necessário que saia de minha boca palavras de exortação e edificação. Não me esquecendo que o Espírito Santo de Deus habita em mim.
Oremos em favor das pessoas até que clamem: “Que faremos?”, e estejamos prontos para responder a essa pergunta, falando-lhes de Jesus.
Obrigada Pai!
Vivifica-me segundo a Tua Palavra.
Amém.