Como a intolerância aos discípulos de Jesus tem crescido mesmo em países teoricamente tolerantes
Harold Walker
Nos últimos anos, a discriminação aos cristãos que há décadas domina a maior parte da Europa tem crescido assustadoramente nos Estados Unidos, antigo bastião e exportador do cristianismo. A ideologia dos “fundamentalistas seculares”, como o professor Robert Reich, o sociólogo Timothy Shortell e o autor Richard Dawkins,antes divulgada de forma mais sutil, hoje avança rapidamente nos meios acadêmicos, midiáticos, governamentais e judiciários.
Não existe apenas um tipo de perseguição. Se você quer acabar com uma crença, existem duas opções.A primeira, mais visível, é o ataque frontal (como ocorre na Coreia do Norte, por exemplo), no qual cristãos são presos, torturados, ameaçados e executados.
Esse tipo de abordagem tem efeitos imediatos fulminantes, mas é ineficaz em longo prazo. Como diz o ditado: “A pena é mais poderosa do que a espada”. Ou seja, ainda que milhares de pessoas sejam exterminadas pela repressão policial, as ideias se espalharão ainda mais. A história mostra que, quanto mais se tentou destruir o cristianismo, mais ele se disseminou e se fortaleceu.
Existe, porém, uma segunda estratégia, mais lenta e branda, mas muito mais eficiente em seus efeitos de longo alcance. Consiste na luta para mudar a mente das pessoas, espalhando mentiras sutis a respeito da ideologia que se pretende destruir. Ao mesmo tempo em que defende a “liberdade de pensamento”, essa ideologia promoveuma verdadeira lavagem cerebral na geração mais nova, infiltrando-se em escolas e universidades, tornando impopulares e politicamente incorretas premissas da moralidade cristã e fazendo a cabeça dos formadores de opinião: professores, jornalistas, artistas, advogados e juízes.
De acordo com Dr. James E. White, professor de teologia e cultura da Gordon Conwell Theological Seminary: “Na cultura americana atual, você está livre para ser um cristão desde que não tome uma posição em relação à sua fé nem acredite que outros devam abraçá-la. Em outras palavras, pode envolver-se com ela em particular, mas precisa ficar socialmente irrelevante”.
Um relatório conjunto de duas entidades que defendem a liberdade religiosa nos EUA (Liberty Instituteno Texas e Family Research Council em Washington) afirma que agências governamentais em todoo país estão tentando expurgar qualquer expressão cristã das escolas e programas sociais. O relatório cita vários casos, dos quais citamos dois:
* um juiz federal do Texas, Fred Biery, ameaçou prender uma oradora colegial se não retirasse referências a Jesus de sua palestra de formatura;
* um juiz federal decretou que orações numa câmara de deputados do estado de Indiana poderiam ser feitas para Alá, mas para Jesus seriam “inconstitucionais”.
Enquanto nossos irmãos sofrem perseguição física e morte por amor a Cristo nos países “fechados”, a igreja de lá se torna cada vez mais pura e apaixonada por Jesus. Já no mundo “livre”, sob regimes aparentemente tolerantes, corremos grande risco de ter nossa fé e a dos nossos filhos lentamente minada sem mesmo o percebermos.
Embora essa tendência hoje esteja muito mais forte nos Estados Unidos, vários aspectos já começam a aparecer no Brasil. A grande tentação é responder à intolerância com intolerância, ao fundamentalismo secular com fundamentalismo religioso. Precisamos escapar dessa armadilha. Ao invés de desferir ataques contra os adversários ou nos conformar com a ideologia prevalecente, precisamos crer, viver e pregar nossos valores apaixonadamente. Num mundo cada vez mais vazio de sentido absoluto, somente esse tipo de comportamento trará resultados permanentes.