Por: Conselho Editorial
De vez em quando recebemos cartas dos nossos leitores, com testemunhos e comentários. Em breve estaremos publicando algumas. Desta vez, porém, recebemos cartas de dois leitores, questionando alguns pontos em artigos do Impacto n° 10. Como outros podem ter sentido as mesmas dúvidas, gostaríamos de colocar aqui os esclarecimentos para o benefício de todos.
1. No artigo “O Evangelho 100%”, o autor diz que no Novo Testamento a palavra “dízimo” nem é citada. Os leitores lembraram que Jesus menciona o dízimo em Mateus 23.23. Na verdade, uma leitura cuidadosa do texto no artigo mostra que não houve nenhuma intenção de falar contra o dízimo; pelo contrário, defende que no Novo Testamento, e no evangelho 100%, devemos dar muito mais. E é isto que Jesus diz no texto de Mateus 23: que os fariseus se contentavam em dar rigorosamente o dízimo das mínimas coisas, e deixavam de lado aquilo que é mais importante para Deus.
Ao falar que no Novo Testamento não se fala em dízimo, o autor quis enfatizar o ponto de que não houve menção do dízimo no livro de Atos ou nas epístolas, onde temos as bases e princípios para a igreja cristã. Entretanto, ele não quis combater a prática do dízimo, mas mostrar que o padrão do evangelho é muito além disto.
Agradecemos as observações dos leitores, pois realmente é incorreto afirmar que o Novo Testamento não cita o dízimo, e outras pessoas podem ter interpretado mal o objetivo desta afirmação.
2. No artigo “Nossas Raízes – Parte 8” sobre o papel da pregação da Palavra na igreja primitiva, um leitor interpretou que o autor é contra a igreja local, e contra qualquer governo na igreja local (especialmente com base no primeiro parágrafo da página 28).
Quanto à primeira dúvida, não houve nenhuma intenção de diminuir a importância da igreja local. A afirmação é que não temos praticamente nenhuma descrição de igreja local no livro de Atos. Sem dúvida, o Espírito Santo não quis que copiássemos um modelo apenas exterior, e por isto não deixou muitos dados sobre o que os cristãos primitivos faziam nas suas reuniões. Mas nada foi dito sobre as reuniões ou a igreja local não serem importantes.
A frase sobre a igreja primitiva não ter precisado de uma figura humana com palavra final (pág. 28), realmente pode ter dado uma idéia errada. A ênfase é sobre “palavra final”. A igreja primitiva tinha governo; não tinha uma única figura humana com o direito de dar a palavra final. Encontramos pluralidade em todos os níveis de governo da igreja, pois o único “cabeça” ou autoridade final era Jesus. Por isto foram citadas as posições de pastor assim como o conhecemos hoje, bispo, ou papa, que hoje governam em maior ou menor grau como figuras individuais de autoridade. No princípio, bem no princípio, não havia este tipo de figura singular no governo da igreja; mas não demorou muito para aparecer. Mas este assunto sobre governo na igreja é bem mais extenso e complexo do que o âmbito deste esclarecimento, ou mesmo do artigo citado. Quem sabe, em breve possamos abordá-lo em maior profundidade na revista.
Concluindo, apreciamos os comentários dos leitores porque ajudam a esclarecer assuntos que podem ter ficado obscuros ou duvidosos, e sempre podemos aprender uns dos outros.
Boa Leitura!