21 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

Cuidado Com um Coração Desviado

Por: E. E. Shelhamer (1869-1947)

“O infiel de coração dos seus próprios caminhos se farta…” (Pv 14.14).

Ao considerar esse assunto, queremos examinar três marcas de um coração desviado: 1) Cessação de crescimento, 2) Desconsideração de alertas do Espírito e 3) Atitude de criticar e julgar os outros.

Cessação de Crescimento

Quando plantas param de crescer, o próximo estágio é definhamento. Quando a água deixa de fluir, logo vem a estagnação. Quando desistimos de subir o rio, começamos a ser carregados rio abaixo. O afastamento de Deus começa no coração. Muito antes de a pessoa reconhecer que abandonou os caminhos de Deus, ela já deixou de andar com ele no seu interior. Pode ser algo imperceptível até para os amigos mais íntimos, mas Deus sabe que ela parou de avançar e acomodou-se com o que já alcançou.

Uma pessoa que cresce espiritualmente é como um garoto em crescimento – está sempre ficando maior que as roupas antigas. A cada dia, recebe novo entendimento da Palavra, nova visão de Cristo e expressa-se na oração de forma diferente. É lamentável quando crianças ou mesmo adultos aprendem as orações e testemunhos das pessoas com quem convivem. Tais orações logo se tornam palavras vazias, de validade vencida, sintomas claros de uma condição estagnada.

Um pregador pode usar várias vezes o mesmo texto, mas, se estiver em contato com a vida sobrenatural, sempre encontrará coisas novas e dirá coisas que nunca antes falou, leu ou ouviu. A partir do momento em que ele – ou qualquer outra pessoa – cair numa rotina e sempre disser as mesmas coisas, é sinal de que parou de crescer. Muitas pessoas estão nessa condição de estagnação no seu desenvolvimento espiritual, e anos podem passar antes que fiquem conscientes disso. Que lamentável!

Há uma passagem triste registrada em Mateus 5.13. Jesus terminara uma sequência dizendo “bem-aventurados”, “bem-aventurados”, “bem-aventurados”. Quando chegou ao versículo 13, ele afirmou que seus ouvintes eram “sal”: “Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta…” Veja bem: ele não disse se o sal deixar de ser sal, se ficar verde ou se virar um forte veneno! Ele não mencionou nada disso. O sal continua com a mesma aparência e o mesmo peso; continua sendo usado para temperar como antes, só que perdeu suas propriedades de preservação, purificação e sabor.

Semelhantemente, há muitas pessoas que são, exteriormente, religiosas e zelosas, que não têm comportamento prejudicial ou influência perniciosa e que parecem ter caráter exemplar. Contudo, o fato é que perderam aquela vida singular que tinha uma agressividade interior, um elemento eterno que trazia forte convicção de Deus sobre as pessoas em volta e gerava fome por algo que ainda não possuíam. Pode ser que nem consigam identificar o momento exato em que começaram a perder tudo isso – o que seria uma grande bênção, porque então saberiam por onde começar a se arrepender. Porém, geralmente ocorre um esfriamento de coração de forma tão gradual e imperceptível que, assim como Sansão, nem percebem.

“Tendo ele despertado do seu sono, disse consigo mesmo: Sairei ainda esta vez como dantes, e me livrarei; porque ele não sabia ainda que já o Senhor se tinha retirado dele” (Jz 16.20).

Que tragédia é quando a pessoa vai se afastando de pouco em pouco e não se apercebe claramente disso até enfrentar uma prova decisiva e ser derrotado!

A pessoa que está com coração afastado de Deus pode declarar que está tudo bem, pode gritar mais alto, orar por mais tempo e pregar com mais energia do que antes. Ela faz isso para aquietar os próprios temores, para impedir que outros comecem a suspeitar dela ou para afugentar a convicção do Espírito Santo. Em certas ocasiões, pode até combater com vigor o próprio elemento que está sugando e destruindo sua vida espiritual. Pode ser que o faça com esperança de se recuperar. O problema é que ela está tão envolvida em outras coisas que não consegue parar para investigar ou avaliar seu estado espiritual.

Quando sente temores de que algo não vai muito bem, acaba descartando-os, dizendo que está apenas passando por tentações ou influências de fora. Assim continua tocando a vida, sem identificar as áreas ou atividades questionáveis em sua vida e sem tomar medida alguma. Sempre espera que as coisas passem a ficar boas tão logo as circunstâncias mudem para o melhor. Tem receio de ouvir os alertas interiores ou os questionamentos do coração, com medo de que seja obrigada a enfrentar a verdade. Quem dera que ela parasse por tempo suficiente para envergonhar todas as vozes enganosas e traiçoeiras e insistir que todas se calassem para deixar somente a voz do Espírito conduzi-la de volta à presença de Deus.

Amigo, não passe tão rapidamente por cima de coisas “insignificantes” achando que não têm qualquer consequência mais profunda; podem ser coisas que ninguém nota, nem toma conhecimento, no entanto são suficientemente grandes para causar sua queda no fim. Com certeza, o diabo toma o mesmo prazer em ver uma pessoa convertida, dedicada a Deus, tomar o primeiro passo, ainda que seja minúsculo, para afastar-se de Deus, quanto o sente anos depois ao ver a mesma pessoa cair em desgraça.

Lembro-me de um caso, alguns anos atrás, que serve como ilustração desse princípio. Um homem desviado, anteriormente um líder de grupo, havia chegado ao altar numa reunião de acampamento. Depois de várias ocasiões em que esse homem buscou uma renovação com Deus sem sucesso algum, resolvi perguntar-lhe em particular como se afastara do Senhor. “Fiquei embriagado”, ele respondeu.

Falei que ele estava enganado, que a embriaguez é apenas uma evidência exterior do que já ocorrera no coração, talvez alguns meses antes disso. “Conte-me”, insisti, “qual foi a primeira coisinha que você fez que entristeceu a Deus, a partir da qual você não conseguiu se recuperar?”

Respondendo em tom de cochicho, ele disse: “Aluguei um cavalo e uma charrete…” Constrangido, ele hesitou um pouco.

Havia toda uma história em torno daquele “cavalo e charrete”. Tudo começou um ano ou mais antes do passeio de charrete. O homem era líder de um grupo de discipulado e, no seu trajeto para a reunião, sempre passava por uma casa onde morava uma boa irmã que fazia parte do grupo. Às vezes, havia um bom número de pessoas no grupo, em outras, quando o tempo não era bom, apenas as duas mais fiéis. A esposa dele era uma mulher boa e genuína, mas não muito espiritual, e não tinha muito dom para cantar. Com isso, o homem dizia consigo mesmo: “Quem dera minha esposa pudesse cantar e orar como esta boa irmã que nunca perde uma reunião! Ela tem tanto discernimento, sempre escolhe o cântico certo…”

Muito raramente, a “irmã fiel” faltava à reunião; mas, quando acontecia, nosso irmão ficava perdido e dizia: “Acho que a reunião hoje não será muito boa; será que ela está doente?”

Depois de um bom tempo assim, os dois estavam em tal sintonia que conseguiam discernir o pensamento e o sentimento um do outro, o que “ajudava” muito na condução das reuniões e no aconselhamento de novos irmãos. Eles também tinham muita liberdade para falar um com o outro dos defeitos de companheiros ausentes. Por uma feliz coincidência, frequentemente tomavam o mesmo ônibus ou trem para os acampamentos e reuniões maiores.

Finalmente o caminho estava suficientemente preparado para que a astuta Serpente lhes sugerisse uma viagem de charrete para uma gruta famosa nas montanhas. O homem ficava acordado de noite pensando se deveria ou não fazer isso. Ao olhar para a esposa fiel e trabalhadora ao seu lado, o Espírito insistia: “Não faça isso, não faça isso!”.

Depois de passar por muitas noites de peleja interior, com o coração batendo tão forte que parecia balançar a cama, o homem conseguiu o consentimento da mente, e o diabo agora tinha livre acesso. Ao mesmo tempo, ele continuava a liderar o grupo de discipulado e exortava os irmãos a serem fiéis e a cumprirem suas obrigações. No entanto, seu coração já estava afastado de Deus.

Agora, ele estava pronto, assim como Davi, a traçar os passos para realizar seu plano maligno. “Como vou esconder isso da minha esposa e de todos os outros? Vou fazer de conta que fui intimado como testemunha num julgamento na cidade vizinha. E onde vou me encontrar com a ‘irmã’? Lá naquele moinho abandonado.” Assim, ele tomou a decisão interior e traçou os planos que levaram, no fim, à queda e desgraça de duas pessoas muito valiosas no reino de Deus.

É ali que começa o processo de afastamento, na mente, nas imaginações secretas do coração. Ó meu irmão, minha irmã, esmague, assim como faria a uma víbora venenosa, o primeiro pensamento sugestivo, a primeira tendência de olhar ou pender-se na direção errada. É só assim que poderá ter esperança de vencer. Outros já caíram de alturas que você nem alcançou ainda, só porque começaram a brincar com pequenos desvios.

Tome como exemplo de desvio de coração a igreja de Éfeso. Onde encontraríamos uma igreja exteriormente mais exemplar? Não se pode encontrá-la. Leia o que está escrito em Apocalipse 2.1-5: “Conheço as tuas obras, assim o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus…”. Não havia ninguém culpado de conduta imoral; não só se refreavam de qualquer espécie de desvio exterior, mas também não “suportavam” os que assim faziam.

Continue lendo: “… e que puseste à prova os que a si mesmos se declararam apóstolos e não são, e os achaste mentirosos”. Eles tinham tal discernimento e percepção afiada que conseguiam descobrir e expor um falso profeta, ainda que para a maioria das igrejas não houvesse nada errado em seu ensinamento ou conduta. Era alguém que aparentemente se posicionava corretamente em todos os assuntos, chorava e pregava com o que parecia ser unção e intensidade; no entanto, não se sentiam bem com ele. Consequentemente, resolveram investigá-lo melhor e descobriram que era mentiroso.

Oh, que as igrejas hoje tivessem tal discernimento e empenho para identificar e colocar à prova os falsários modernos antes que pudessem enganar as ovelhas!

Continuemos a ler o que a Escritura diz a respeito da igreja em Éfeso: “… e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome [não por causa de alguma organização humana e sectária], e não te deixaste esmorecer”. Aqui estava uma igreja ativa, bem organizada, disposta a fazer sacrifícios; no que diz respeito a zelo e discernimento, dificilmente encontraríamos uma à sua altura hoje.

Mas ouça: “Tenho, porém, contra ti…”

“Contra nós em Éfeso, não é possível!”

“Sim, contra vocês, não por causa de sua conduta exterior, mas porque têm se afastado de mim no coração, deixando seu primeiro amor.”

Amigo, tem alguma possibilidade, por menor que seja, que você esteja nessa mesma condição?

Desconsideração de Alertas do Espírito

Outra marca de um coração desviado é quando se desconsidera os alertas do Espírito. O Espírito Santo é fiel e autêntico a cada coração. Ele nos inspira a ser ousados na hora de arriscar. Ele dá sinais de alerta quando é hora de ser cauteloso. É fácil perceber quando está contente ou entristecido. Não demora muito para um namorado (ou namorada) descobrir o que agrada e o que entristece a pessoa amada. De maneira semelhante, quando alguém se apaixona pelo Senhor, logo saberá o que lhe agrada e procurará fazer tudo para alegrar o seu coração (1 Jo 3.22). Fará tudo para evitar aquilo que o entristece. É difícil dizer quantas vezes alguém pode entristecer Deus no mesmo ponto e não incorrer em culpa e condenação, mas o coração que ama não vai querer fazer esse teste!

Como é que o coração desconsidera os alertas do Espírito? De várias formas:

1. Nas conversas, em falar demais. Lemos em Provérbios 10.19: “No muito falar não falta transgressão”. E, em Mateus 5.37: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar, vem do maligno”. E, ainda: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia de juízo” (Mt 12.37).

Eu arriscaria afirmar que cada vez que você me mostrar uma pessoa que fala muito, invariavelmente lhe mostrarei alguém que cai em uma de três práticas prejudicais ou, melhor, pecaminosas: a) falar mal dos outros (maledicência), o que, segundo John Wesley, é o pecado universal; b) conversa fútil, tola ou imoral que não deveria “sequer se nomear entre vós, como convém a santos” (Ef 5.3); c) chamar atenção para si mesmo, com palavras inchadas de vaidade.

Enquanto alguém está em público, ele se enche de tanta conversa e ocupação que Deus não consegue chamar sua atenção; se, porém, os suspiros e dores íntimas pudessem falar, diriam: “Tenho entristecido o Espírito Santo hoje e ignorei o toque suave de suas advertências”.  

2. O coração desviado ignora os alertas do Espírito na questão de “remir o tempo” (Ef 5.16). Ele consegue desperdiçar preciosos momentos no centro da cidade, em leituras e conversas sem proveito ou em ociosidade, satisfazendo os desejos da carne. Jeremy Taylor disse: “Nunca houve uma pessoa ociosa, desde que saudável, que fosse em todos os aspectos uma pessoa virtuosa”. É por isso que Davi e muitos outros depois dele caíram em pecado e desgraça – ficaram ociosos e tornaram-se amigos dos prazeres. Oh, tome cuidado!

Atitude Crítica

Outra marca de um coração desviado é uma atitude crítica. De acordo com o dicionário Webster, crítica é uma “disposição de culpar e condenar; fazer comentários severos sobre outros, sobre sua maneira de escrever ou seus modos, geralmente implicando que são pessoas de natureza má, mesquinha e descaridosa”.

Finney disse: “Um espírito crítico é evidência conclusiva de um coração desviado. É uma atitude de achar defeito, de questionar a motivação dos outros, mesmo quando sua conduta admite uma interpretação caridosa. É uma disposição de colocar culpa em outrem e de julgá-los severamente. É um espírito de desconfiar do caráter e do testemunho de outros cristãos. É um estado de mente que se manifesta em julgamentos severos, palavras ásperas e sentimentos intolerantes para determinados indivíduos. Esse estado de mente é totalmente incompatível com um coração de amor, e sempre que um espírito crítico é manifestado por alguém que se diz cristão, pode ter certeza que existe ali um coração desviado.”

É a mesma coisa que leva algumas pessoas a comportar-se muito bem quando fora de casa ou na presença de visitas, e com irritação e contrariedade em outros momentos, sendo quase impossível agradá-las.

Observe que o texto citado no início, de Provérbios 14.14, diz que o infiel de coração “dos seus próprios caminhos se farta”. Isso é verdade. Um dos maiores obstáculos ao avivamento é o querido membro antigo da igreja, “membro fundador”. Ele já possuiu a chama de Deus em seu interior, mas há muito ela se apagou. Ele agora está cheio de seus próprios planos, estratégias, imaginações. Como resultado, fica irritado e amargurado quando não é reconhecido ou valorizado.

Ele gosta de fazer orações longas e cansativas, mas não consegue perceber que isso prejudica a reunião. Tem, há muito tempo, seu próprio modo de testificar e geralmente repete a mesma coisa. Está cheio de preconceitos e demonstra resistência a leituras ou pregações que poderiam mudar seu modo de pensar e causar convicção do Espírito em seu interior.

Está cheio de inimizades e amarguras, provavelmente provocadas por alguém que o tratou mal. Ele consegue trazer à mente fatos desagradáveis que ocorreram anos atrás, mas que para ele ainda estão frescos, nutridos com sentimentos de amargura.

Sua mente pode estar cheia de enganos e ideias estranhas, abraçando doutrinas que antes denunciava. A luz que tinha no início transformou-se em trevas. É por isso que pessoas desviadas muitas vezes entram em seitas e doutrinas de demônios.

A pessoa com coração desviado se endurece em sua própria maneira de pensar e fazer as coisas, e ninguém consegue mudá-la ou tirá-la do buraco que criou.

Estas são algumas evidências de um coração destituído de graça. Poderíamos citar muitas outras, mas não adiantaria nada para quem está fixo em seus próprios caminhos. Que tragédia! Tenho tentado vez após vez restaurar pessoas assim à simplicidade do primeiro amor, mas com muito pouco sucesso. Tenho sentido dor no espírito ao ver pessoas assim dar golpes no ar, dar murros na cadeira e berrar no altar. O som oco da voz e o olhar vazio tendiam mais a afastar as pessoas do que a trazer convicção e inspiração para a reunião. Mas nada se podia fazer, porque o coração pobre e enganado estava se enchendo dos próprios caminhos e precisava seguir o seu curso. Às vezes, tais pessoas precisam cair em pecado e desgraça para poderem enxergar sua verdadeira condição.

Certa vez, um homem olhava da frente de sua casa enquanto uma tempestade passava pelo belíssimo jardim. Embora não houvesse ventos fortes, sua árvore predileta caiu com um estrondo inesperado. Depois da chuva, ele foi até o local para ver por que havia caído. Para sua surpresa, o tronco estava corrompido no centro. Então, lembrou-se de como, quando garoto, havia irresponsavelmente desferido um golpe na árvore com um machado. O tronco depois se recuperou, mas não antes da infiltração de uma pequena quantidade de água que desencadeou um processo de deterioração que chegou ao centro da árvore e causou sua queda.

Da mesma forma, querido amigo, você pode ter resistido a muitas tempestades e estar com aparência de quem está forte e saudável; se, porém, no passado, você feriu à consciência e cometeu algo que nunca foi devidamente confessado e curado, pode estar chegando um tempo de perigo em que o processo de decadência chegue ao ponto de trazer queda e vergonha à própria vida e à obra de Deus. Apresse-se, portanto, para buscar cura na raiz!

“Não vos enganeis!” “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te…” (Ap 2.5). Lembre! Pare e pense! É de máxima importância que você encare de frente aquilo que está errado, até que deixe de existir. Não adianta colocar uma fachada de ousadia e fazer de conta que está tudo bem. Isso só vai abrir o caminho para enganos e ilusões maiores. Volte em espírito para o lugar em que primeiro se afastou de Deus e recomece ali onde parou. Pegue sua cruz no lugar onde a abandonou. Renove sua aliança e dedicação a Deus.

Volta, ó Pomba Celestial, volta,
Doce mensageiro de descanso,
Abomino os pecados que te causam dor,
E te afastaram do meu peito.

O ídolo a que mais me apeguei,
Seja qual for,
Ajuda-me a arrancá-lo do teu trono
Para que eu adore somente a ti.

Traduzido de uma poesia escrita por William Cowper

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