21 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

Estilo de Vida Financeira no Reino de Deus

Mike Bickle

Mike Bickle é diretor da International House of Prayer – IHOP (Casa de Oração Internacional), em Kansas City, EUA, uma missão que enfatiza oração com adoração 24/7 (vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana) vinculada a iniciativas evangelísticas e ações de justiça social.
A seguir, alguns trechos extraídos de uma palestra dada em 2009 sobre um dos sete compromissos que um forerunner (precursor da Segunda Vinda de Cristo) deve assumir. (Os outros seis são: orar diariamente, jejuar semanalmente, participar de ações de justiça social, viver em santidade, ministrar a outros com diligência e testemunhar com ousadia.)
A série completa de palestras e as transcrições das mesmas (em inglês) pode ser encontrada no site: www.mikebickle.org.

No início da minha jornada espiritual, como resultado de ler a biografia de Hudson Taylor, fiz um compromisso com Deus. Resolvi adotar um estilo de vida simples para o resto da minha vida. “Vou gastar menos para que eu possa doar mais.”

Depois que me casei com Diane, fizemos o mesmo compromisso juntos. “Vamos começar dando um dízimo dobrado”, propus a ela. “Depois, podemos aumentar progressivamente, de 20% para 30% e assim por diante, sempre aumentando e nunca retrocedendo. Jamais diminuiremos a nossa porcentagem. Se tivermos um aperto, vamos abaixar nosso nível de vida, procurar uma casa menor, mas nunca abaixaremos o nível de doação para o Reino.”

Não é uma questão de pobreza. Ao longo dos anos, muitas pessoas já me perguntaram: “Como se sente depois de ter feito um voto de pobreza?”

“Nada disso”, eu respondo. “Não escolhi uma vida de pobreza. Pobreza é uma maldição. Assumi um compromisso de generosidade, não de pobreza. Escolhi uma vida de doação. Pego menos para mim mesmo a fim de poder doar mais.”

A maioria das pessoas, à medida que sua renda aumenta, diminui a porcentagem de suas ofertas. A tendência de pegar mais para si mesmo e doar menos para Deus é muito forte. É algo sutil, porque você pode até ofertar valores maiores, mas a porcentagem talvez diminua. Sempre queremos melhorar nossa própria vida: mais conforto, mais espaço, mais prazer.

“Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1 Tm 6.8). Esse texto tornou-se o lema da nossa vida financeira como casal.

Mudança radical do cristianismo

Alguns anos atrás, quando estive no Cairo, no Egito, recebi uma palavra muito forte do Senhor. Ele me disse que a compreensão e a expressão do cristianismo no mundo inteiro seriam radicalmente transformadas dentro de uma geração.

“Vou lhe dar as riquezas nas nações”, ele me disse, “mas você não poderá tomá-las para si mesmo ou para sua vida pessoal.”

Além disso, ele me deu o texto de 2 Coríntios 8.13,14: “No tempo presente, a necessidade de outros está sendo suprida pelo que excedeu de vós, para que também aquilo que deles exceder venha a suprir a vossa necessidade, e assim haja igualdade” (A21 – Almeida Século 21).

Os discípulos de Jesus nos países desenvolvidos e naqueles que possuem fartura não deveriam gastar tudo o que têm com eles mesmos. Se não tomássemos esse dinheiro para nós, se lembrássemos de nossos irmãos que estão pregando o Evangelho e discipulando as nações, as necessidades deles e de seus filhos seriam amplamente supridas. Se vivêssemos em simplicidade e dividíssemos o restante para que houvesse mais igualdade, poderíamos suprir a falta daqueles que estão batalhando nas linhas de frente do Reino de Deus.

Em Ageu 2.7,8, Deus prometeu abalar todas as nações, juntamente com o ouro e a prata que elas possuem. Todo o ouro pertence a Deus, mas existe, em cada nação, um pequeno grupo de indivíduos egoístas que pensa que é deles. Quando o Senhor abalar as nações, o ouro e a prata serão transferidos para pessoas que executem a vontade dele na Terra. Elas edificarão a casa de Deus, não as casas particulares. Ficarão contentes com um estilo de vida simples e com o sustento necessário para se alimentarem e se vestirem. Não estou falando sobre um espírito de pobreza, nem de mendigo, mas de fé para receber prosperidade sobrenatural, abraçando um espírito de generosidade e uma visão para levar o Evangelho às nações.

“Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o rosto; para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações, a tua salvação”, orou o salmista (Sl 67.1,2).

Não é: “Senhor, abençoa-me para que meu nível de conforto seja maior”, mas: “Abençoa-nos para que teu nome seja conhecido em toda a Terra”. Não queremos mais possessões; queremos mais obreiros na intercessão, na adoração, pregando e ensinando a Palavra e fazendo obras de justiça social. Queremos mais pessoas trabalhando na colheita.

Disponha seu coração diante do Senhor. Deus está trazendo uma mudança de paradigma: quando aparece a possibilidade de ganhar mais dinheiro ou quando recebe um aumento de salário, você não vê viagens de férias, um novo aparelho eletrônico ou um carro novo; você visualiza vidas transformadas, intercessores liberados em tempo integral, o Reino expandindo e obras de justiça sendo praticadas.

 Pão ou semente?

“Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus” (2 Co 9.10,11).

Paulo mencionou aqui duas categorias de dinheiro: semente para o semeador e pão para alimento. Toda a renda que temos, seja proveniente de salários, seja de rendimentos de negócios ou ofertas, ou é semente ou é pão. É uma coisa ou outra. O pão representa sua necessidade pessoal, aquilo que você e sua família usam para viver. A semente é o que você doa, semeando para ser multiplicado. Aquilo que você come ou consome em necessidades pessoais não será multiplicado. Cada vez que você recebe um valor ou um aumento de salário, você deve perguntar a Deus: quanto deve ser usado como semente, e quanto como pão?

Muitas pessoas usam toda a sua receita em pão. Por isso, nunca veem multiplicação. O que é guardado no bolso, no banco ou em alguma forma de investimento pessoal não será multiplicado no Reino. A semente precisa ser semeada, não guardada.

Não é errado guardar ou investir dinheiro. Você precisa conversar com Deus e ver quanto deve ser considerado pão para consumo pessoal e quanto deve ser semeado no Reino. É uma história pessoal, entre você e Deus.

Semear no Reino leva você para uma jornada emocionante, cheia de alegrias e, também, de suspense. Haverá momentos de aperto e de ansiedade, mas no final Deus sempre aparecerá na hora certa!

“E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2 Co 9.6,7).

Você pode perguntar a Deus quanto deve ser semeado, mas uma parte dessa resposta depende de você mesmo. Nós temos liberdade para usar nossa renda como pão ou como semente. Que tipo de colheita queremos? Se semearmos muito, colheremos muito. Se usarmos a semente para nosso alimento ou se a guardarmos para nos sentirmos mais seguros, a colheita será pequena.

“Daí, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também” (Lc 6.38).

Dar com extravagância não tem a ver com a quantidade; é a porcentagem daquilo que temos. Jesus enfatizou essa verdade quando falou da oferta da viúva pobre. As duas moedas dela valiam mais do que as altas quantias depositadas pelos ricos. O que eles estavam dando não afetava em nada seu estilo de vida. Não lhes fazia falta alguma. Doaram de sua abundância, enquanto a viúva deu daquilo que precisava para se sustentar.

Queremos dar de tal forma que mexa com as cordas e as emoções do nosso coração. Quando doamos, precisamos sentir que nos custou, que foi uma decisão profunda, que só pôde ser tomada lá no íntimo do coração. Isso tem a ver com nossa paixão por Jesus e sua causa. Quando doamos, nos desapegamos do amor próprio. Nosso interior é transformado, e o coração é liberado para amar a Jesus.

É ele que nos convida: “Quero levá-lo numa jornada fantástica, e você está se excluindo dela por guardar a semente no seu bolso. Doe aquela semente, entre no carro e participe dessa viagem emocionante e cheia de aventura comigo; no meio do inesperado e imprevisível, você experimentará encontros dinâmicos de poder e intimidade como nunca imaginou!”

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Uma resposta

  1. Acho impactante a forma de enxergar os recursos em função do Reino de Deus.
    Fui muito abençoado com este entendimento.
    Um abraço a vocês!
    Pr. Pedro H. Souza – Nova Friburgo/RJ

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