21 de novembro de 2024

Ler é sagrado!

Entrevista: Hombridade é o Maior Legado de Um Pai

Por Luiz Montanini

Temor a Deus e decisão de se apresentar constantemente a ele como argila moldável pelo oleiro são os princípios que o pastor Thomas Wilkins, de Curitiba, considera funda­mentais para formar hombridade nos filhos. Casado há 44 anos com Lisa Wilkins, com quem ministra cursos e palavras a casais por todo o Brasil, aljava de cinco filhos, todos ca­sados, que lhe deram até agora onze netos, o americano pastor Tomás, como é conheci­do no Brasil, deu a seguinte entrevista à Re­vista Impacto:

De acordo com o dicionário Aurélio, a pa­lavra hombridade significa nobreza de ca­ráter, dignidade. A seu ver, o que é hombri­dade?

Entendo que a qualidade do caráter de uma pessoa define sua hombridade. E isso, em geral, o filho recebe como herança do seu pai. 0 Salmo 127 diz que bem-aventurado é o homem que teme ao Senhor e que seus filhos são como flechas na aljava. E mostra que os filhos não temem os inimigos à porta, por­que são confiantes no Deus de seu pai. Isso significa que o caráter que Deus imprimiu no pai foi repassado aos filhos.

A que o senhor atribui esta crise de falta de hombridade?

Vivemos num mundo de feminismo, de lares abandonados pelo pai, num mundo de pros­tituição e promiscuidade, e tudo isso afeta o homem, que se toma vítima da ausência físi­ca ou emocional de um pai também desnor­teado. E o jovem fica andando a esmo, sem saber para onde caminhar…

Quais são os princípios que o senhor con­sidera importantes para formar hombri­dade?

O principal não é um princípio, mas uma bus­ca. E quem busca a hombridade, a encontra. Quando o homem descobre em Deus os valores certos, então se começa a restaurar a hom­bridade em sua vida. A hombridade, a integri­dade e a responsabilidade andam juntas. 0 ho­mem deve ser homem responsável para com seus deveres e obrigações como pai e marido, diante das leis da nação e da comunidade… e nisso seu filho se espelha…

O filho não corre o risco de se decepcionar um dia ao ver que o pai não é infalível?

Esse é um ponto importante. O pai não é perfeito, e jamais deve tentar aparentar per­feição diante do filho. Quando errar, deve consertar aquela área diante de Deus e ven­cê-la. E deixar o filho acompanhar tudo isso… O filho então verá que, assim como seu pai errou, mas se levantou e venceu, ele também poderá vencer.

E como formar hombridade nos jovens que chegam à família de Deus sem ter tido o privilégio de receber a bênção de um pai te­mente a Deus?

Creio que ele é restaurado espelhando-se nas vidas das famílias da igreja e por meio do discipulado. Conheço inúmeros casos vitoriosos. Conheci um homem que era alcoó­latra, que vivia caído nas sarjetas. Era vencido pelo vício, mas teve um encontro com Deus e foi transformado. E Deus lhe deu a liberta­ção completa… Vejo inúmeras pessoas an­tes totalmente perdidas que são restauradas a uma posição de filhos de Deus. Certamen­te não vamos produzir uma pessoa perfei­ta, mas restaurada, que vai andar com Deus, crescer e amadurecer. E isso leva tempo. A restauração não é concluída de um dia pa­ra outro, mas Deus vai trabalhando na vida do homem, junto com seus discipuladores.

O que falta na igreja para vivermos essa plena hombridade?

Isso depende de como o homem se colo­ca nas mãos do Senhor. Acontece que mui­tos não se colocam… esquentam bancos nos prédios, batem palmas, dão dízimos, mas não se colocam como barro nas mãos do oleiro. Mas se o homem assume o compromisso e se entrega nas mãos do Senhor, Deus vai tra­balhar em sua vida, e ele aceitará o tratamen­to… e permitirá que Deus o molde da forma como achar melhor.

O senhor segue algum padrão de hombri­dade?

Meu padrão e nosso padrão sempre de­ve ser Jesus. Ele é o Filho do homem e o Fi­lho de Deus. É verdadeiro homem e verda­deiro Deus. É o exemplo perfeito de hom­bridade, de integridade, e de quem assu­me sua responsabilidade. Quando olhamos para uma pessoa temos um referencial par­cial. Mas, quando olhamos para o Senhor, te­mos um referencial completo. Se seguirmos ao Senhor, poderemos dizer tanto a filhos naturais quanto a espirituais: “Segue-me co­mo eu sigo ao Senhor”. Poderemos dizer co­mo Paulo: “Sejam meus imitadores como eu sou de Cristo”. A hombridade é o maior legado de um pai.

Os cinco filhos do casal Wilkins:

• Tamba Lynn Abel, 43 anos, casa­da com Jonathan, que é pastor em Maringá, PR.

• Antônio (Tony) David Wilkins, 42 anos, pastoreou, com sua esposa Maira, por 9 anos em Curitiba; hoje aju­dam uma igreja hispânica em Miami, EUA.

• Déborah Lee Rotert, 39 anos, ca­sada com William, que é pastor em Joinville, SC.

• Jonathan Daniel Wilkins, 32 anos, pastor de jovens, junto com sua es­posa Elana, há 12 anos em Concord, CA, EUA.

• Lianne Christina Rosa, 27 anos, ministra no louvor da Comunidade Cristã de Curitiba e, junto com seu marido, Adriano Eduardo, dirige duas células e ensina na escola de líderes.

A vida de Thomas Wilkins já começou co­mo milagre. À semelhança de Ana, mãe do profeta Samuel na Bíblia, sua mãe também não podia gerar filhos. Exatos nove meses depois de orar, prometendo devolver o fi­lho a Deus, deu a luz a Thomas. Este, ain­da muito novo, teve experiências marcan­tes com Deus. Com uma idade entre 3 e 4 anos, teve uma visão do trono e da pater­nidade de Deus, o que lhe inspirou segu­rança e apontou a direção em que deve­ria ir. Aos sete anos, teve uma visão do Bra­sil destacado dos outros países da Améri­ca do Sul.Já como adulto e casado com Lisa, depois de um período de três anos no México, Thomas recebeu uma confirmação de seu chamado para o Brasil. Chegou aqui em 1965 através de uma série de provisões e circunstâncias milagrosas. Durante os pri­meiros 16 anos, serviu ao Senhor na cida­de de Apucarana, no interior do Paraná. Começou com um trabalho evangelístico, usando uma tenda, emprestada por Deus, em 1966. Uma igreja nasceu, a Comunidade Evangélica da Nova Aliança em Apucarana (www. cenapuc.com.br), que continua florescendo até hoje. Vários homens e mulheres que foram levantados ali ainda hoje estão no ministério.

Envolver e ser Envolvido…

O pai deve ser presente, deve en­volver-se nas vidas dos filhos e envol­ver os filhos em sua vida.

Acredito firmemente que uma pessoa não pode falar em hombrida­de sem ter o temor de Deus.

Quando o pai caminha com Deus, os filhos têm um exemplo de hombri­dade. Se o pai não andar com Deus, o filho também tenderá a não andar.

Além das características de ho­nestidade, fidelidade, integridade, o verdadeiro homem ama.

O verdadeiro homem é transpa­rente. Reconhece quando erra e pede perdão aos filhos. Já tive que fazer isso algumas vezes e dizer: “Perdoe-me, fi­lho, errei”.

Hombridade é também responsa­bilidade: um verdadeiro homem dian­te de Deus é responsável.

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Respostas de 5

  1. Muito boa a mensagem sobre hombridade. Estou ligado à universidade da família, ministro cursos para homens do currículo de hombridade, cujo tema norteador é: “hombridade e semelhança a Cristo são sinônimos.” (Edwin Cole)

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