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O Segredo do Triunfo
“Pois para mim o viver é Cristo…” (Fp 1.21)
Quando Cristo cativa de fato, tudo acontece – e qualquer coisa pode acontecer. Foi o que sucedeu a Paulo e àquelas pessoas [os crentes em Filipos]. Jesus os cativou. Eles não tinham outro pensamento na vida senão Cristo. Talvez tivessem seus negócios, profissões, carreiras, de acordo com as diversas classes sociais e ocupações do mundo, mas tinham um pensamento, uma preocupação e um interesse dominantes – Cristo. Para eles, tudo estava imbuído de Cristo. Não há outra palavra para expressar, ele realmente os cativou.
Isso explica tudo – por mais simples que possa parecer. Explica Paulo, explica o sentimento daqueles crentes, explica o amor recíproco. Aquilo também resolveu todos os seus problemas e afastou todas as suas dificuldades. É disso que precisamos! Ah, se você e eu fôssemos assim, de fato cativados por Cristo! Não consigo exprimir perfeitamente, mas após contemplar aquela verdade – após contemplar, ler e refletir sobre ela – senti um mover em mim, algo inexplicável. Afinal, noventa por cento de todas as nossas preocupações resultam do fato de termos outros interesses pessoais nos influenciando, governando e controlando – áreas da vida não relacionadas a Cristo.
Quem dera Cristo nos tivesse capturado, cativado, dominado e se tornado – sim, usarei esta expressão – uma obsessão, uma gloriosa obsessão! Penso que foi isso o que o autor de certo hino quis dizer quando escreveu: “Jesus, Lover of my soul…More than all in Thee I find” [Jesus, enamorado da minha alma…Mais que tudo em ti encontro]. Quando vivemos assim, somos tomados de alegria. Não há arrependimento em ter desistido de tudo o mais. Somos cheios de alegria, cheios de vitória. Não há espírito algum de derrotismo. Existe a alegria de um grande triunfo. É o triunfo de Cristo sobre a vida. Sim, já foi provado, e assim como já foi uma realidade, poderá ser de novo.
Mas é necessário que seja mais do que simplesmente uma apreciação mental. É muito fácil perder o principal. Podemos admirar as palavras, as ideias; podemos sucumbir à bela apresentação; mas precisamos ser cativados para dissipar nossos interesses, nossa reputação, tudo o que estiver associado a nós mesmos e à nossa própria glória – para que aquele que nos cativou seja nosso único pensamento, o único a ter prestígio, e para que consigamos permanecer a seus pés. Vamos pedir ao Senhor uma vida cativada inteiramente e para sempre pelo seu amado Filho?
– De O Evangelho segundo Paulo, por T. Austin-Sparks (1888-1971).