Por Adolph Saphir (1831-1891)
Somente aquele que morreu com Cristo e ressuscitou com ele pode seguir a vida e os passos do Salvador. O homem natural, que ainda não foi renovado, não consegue seguir a Jesus. É só quando conhecemos a graça do Salvador e o poder da sua ressurreição que começamos a entender as lições de sua vida. E é só quando recebemos o Espírito de Cristo que podemos viver e andar como filhos de Deus.
- Primeiro, lembremo-nos do objetivo da vida de Cristo. Ele foi enviado com uma missão. Ele nunca se esqueceu de que não veio para fazer a sua própria vontade, mas a vontade do Pai que o enviou. Ele ensinou de maneira muito enfática e impressionante que tinha apenas um objetivo, uma ideia envolvente e predominante, uma só lei e regra que permeava tudo o que fazia. Era simplesmente fazer a vontade de seu Pai. Assim, o tempo todo ele era o servo de Deus, o representante do Pai. De maneira semelhante, nós somos enviados por Jesus; tudo o que somos e temos, todas as nossas palavras e obras devem ser vistas à luz de missão e serviço.
- Jesus veio em humildade. Entre a manjedoura de Belém (e sua criação num humilde lar em Nazaré) e a sua morte na cruz, quando foi contado com os transgressores, não encontramos nada que não pudesse ser descrito como despojamento, pobreza e humildade. “As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.” (Lc 9.58).
O que devemos aprender com isso? Não devemos seguir o Mestre? Podemos não ser pobres, mas devemos amar a pobreza [no sentido de desprendimento das coisas materiais]. Não devemos confiar nas riquezas, nas honras terrenas nem nas coisas que o mundo estima e procura. Devemos lembrar que nossa influência e poder são espirituais, e que as vestes da igreja verdadeira são as de servo, de estrangeiro e de peregrino. Quando a igreja se torna rica e forte, aplaudida pelo mundo e em posição de poder, o sal corre o risco de perder o seu sabor; os objetivos, mesmo sendo espirituais, são procurados por meio de um espírito mundano, e o mistério da cruz torna-se obscurecido e esquecido. É a pobre e perseguida Esmirna que, por meio de sua pobreza semelhante à de Cristo, torna muitas pessoas ricas. A glória da igreja é interior. A filha do rei, a Noiva de Cristo, é toda gloriosa por dentro.
- Jesus era o Filho de Deus. Ele veio de cima. Ele era pobre e, no entanto, todas as coisas lhe pertenciam. Ele não tinha posição nem status; ainda assim todo o poder lhe foi dado no céu e na terra, por ser o Unigênito do Pai. O Pai estava sempre com ele e o ouvia sempre. De igual modo, a Igreja nasceu de Deus, de semente incorruptível. Ela não tem outra fonte de vida senão somente a vida de Cristo, o Cabeça ressuscitado, a vida do Espírito que habita em nós.
Nós exercemos influência e poder no mundo simplesmente por sermos inocentes e inofensivos, filhos de Deus vivendo a vida de Cristo. Essa vida de Jesus só vem pela morte e crucificação do velho homem, permitindo assim a manifestação da natureza divina, da qual aqueles que escaparam da corrupção e da cobiça que existem no mundo são participantes. A igreja declara todo domingo que a ressurreição de Cristo é o aniversário dela, a fonte de sua vida e esperança. Assim, anuncia ao mundo tanto a condenação da carne e a total impotência do primeiro Adão e da sua semente quanto a nova vida celestial. Essa vida superior está disponível a todos os que creem por meio do Unigênito do Pai, que é também o primogênito dos mortos.
- Nessa humildade e nesse poder, a Igreja será capacitada a ir ao mundo inteiro, com amor e empatia, anunciando a realidade em meio ao vazio de sombras vãs, vida eterna e consolo em meio à morte e tristeza, paz para quem está com consciência pesada, amor ao coração abalado e sedento, perdão e renovação, saúde e alegria aos feridos e contritos. E enquanto amarmos e intercedermos por todos, seremos cheios, como o nosso Mestre, com um amor especial, intenso e terno pelos nossos irmãos, por todos os que pertencem a ele neste mundo e que se voltaram ao Pastor e Bispo de suas almas. Com gratidão a Deus pelos discípulos que o Pai nos envia, como Jesus também demonstrava, cuidemos dos jovens e inexperientes, dos fracos e vulneráveis, dos solitários e aflitos. Procuremos edificar, valorizar e alegrar a herança de Deus, os coerdeiros da vida eterna.
A Igreja é semelhante a Cristo: enviada do alto, com um objetivo e uma motivação, sem ambição por posição ou reconhecimento, dotada de poder divino, no amor e no ministério. “Quem me vê a mim vê o Pai…” (Jo 14.9). Da mesma forma, devemos ser capazes de dizer: Aquele que viu a igreja viu Cristo.
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