21 de novembro de 2024

Ler é sagrado!

Impacto Mirim: O Cavalo Teimoso

Por Searchlight Publications

Vovô Ma era um orgulhoso e próspero fazendeiro chinês, um muçulmano. Na época, havia muito tumulto na região, generais com seus bandos de soldados sempre lutando uns contra os outros, andando a cavalo e pisoteando as lavouras, vivendo nas fazendas e tirando delas tudo que queriam.

Alguns meses atrás, a fazenda Ma sofrera com um bando de soldados, que mais pareciam bandidos, que se instalara ali. Mas não teria adiantado coisa alguma queixar-se com o capitão deles, que não tinha controle algum sobre seus soldados nem dava a mínima ao que faziam ou a quanto estavam roubando.

Ma Ling May, com oito anos de idade, era a netinha do velho fazendeiro. Os pais dela a colocaram numa escola cristã, e lá ela passou a conhecer e a amar o Senhor Jesus. Nada, porém, deixava o seu avô mais irado do que ouvir o nome de Jesus ou saber que Ling May orava a Deus. “Nada disso vai acontecer na minha casa”, ele berrava e quando a via orando, costumava surrar ou chutá-la. Mesmo assim, Ling May perseverava, segura de que, de alguma forma, Deus acharia um meio de mudar o coração do seu vovô.

Um dia, enquanto o Vovô Ma estava andando em cima da muralha da cidade – que tinha a largura de uma estrada –, ele viu algo que o assustou tremendamente. Lá, na distância, um bando de soldados estava se aproximando; à medida que chegavam mais perto, ele pôde reconhecer o mesmo capitão com o mesmo bando que estivera na sua fazenda anteriormente, saqueando e roubando.

O que ele poderia fazer? Não havia dúvidas: os soldados estavam voltando para pilhar sua casa, sabendo que era a mais rica e mais bem estocada de alimentos e roupas da região. Não havia esperança. Ou havia?

De repente, lembrou-se de sua netinha. Ela não orava a Deus, dizendo que ele ouvia e respondia às orações?

Correndo apressadamente para casa, pegou Ling May, sacudiu-a asperamente e disse-lhe em tom de muita urgência: “Se você já orou na sua vida, ore agora! Aqueles soldados estão voltando; vi-os na muralha da cidade e logo estarão aqui. Você disse que seu Deus responde orações. Entre naquele quarto e ore para que não venham à nossa casa!”

Com isso, empurrou a criança para dentro de um quarto vazio e bateu a porta. Sozinha, a garotinha se ajoelhou. A mãe dela, no quarto ao lado, ouviu sua súplica a Deus.

“Pai celeste”, ela orou, “estou tão feliz, tão grata pelo fato de o vovô ter me pedido para orar. Antes, ele sempre me batia ou chutava se eu orasse, e ficava muito bravo. Agora ele mesmo me pediu para orar. Pai celeste, agora é a sua chance! Por favor, mostre ao meu avô que o Senhor realmente responde à oração. POR FAVOR, não permita que os soldados entrem em nossa casa! Peço isso em nome de Jesus.”

Enquanto isso, os soldados entraram na cidade e vieram em direção à casa deles. O portão da casa estava aberto – era um enorme portão de madeira que abria para uma área cercada na fazenda –, pois o Sr. Ma sabia muito bem que não adiantaria fechá-lo.

O capitão à frente do bando chegou e puxou a rédea do seu cavalo para entrar. Era para lá mesmo que eles queriam ir, não havia mais dúvidas. Mas a garotinha, dentro da casa, estava orando: “Não deixe que entrem na nossa casa. Pai celeste, agora é sua chance! Por favor, mostre ao meu avô que o Senhor realmente responde às orações”.

E será que Deus respondeu? Sim! Algo estranho aconteceu, talvez a última coisa que alguém teria imaginado. De forma totalmente inesperada, o cavalo se recusou a entrar. Começou a afastar-se, a dar coices, a desviar-se para um lado ou para o outro. O capitão bateu nele, enfiou suas esporas na barriga dele – mas nada adiantou. O cavalo não entrou pelo portão.

O capitão, então, virou-se para seus homens e disse: “Aquela fazenda deve estar cheia de demônios; nós não conseguimos vê-los, mas o cavalo vê. Ninguém vai entrar lá, ninguém mesmo!” E, virando seu cavalo na outra direção, levou seus homens para uma outra parte da cidade.

O que o cavalo viu ou o que o fez assustar, não sabemos. Certo é que, há muitos anos, havia um jumento que se recusou a ir adiante, ainda que seu dono Balaão batesse nele três vezes, com muita força, porque havia visto o Anjo do Senhor em pé com a espada na mão, bloqueando o caminho (leia a respeito em Números 22).

No dia seguinte, o Vovô Ma foi à casa da missão e falou ao missionário com verdadeira humildade: “Pense só: todo esse tempo, aquela netinha minha estava com a razão, e eu estava errado. Ensine-me sobre o Deus que responde a orações. Ensine-me a orar”.

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