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O Plano para o Avivamento

Por Harold Vaughan

“É mais fácil falar sobre o avivamento do que procurar o caminho para trazê-lo” (Horatius Bonar).

“Tudo o que Deus fez e foi capaz de fazer em qualquer época, ele é capaz e está disposto a fazer novamente, dentro dos limites de sua vontade” (A. W. Tozer).

“O avivamento nunca trará o fim dos problemas na igreja, nem é esse o seu propósito… Porém, melhor enfrentar os problemas da vida do que os da morte!” (Derek Prime).

Embora não possamos produzir um avivamento com nosso empenho e força humana, preparar o caminho do Senhor está ao nosso alcance. Em 1672, Salomão Stoddard, avô de Jonathan Edwards, tornou-se o pastor da Igreja Congregacional de Northampton. Ele era um ministro altamente eficaz e influente em seu tempo. Algumas pessoas se referiam a ele como a figura civil e religiosa mais proeminente no oeste de Massachusetts (EUA). Stoddard preparou o caminho, orando e pregando em favor do avivamento.

Sob sua liderança, a congregação experimentou cinco “colheitas” entre 1679 e 1719. Essas colheitas foram períodos de avivamento em que muitos, especialmente jovens, se converteram. Enquanto outros teólogos ficaram somente teorizando, Stoddard buscou diligentemente a presença avivadora de Deus. Os pastores vizinhos não acreditavam que Deus pudesse visitar suas igrejas e, portanto, não experimentaram momentos de renovação durante todo o seu ministério. Stoddard, por outro lado, evitou a armadilha do fatalismo, e sua igreja experimentou avivamento vez após vez!

Os tijolos com os quais se constrói o avivamento são universais. Os santos que têm corações famintos podem encontrar orientações pré-estabelecidas para a vinda do avivamento dentro do Livro.

Podemos ORAR por avivamento

James Stewart disse: “Se foram precisos oração e jejum extraordinários para expulsar um só demônio de alguém nos dias de Jesus, podemos esperar que seja necessária menos consagração para expulsar o diabo de uma igreja inteira em nossos dias?”. Atualmente, temos o pior dos pecados em todas as melhores igrejas. Precisaremos de algo além de esforço e engenhosidade humanos para corrigir a situação.

Nunca houve um avivamento em qualquer lugar na Terra onde não houvesse uma igreja desesperada. As igrejas estão morrendo em pé porque não estão vivendo de joelhos. Os tempos de crise exigem medidas de crise.

Necessidade é a chave para gerar oração fervorosa em qualquer dispensação. Alguém colocou da seguinte forma: “A adversidade matou milhares, mas a prosperidade matou dezenas de milhares”. As únicas pessoas que realmente oram são as pessoas que precisam de Deus, sabem que precisam de Deus e que não dão conta sem Deus. Muitas palavras são ditas em nome da oração, mas é a petição sincera que recebe a atenção do céu. Wesley disse: “Clame diante do trono da misericórdia e persevere nesse lugar, e o céu descerá”.

Há algumas coisas que simplesmente não acontecerão a menos que alguém toque em Deus no lugar de oração. Quando os discípulos perguntaram por que não tinham poder para libertar um filho endemoninhado, Jesus respondeu: “Esta casta não pode sair senão por meio de oração [e jejum]” (Mc 9.29). O céu toma nota quando você tem mais fome pela vontade de Deus do que por comida. Podemos suplicar a Deus por um derramar de seu Espírito.

“Qual é o segredo deste avivamento?”, alguém perguntou a Evan Roberts em 1905. Ele respondeu: “Não há segredo. É apenas ‘pedi e dar-se-vos-á’”.

Podemos nos ARREPENDER em favor do avivamento

Antes da vinda de máquinas elétricas, a farinha usada para fazer pão era produzida em moinhos situados ao lado de um córrego. Grandes rodas hidráulicas aproveitavam a força da água corrente e a transformavam em energia. À medida que a água fluía para os bolsões, a roda girava, o que através de uma série de engrenagens fazia com que as pedras de moer girassem. Essas pedras esmagavam os grãos.

Se a água parasse de fluir, o moleiro não chamava seus trabalhadores para tentar girar a roda com a mão. Em vez disso, ele ia rio acima para ver o que estava bloqueando o fluxo da água. Ele utilizava sua energia para remover o lixo e o entulho do canal para que a corrente pudesse fluir sem obstáculos para os bolsões da roda hidráulica. Assim, as pedras de moer seriam postas em movimento novamente, e a produção continuaria.

Na vida cristã, há momentos em que os “rios de água viva” param de fluir. Quando isso ocorre, a resposta não é “esforço próprio” – tentando fazer o que Deus enviou seu Espírito para realizar. Quando um filho de Deus se perde no caminho, ele deve se arrepender. A palavra arrependimento significa mudar a mente de alguém. Essa mudança da mente leva a uma mudança de coração que resulta numa mudança de vida. Quando o Espírito Santo é entristecido, o filho de Deus deve remover o lixo (pecado) que obstrui essas águas vivificantes.

Jesus disse: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.37,38). Vemos aqui que avivamento pessoal não é alcançado por orações mais intensas ou empenho humano; pelo contrário, é algo que brota, que jorra pelo Espírito! Quando os obstáculos são removidos, o Espírito Santo flui de dentro do mais profundo de nosso ser. Nossa responsabilidade é desbloquear o canal para que o Espírito de Deus possa fluir sem obstáculos através de nós.

Em sua mensagem intitulada A natureza de um avivamento enviado por Deus, Duncan Campbell relata sua própria experiência:

Um dia minha filha veio até mim (graças a Deus por ela, uma menina de dezesseis anos) e disse: “Papai, eu gostaria de vê-lo em seu escritório. Eu tenho orado por você, papai. Quero falar com você”. Ela me levou para o meu escritório e ajoelhou-se, como as filhas às vezes fazem. Ela colocou os braços ao redor do meu pescoço e ainda vejo as lágrimas escorrendo de seus olhos, enquanto dizia: “Papai, quando você era um peregrino na Missão da Fé, depois da 1ª Guerra Mundial, você viu avivamento na Escócia. Você viu avivamento! Papai, como é que Deus não está usando você para trazer avivamento hoje? Diga-me, papai, quando foi a última vez que levou uma alma a Cristo?”

Graças a Deus por filhas fiéis! E eu digo a vocês, amados, aquilo me abalou. Oh, como me abalou! Eu sabia! Eu sabia! Eu, Campbell, um palestrante de convenções, Campbell, o ministro evangelizador, em seu escritório, esmagado e quebrado por uma pergunta feita por sua filha.

Veja só, eu tinha sido convidado para falar à convenção de Keswick naquele ano. Aceitei o convite e fui para a convenção. Oh, o engano do coração humano! Fui para a convenção e fiz meu discurso. Fiquei tão aliviado quando tudo acabou. As palavras continuavam a tocar nos meus ouvidos: “Quando foi a última vez que levou uma alma a Cristo? Quando foi a última vez que levou uma alma a Cristo?”

Então, Deus, com seu jeito singular e maravilhoso, moveu o Dr. Tom Fitch a deixar de lado o discurso que havia preparado e dar seu próprio testemunho pessoal. Fui tão tocado que voltei para casa decidido que, a menos que Deus fizesse algo por mim e me devolvesse o que eu havia perdido, eu renunciaria ao ministério. Eu estava absolutamente resolvido sobre isso!

Quando cheguei em casa, eu disse à minha esposa e filha: “Vou ao meu escritório e quero que vocês me deixem sozinho. Vou buscar um encontro com Deus”.

Fui ao escritório e fechei a porta. Coloquei o tapete no chão em frente ao fogo e me deitei ali. Eu não tenho tempo para contar tudo o que Deus me disse naquela hora. Só posso dizer que sou grato por ele me ter dado uma palavra de perdão, de remissão e de recomissionamento.

Clamei a ele: “Ó Deus, tu não me darás de novo o que me deste tempos atrás no campo de batalha?”.

Escute, meu amigo, Deus realmente me deu!

Minha filha entrou às 2h00 da manhã. Ela se deitou ao meu lado e disse: “Papai, custe o que custar, persevere até tocar em Deus”. E eu disse: “Sheena, estou comprometido, vou continuar batendo, custe o que custar”.

Duncan Campbell buscou a Deus até encontrá-lo. Ele voltou a buscar como antes, e encontrou o que havia perdido. Consertar-se completamente com Deus pode custar-lhe muito, mas deixar de andar na luz e confessar tudo vai custar-lhe muito mais! A palavra arrepender-se inclui em si mesma um convite porque o Deus que deu essa ordem é o mesmo que capacita a obedecê-la.

Podemos CRER em favor do avivamento

O problema no mundo ocidental não é o forte humanismo, mas o fraco cristianismo. Somos bons em crer em nossas convicções, mas precisamos começar a crer em Deus!

Jesus respondeu a Marta: “Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?” (Jo 11.40). Os homens naturais precisam ver primeiro a fim de crer, mas os santos com corações e mentes avivados compreendem que precisam crer a fim de ver. A fé vê além do que é visível e enxerga o que pode vir a ser. Se você quiser ver avivamento, terá de ir além da análise racional e começar a antecipar.

A fé é a única porta que Deus tem para entrar no coração humano. É o único meio para os homens se relacionarem com Deus. Como não podemos nos relacionar com ele por meio dos nossos sentidos físicos, Deus colocou à nossa disposição um sexto sentido – a fé. A Bíblia está repleta de promessas que ajudam a fundamentar nossa fé:

“Tudo é possível ao que crê” (Mc 9.23).

“…tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Mc 11.24).

Fé é crer que aquilo que não existe pode vir à existência! Quando Jesus entrou em Cafarnaum, ele foi recebido por um centurião que implorou que ele viesse e curasse seu servo. Jesus concordou em acompanhá-lo, mas o centurião disse: “Diga somente uma palavra, e meu servo será curado”. Jesus ficou maravilhado e disse: “nem mesmo em Israel achei fé como esta” (Mt 8.8-10). Esse era um homem de grande fé que foi além da fé teórica para a fé ativa e recebeu um milagre.

É muito raro encontrar homens de Deus que estejam “firmes na fé” em favor do avivamento. Porém, não podemos deixar os extremos e desequilíbrios de alguns nos roubarem das ilimitadas possibilidades da graça. Você não gostaria de ver coisas tão grandes acontecerem que só Deus possa receber crédito por elas? “Faça-se-vos conforme a vossa fé” (Mt 9.29).

Podemos OBEDECER em favor do avivamento

Deus fez uma obra poderosa com o Conde Zinzendorf e os Morávios, e um tremendo movimento missionário surgiu daquele avivamento. Esse grupo era extremamente zeloso quanto à oração e obediência. Se o pregador achasse que a congregação não tinha reagido apropriadamente à mensagem anterior, ele tornava a pregá-la novamente no culto seguinte. Se depois de duas vezes, ele ainda não sentisse que o grupo a tivesse praticado suficientemente, ele voltava a pregá-la uma terceira vez!

O raciocínio era que não fazia sentido avançar para mais verdades até que tivessem obedecido ao que já tinham recebido. Os Morávios não estavam interessados em adquirir conhecimento além do seu nível de obediência. Eles eram “praticantes da Palavra”. Não é de se admirar, portanto, que Deus tenha derramado seu Espírito sobre eles. Um fantástico empreendimento missionário surgiu desse grupo enquanto praticavam a obediência com uma seriedade que é praticamente desconhecida em nossos dias.

O mesmo poderia ser dito sobre o avivamento no País de Gales. Quatro características proeminentes caracterizaram esse mover de Deus: confissão de pecados, oração perseverante, um encargo por almas e obediência ao Espírito Santo. Evan Roberts frequentemente exortava as congregações: “Obedeçam ao Espírito! Obedeçam ao Espírito!”. O fogo de Deus caiu em lugar após lugar na medida em que cristãos seguiam a liderança do Espírito Santo.

Conclusão

Howard Spring disse: “O reino de Deus não será avançado por nossas igrejas se encherem de pessoas, mas pelas pessoas em nossas igrejas se encherem de Deus”.

O plano para trazer o avivamento não é complicado. É tão simples quanto estas admoestações bíblicas: (1) orar, (2) arrepender-se, (3) crer e (4) obedecer. Esta é uma estratégia que trará renovação para o seu coração e para todos que a implementarem.

Qualquer coisa que Deus tenha feito no passado, ele pode tornar a fazê-lo novamente.

Extraído de Revival in Our Time:  Outside the Box – Inside the Book! (Avivamento nos Nossos Dias? Fora da Caixa – Dentro do Livro), por Harold Vaughan. Copyright © 2011 by Harold D. Vaughan. Publicado com a permissão de Christ Life Publications. www.christlifemin.org

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