Por: Wesley L. Duewel
O Espírito Santo é a maravilhosa terceira Pessoa da Trindade, a respeito de quem conhecemos tão pouco. Ele ama com ternura, cuida com pessoalidade e ministra com fidelidade. É impressionante que o símbolo mais comum dessa Pessoa tão admirável que é encontrado nas Escrituras seja fogo ardente.
Examinemos um pouco melhor o ministério flamejante do Espírito:
Ele incendeia você com o batismo de fogo. “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”, disse João Batista a respeito de Jesus (Mt 3.11; Lc 3.16). Isso se refere ao “caráter abrasador das operações do Espírito sobre a alma humana: sondando, consumindo, refinando, sublimando; é dessa forma que quase todos os bons tradutores entendem essas palavras” (Comentário de Jamieson, Fausset e Brown). O fogo interior do Espírito incendeia quem é batizado no Espírito com a sua presença divina.
Ele capacita você com sua divina energia abrasadora. O fogo de Deus também representa a energia divina sempre pronta para capacitar aqueles que estiverem totalmente rendidos a ele. Jesus deseja que o ministério flamejante do Espírito, em toda sua plenitude, esteja operando em você. “Eu vim para lançar fogo sobre a terra” (Lc 12.49). Ele acendeu a santa chama de Deus no coração dos discípulos durante seu ministério aqui na Terra. Porém, ele sabia que precisavam de muito mais do Espírito.
No dia de Pentecostes, o Espírito Santo desceu visivelmente em chamas santas sobre os homens e mulheres reunidos no cenáculo. Capacitados pelo Espírito, começaram a espalhar o fogo santo no mesmo dia. Durante décadas, o fogo do Espírito continuou a arder e espalhar-se. Perseguição não conseguiu apagar o fogo deles, só serviu para soprar ainda mais as chamas. O Pentecostes acendeu uma chama que, pela graça de Deus, jamais se apagará.
Ele incendeia você com seu resplendor e zelo ardente. Paulo exorta: “No zelo não sejais remissos: sede fervorosos de espírito [ou mantenham o ardor espiritual]” (Rm 12.11). Você tem zelo espiritual quando está espiritualmente aceso. “Mantenham seu espírito incandescente” (de acordo com a versão em inglês Weymouth); “Sejam inflamados com o Espírito” (Goodspeed); ou “Fiquem incandescentes com o Espírito” (Revised Standard).
O Espírito Santo reaviva seu espírito, enche-o com abundância de vida, amor e zelo, e inflama você de tal forma que passa a manifestar a vida radiante e vibrante de Deus. Ele renova sua devoção, acelera sua obediência e sopra seu zelo até fazê-lo uma chama ardente. Como cristão cheio do Espírito, sua marca deve ser intensa devoção, fervor espontâneo e disposição leal para servir, assim como são os anjos celestiais. Apolo era um homem aceso com esse fogo (At 18.25). A expressão “fervoroso de espírito” pode ser traduzida como “espírito ardente” ou “incandescente” com o Espírito.
Quando o Espírito arde dentro de você com liberdade e plenitude, sua vida interior torna-se radiante, seu zelo intenso e seu serviço dinâmico. Conforme Efésios 5.16, você irá “remir o tempo” ou “aproveitar ao máximo toda oportunidade”.
A necessidade de ter ardor e zelo espiritual foi muito enfatizada na igreja morna de Laodiceia (Ap 3.15-16). A temperatura espiritual de um líder cheio do Espírito deve ser mantida sempre num nível elevado. O Espírito deseja encher você de tal forma com seu amor ágape ardente e incandescente que sua vida seja sempre radiante com a presença dele. Indiferentemente de Romanos 12.11 ser traduzido como “inflamado com o Espírito Santo” ou “inflamado em seu próprio espírito”, o Capacitador é sempre o Espírito de Deus. Sua plenitude ativa precisa permear toda nossa personalidade e serviço.
Ele agracia você com dons que precisam ser mantidos em chamas vivas. Dons espirituais são carismas ou talentos para o serviço concedidos pela atividade do Espírito Santo. Deus provê toda capacitação necessária para o serviço ao qual nos designou. O Espírito Santo é, ele mesmo, a maior dádiva de Deus para nós (At 2.38), mas ele também concede dons (carismas) para prover revestimento e capacitação para servir a Deus e ao Corpo de Cristo.
“Mantenha viva a chama do dom de Deus que está em você [ou ‘sopre a chama do dom de Deus’]”, Paulo exortou a Timóteo (2 Tm 1.6). Observe que o dom já estava nele. O Espírito Santo age principalmente de dentro da pessoa, não sobre ela, como se estivesse agindo de fora. Ele não procura nos manipular, mas capacita-nos por meio de sua presença e poder que habitam dentro de nós.
Deus nunca ordena você a fazer um serviço sem se colocar à sua disposição para revestir e capacitá-lo com tudo o que precisa para realizar sua vontade. Entretanto, há um papel de cooperação que cabe a você. Você precisa reavivar ou soprar a chama para que a capacitação divina seja inteiramente acesa. Os dons de Deus são concedidos a fim de serem cultivados e usados. Deixar de usá-los conforme o desejo do Senhor é falhar com ele e com seu povo. Desenvolvemos os dons usando-os. À medida que utilizamos a capacitação divina, o Espírito nos habilita, nos guia e nos torna frutíferos.
A tendência do fogo é sempre extinguir-se. O Espírito não desperdiça energia divina. Se não lhe obedecermos, usando a graça que Deus proveu, ele para de concedê-la. O tempo do verbo no grego (“mantenha viva”) enfatiza o processo contínuo de reacender a chama. A biografia espiritual de muitos líderes cristãos poderia ser resumida assim: “anteriormente inflamados”. Você também já foi mais inflamado por Deus do que está agora?
Louvado seja Deus, uma chama trêmula que está quase apagando, pode ser soprada e tornar-se viva e ardente outra vez. O processo de soprar a chama precisa ser contínuo. Cinco vezes, em Levítico 6, Deus ordenou que nunca permitissem que o fogo no altar do holocausto se apagasse. Esse fogo viera inicialmente do Céu (Lv 9.24; 2 Cr 7.1). Deus provê o fogo, mas é nossa responsabilidade mantê-lo aceso. Precisamos constantemente do fogo do Espírito, simbolizando a presença divina dentro de nós, e dependemos igualmente do toque da graça de Deus em expiação sobre nós (sangue aspergido sobre o altar). Nossa consagração a Deus nunca deve decair, e a presença e o poder dele em nós e sobre nós nunca devem diminuir.
Nosso espírito foi criado por Deus com uma natureza inflamável. Somos combustíveis espiritualmente. Nossa natureza foi criada para ser incendiada pelo Espírito. Somos mais abençoados, mais vitoriosos e mais úteis espiritualmente quando estamos incendiados. Somos mais parecidos com Deus quando estamos ardendo com fogo santo – a chama do Espírito que habita em nós.
O fogo de Deus atribui uma atração inesquecível à personalidade do mensageiro de Deus e ao conteúdo de sua mensagem. Transmite uma autoridade sagrada que não pode ser imitada por esforços humanos. Sela a mensagem com uma marca divina que os outros não conseguem ignorar. Traz autenticidade santa e certeza de integridade. Impressiona com o evidente envolvimento e parceria de Deus.
Seja qual for o custo, precisamos manter a chama do Espírito acesa no altar do nosso coração. A palavra grega traduzida reavivar ou manter viva a chama em 2 Timóteo 1.6 se refere ao uso de um fole para reacender um fogo que está quase se apagando. Isso requer esforço. Timóteo precisava fazer tudo o que podia para intensificar a manifestação da chama do Espírito. Nossa cooperação com o Espírito é essencial para que haja um fluir consistente de ardor, fulgor espiritual e zelo inflamado.
General Booth exortava seu povo: “A tendência do fogo é apagar-se; vigie o fogo no altar do seu coração”. Nosso perigo constante é esfriar espiritualmente, perder o fervor e diminuir o zelo. Avivamento pessoal vem por meio de compromisso renovado e consagração reafirmada. Todo mundo precisa desse tipo de avivamento pessoal muitas e muitas vezes.
Temos a grande dádiva de Deus, o Espírito Santo, mas precisamos ter mais fome pela manifestação de sua presença e abrir nosso coração a todo momento, na expectativa da fé, para seu mover, seu revestimento e suas constantes capacitações na nossa vida. Deus nos dá capacidade, e o Espírito deseja imbuir todo o nosso ser com sua realidade, tornando-nos canais de sua expressão para que o fogo santo seja visível em nós em todo tempo. Precisamos escolher se queremos negligenciar o Espírito, apagá-lo ou “soprar” a presença dele para manter a chama viva.
Extraído de Ablaze for God (Inflamados para Deus) por Wesley L. Duewel, copyright © 1989.
Uma resposta
Amei o conteúdo…