22 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

Impressionado pela Grande Diferença

Um movimento global de avivamento e restauração a partir de Jerusalém para Judeia e Samaria, chegando aos confins da terra e voltando novamente para Israel…
Por Ariel Blumenthal
Nota do editor: Ariel e sua esposa israelense Vered são líderes do braço do Revive Israel | Tikkun Global do centro de Jerusalém, bem como anciãos na Congregação Ahavat Yeshua. Eles têm um coração único para a unidade radical de judeus e gentios em Yeshua. Esta é a história de Ariel. Desfrute.

Fui criado em um lar judeu Reformista em Connecticut, EUA. Destaquei-me no ensino médio e fui aceito na Duke University, onde comecei meus estudos em engenharia. No entanto, em uma noite no final de 1985, enquanto eu examinava uma peça de programação no meu Apple IIc, eu pensei: “Eu não tenho certeza se eu quero passar todo o meu tempo triturando números e códigos; deve haver mais na vida!”

Minha busca por um maior significado da vida começou naquele momento. Levou-me para muito longe. Por fim, eu fui parar no curso “Introdução às Religiões da Ásia”. O professor era um expert devoto do budismo tibetano, que ele ensinava com talento e paixão. Eu estava obcecado! As Quatro Nobres Verdades falaram profundamente ao meu intelecto e à minha luta cada vez mais desesperada para encontrar um sentido. Meu fascínio pelo budismo logo me conectou ao Japão. Decidi passar meu terceiro ano da faculdade lá, aprendendo japonês rapidamente e com facilidade, quase como se estivesse me lembrando da língua em vez de aprendendo pela primeira vez. Eu meditava de manhã e à noite. Muitos amigos japoneses estavam convencidos de que eu era a reencarnação de um monge budista japonês!

Depois de me formar na Duke, voltei ao Japão para ensinar inglês na distante Yamaguchi, mas logo minha paixão pelo budismo começou a diminuir, enquanto eu lutava contra a solidão paralisante.

Uma noite, no outono de 1991, eu estava em uma colina perto da minha casa japonesa e olhei para o céu em direção às estrelas. Eu estava desesperado, e, pela primeira vez na minha vida, eu orei com uma intenção real: “Deus, eu não sei quem você é ou se você é, mas alguém deve estar por trás deste universo incrivelmente lindo; estou perdido, confuso e longe de casa; eu não sei quem eu sou. Se você é real, por favor, me ajude!”

Alguns meses depois, encontrei emprego em uma pequena empresa de Tóquio, com vários cristãos na equipe. Quando eles descobriram que eu era judeu, começaram a falar sobre pessoas, lugares e eventos na Bíblia – assumindo que eu saberia do que eles estavam falando. Eu fiquei envergonhado por saber tão pouco sobre a minha própria herança. Os cristãos começaram a provocar este judeu com ciúme (Romanos 11.12-15).

Comprei uma Bíblia em inglês e comecei a ler a partir do Gênesis. Fiquei imediatamente impressionado com a enorme diferença entre a lógica elevada da narrativa bíblica e os mitos torcidos e animistas que eu havia estudado – da Índia, do Tibete, da China e do Japão. A fé começou a criar raiz. Senti que estava lendo o verdadeiro testemunho do Criador e do Deus dos meus pais, Abraão, Isaque e Jacó.

Meus colegas me convidaram para a igreja. Jovens de todo o mundo se reuniam em um salão em um porão, onde ouvi a boa notícia de Yeshua, o Messias, pela primeira vez. Rapidamente fiz amizade com um jovem coreano. Eu sabia como os coreanos haviam sofrido com a agressão e a crueldade japonesas na primeira metade do século XX. Quando perguntei ao meu amigo como ele conseguia viver em verdadeira harmonia com os japoneses, ele disse: “É simples: Yeshua perdoou meus pecados e agora eu devo perdoar a todos, até os japoneses.”

“Mas”, respondi, “por que você tem que perdoá-los? Você nem tinha nascido quando tudo isso aconteceu há 70 anos.”

“Eu sei”, ele disse, “mas isso foi passado para nós, tornou-se parte de nossa identidade coreana – odiar os japoneses. Mas no Messias, temos que perdoar, temos que seguir em frente, temos que fazer um novo futuro juntos.”

Bem, este judeu estava “condenado”, como dizem. Naquela noite eu não consegui pregar os olhos para dormir. Fui bem educado nas tragédias do Holocausto, crescendo com um senso inquietante de calamidade sempre que ouvia algo que soasse como alemão. Perdoar? Podemos perdoar os nazistas? Impossível!

Lutei a noite toda com Deus e comigo mesmo, descobrindo, nas profundezas do meu coração, a falta de perdão em muitas frentes. Eu sabia o desafio: “… Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.” (Mateus 6.14-15).  Tudo o que eu poderia fazer para finalmente descansar era orar: “Deus, se Yeshua é realmente o Messias e Salvador, e o único que pode perdoar os nossos pecados, então eu quero saber, eu preciso saber.”

Algumas semanas depois, em junho de 1992, participei de um culto especial de evangelismo com uma peça da Paixão que retratava o ensino de Yeshua, curando os doentes, respondendo seus críticos; e, no final, traído, julgado e sentenciado à morte na cruz. Enquanto assistia, comecei a chorar e soluçar como uma criança. Quando os guardas romanos o chicotearam, uma forte voz interior fora do “canal” normal do meu pensamento consciente disse: “Pelas suas feridas, você está curado…”. Fiquei assustado e sabia, sem sombra de dúvida, que Deus estava falando comigo.

Eu disse, “OK, Deus… Estou pronto para segui-lo.”  Imediatamente, eu fui atingido, física e poderosamente, a partir de dentro. Meu frio coração judeu/budista de pedra foi removido e eu nasci de novo, com um novo e vivo coração dado pelo Espírito Santo. Recebi a graça de me arrepender dos meus pecados, receber o Senhor Jesus e o perdão dos pecados através dele. Comecei a compartilhar o evangelho com japoneses e estrangeiros e fui batizado no Oceano Pacífico.

Onde quer que o Senhor tenha me colocado desde então, tenho “estado na brecha” com minha “dupla” identidade judaica/gentia.

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