Por: Lalith Mendis, Sri Lanka
“Toma substâncias odoríferas… e disto farás incenso… temperado com sal, puro e santo. Uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do Testemunho na tenda da congregação, onde me avistarei contigo; será para vós outros santíssimo” (Êx 30.34-36).
O incenso é moído, bem fininho, assim como deve ser o cristão que ora. Quanto mais o incenso é reduzido a pó, maior é a nuvem de fumaça e mais intenso o aroma suave. De igual forma, um cristão que ora tem consideravelmente mais valor para o Reino quando é moído.
Precisamos ser moídos em nosso orgulho, ambição, vontade própria, apego às realizações passadas e habilidades espirituais. Pedaços que permanecem inteiros e não são quebrados em nós produzem uma fumaça ácida nas narinas de Deus e nas dos outros! É fácil para alguém orar quando é um joão-ninguém. Ele passa a lançar-se diante do Senhor em oração. “Preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12.10) é incenso suave ao Senhor.
O servo de Deus que é moído se gloriará em suas fragilidades. Seu testemunho será de que a força de Deus é aperfeiçoada em sua fraqueza.
Um homem que é moído nunca será uma pedra de tropeço para outra pessoa. Ele é tão pequeno que ninguém consegue tropeçar nele.
O livro de Cantares fala da noiva como um jardim de especiarias (Ct 4.12-16). A Palavra de Deus fala da vida de Jesus como um sacrifício de aroma suave (Ef 5.2). A vida de Jesus derramada sobre o Calvário é o altar de incenso mais eficaz e mais doce da História. Sua vida foi o incensário de ouro que levou o incenso de expiação até a face do Pai (Nm 16.46-50).
Somos exortados a ser o aroma suave de vida para aqueles que são salvos (2 Co 2.14). Nossas orações devem ser incenso suave (Sl 141.2; Ap 8.3-4). Conforme as súplicas dos santos sobem ao trono, Deus começa a revelar seu propósito para um indivíduo ou uma nação, assim como falava com Arão do meio da nuvem de incenso (Lv 16.2,12-13).
Incenso suave, tal como a oração, é o sacrifício aceitável a Deus que brota de um espírito contrito e quebrantado (Sl 51.17). Oferecer incenso era a tarefa especial e exclusiva da tribo de Levi (Dt 33.10).
Talvez a narrativa mais notável a respeito do incenso é aquela em que Arão se põe em pé com seu incensário de ouro entre os mortos e os vivos na rebelião de Coré, Datã e Abirão. Em Números 16.46-47, devemos observar que a oferta de incenso foi considerada uma expiação. Da mesma forma, somos chamados para interceder e derramar nossa vida quando a morte precisa ser barrada.
Arão ofereceu incenso em seu incensário de ouro. Incenso era queimado continuamente sobre o altar de ouro de incenso. O incenso era misturado ao óleo da unção, indicando que unção e oração são interligadas. O pão da proposição no Santo Lugar era aspergido com incenso, indicando que a Palavra de Deus era eficaz somente quando tinha a unção da oração (Lv 24.5-7).
O Benefício de Ser Incenso Moído
O coração quebrantado se livra rapidamente de mágoas e amargura e absorve logo a bondade de Cristo, já que está imerso na bondade dele. Considere um material absorvente que não foi quebrado. Absorveria uma tinta bem mais depressa se fosse mergulhado na solução em pedaços quebrados. Pedaços menores de carne absorvem o molho mais rápido do que a peça inteira.
O homem quebrantado tem apenas uma resposta para todos os desafios que encontra. Ele se torna incenso sobre o altar. É por isso que Deus trabalha poderosamente para aqueles que esperam nele. Ele se mostra forte em favor dessas pessoas. O altar de incenso encontra-se no Santo Lugar e, portanto, uma pessoa assim passará a maior parte de sua vida no Santo Lugar diante do Senhor. Três grandes exemplos desse tipo de vida foram David Brainerd, Amy Carmichael e Praying Hyde (o homem que orava). Hebreus 11.33-34 poderia ter sido escrito a respeito deles:
“… os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros.”
O altar de oração é um lugar solitário. Não tem ninguém para aplaudi-lo. Seu Pai no Céu, que o vê em secreto, irá recompensá-lo publicamente.
O incenso de louvor e oração só pode subir se o fogo estiver aceso. O fogo não podia se apagar em nenhum dos dois altares (Lv 6.13).
O altar de bronze de holocausto representa o ministério visível, enquanto o altar de ouro representa o ministério invisível de oração, no quarto fechado. Muitos buscam o primeiro em detrimento do último. Muitos parecem preferir o altar público mesmo se o fruto que permanece for muito escasso. Tais pessoas são atores de teatro. Era o incenso que mantinha a nuvem sobre o propiciatório e o Lugar Santíssimo. Sem a nuvem, os rituais não teriam a aprovação divina.
O altar de quebrantamento é erguido quando me torno consciente do poder e da fidelidade do Senhor em oposição à minha fragilidade e inconstância.